Capítulo 4: O Plano de Jack e a Armadilha do Deserto

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Depois do confronto com Jesse Curau James, Sacramento parecia respirar mais aliviada. Os moradores retomaram a rotina, mas Jack Pipoca sabia que a paz não duraria muito. Jesse era famoso por sua astúcia e, embora tivesse deixado a cidade sem maiores confusões, Jack sentia que o fora-da-lei tramava algo maior. Decidido a proteger Sacramento e, claro, a garantir a segurança de Lady Mary, Jack começou a elaborar um plano para capturar Jesse de uma vez por todas.

Nos dias que se seguiram, Jack Pipoca passou horas revisando relatórios de avistamentos e conversando com os cidadãos que já haviam cruzado com Jesse em suas viagens pelo deserto. Ele sabia que, para pegá-lo, precisaria de um lugar estratégico, um ponto onde Jesse menos esperaria. Em seu escritório, com o mapa da região estendido sobre a mesa, Jack traçou uma rota e identificou uma velha trilha abandonada no deserto, uma passagem que poucos conheciam e que Jesse certamente tentaria utilizar para uma emboscada.

Mary, que sempre estava por perto, observava atentamente o esforço de Jack em criar um plano infalível.

— Jack, por que você acha que ele vai cair nessa armadilha? — perguntou ela, um pouco apreensiva. — Jesse é esperto... talvez seja melhor você contar com ajuda.

Jack olhou para Mary com um sorriso confiante, mas com um brilho preocupado nos olhos.

— Ele pode ser esperto, mas o deserto é traiçoeiro — respondeu ele. — Além disso, eu conheço bem o terreno e vou montar uma emboscada tão bem planejada que ele não vai perceber até ser tarde demais.

No entanto, Mary não se convenceu completamente. Ela sabia que Jack era corajoso, mas também sabia que Jesse tinha uma facilidade surpreendente para escapar das piores situações. Em parte, ela temia que Jack estivesse subestimando o vilão, colocando-se em risco por orgulho. Naquela mesma noite, enquanto Jack continuava seus preparativos, Mary decidiu que tomaria uma atitude. Sem contar a Jack, ela escreveu uma carta rápida e discreta ao Marechal do Oeste, um velho amigo da família, pedindo ajuda para monitorar a armadilha e garantir que tudo desse certo.

No dia seguinte, Jack estava preparado para partir rumo ao deserto. Com um chapéu novo e seu fiel cavalo Trovão, ele começou a jornada até o ponto escolhido para a armadilha. O plano era simples: ele se esconderia atrás de um conjunto de rochas próximo à trilha e aguardaria o momento certo para capturar Jesse.

Jack chegou ao ponto de emboscada ao entardecer. As sombras das montanhas tornavam o ambiente ainda mais sombrio e misterioso, mas ele permaneceu focado. Prendendo Trovão atrás de uma formação rochosa, Jack preparou tudo: armadilhas e armamento estavam em posição, e ele se escondeu de tal forma que só seria visto quando Jesse estivesse completamente vulnerável.

A noite caiu sobre o deserto, e o vento trazia um silêncio quase ensurdecedor. Jack, atento a qualquer movimento, manteve-se escondido, aguardando a chegada de seu inimigo. Por horas, ele permaneceu em alerta, sentindo o cansaço pesar, mas determinado a não baixar a guarda.

Então, bem ao longe, o som de cascos no chão fez seu coração disparar. Era ele. Jesse Curau James se aproximava, cavalgando lentamente, os olhos atentos ao redor. Ele parecia desconfiado, como se pressentisse algo estranho. Ao se aproximar das rochas, desacelerou o cavalo e, com um movimento rápido, sacou uma pequena lanterna, examinando o terreno.

Jack observava em silêncio, prendendo a respiração para não fazer qualquer barulho. Quando Jesse parou o cavalo e começou a descer, Jack decidiu que aquele era o momento certo para agir. Com um movimento rápido, ele pulou de trás das rochas, apontando sua espiga preparada diretamente para o vilão.

— Mãos ao alto, Jesse Curau James! — gritou Jack, com a voz firme.

Jesse, surpreso, ergueu as mãos, mas seu sorriso despreocupado não desapareceu. Ele lançou um olhar divertido para Jack, como se aquele momento fosse apenas mais um jogo.

— Olha só, o xerife Pipoca finalmente decidiu agir — disse Jesse, com um tom debochado. — Mas você acha mesmo que eu vim aqui sem estar preparado, xerife?

Antes que Jack pudesse reagir, Jesse assobiou. De repente, três homens surgiram das sombras, armados e prontos para defender seu líder. Jack se viu encurralado, sem tempo para pensar em uma nova estratégia.

— Surpreso? — perguntou Jesse, com um sorriso ainda maior. — Sempre tenho uma carta na manga, xerife.

Jack sentiu o perigo crescer ao redor, mas não estava disposto a desistir. Com um movimento rápido, ele lançou uma espiga em direção aos homens, fazendo com que dois deles se afastassem momentaneamente. Nesse momento, o som de cavalos galopando ao longe se intensificou. Era a ajuda que Mary havia convocado! O Marechal e seus homens chegaram ao local, surpreendendo os capangas de Jesse e equilibrando o confronto.

Num piscar de olhos, a batalha estava formada. O Marechal e seus homens lutaram bravamente contra os capangas, enquanto Jack, com determinação renovada, avançou em direção a Jesse.

— Parece que o jogo virou, não é, Jesse? — disse Jack, com um sorriso confiante.

Jesse, vendo seus homens serem derrotados, tentou escapar, mas Jack foi mais rápido. Com um movimento ágil, ele interceptou Jesse, imobilizando-o.

— Esse é o fim da linha para você, Curau James — declarou Jack, ofegante, mas vitorioso.

Com a ajuda do Marechal, Jack finalmente prendeu Jesse e seus comparsas. Sacramento poderia finalmente respirar em paz.

Jack Pipoca e Mary Pamonha: Uma Aventura no Velho OesteWhere stories live. Discover now