Eu estava enrolada na espreguiçadeira na nossa biblioteca, lendo, quando uma batida soou na porta.
A cabeça de Dahee descansava no
meu colo, e ela nem sequer se mexeu quando a porta de madeira escura
abriu e nossa mãe entrou.Mamãe estava pálida, e seu rosto demonstrava preocupação.
— Aconteceu alguma coisa?
Ela sorriu, mas era o seu sorriso falso.
— Seu pai quer falar com
você no escritório.Segurei cuidadosamente a cabeça de Dahee e a coloquei com cuidado na almofada . Ela puxou as pernas para cima e acomodou contra o seu corpo.
Ela era pequena para os seus 11 anos de idade, mas eu não era exatamente alta com meus 1,65m, nenhuma das mulheres da nossa família era.Mamãe evitou meus olhos enquanto eu caminhava em direção a ela.
— Estou em apuros? — Não sabia o que eu poderia ter feito de errado. Normalmente Dahee e eu éramos obedientes, era Areum quem sempre quebrava as regras e era punida.
— Depressa. Não deixe seu pai esperando.
Meu coração começou a acelerar quando eu cheguei na frente
do escritório de meu pai. Depois de um momento para acalmar os nervos, bati:— Entre.
Entrei e fui andando cuidadosamente em direção a ele.
Papai estava sentado atrás de sua mesa de mogno em uma poltrona de couro
preta larga; atrás dele havia prateleiras de mogno cheias de livros que
ele nunca tinha lido. Elas serviam pra esconder uma entrada secreta para o
porão , e um corredor que levava para fora das instalações.Ele desviou os olhos da sua pilha de papéis e os levantou para mim. Seu olhar sempre duro me trazia o calafrio de sempre :
— Sente-se.
Eu me afundei em uma das cadeiras em frente à sua mesa e cruzei as mãos no meu colo, tentando não morder meu lábio inferior. Meu pai odiava isso.
Esperei ele começar a falar. Ele tinha uma expressão estranha em seu rosto enquanto me examinava.
— A Bratva está tentando reivindicar nossos territórios. Eles estão ficando mais ousados a cada dia. Temos mais sorte do que a Famíglia, que também tem de lidar com os motoclubes, mas não podemos ignorar por mais tempo a ameaça que os russos representam.
Fiquei confusa. Papai nunca falava sobre negócios conosco.
Meninas não precisavam saber sobre os detalhes dos negócios. Mas eu
sabia que não devia interrompê-lo.— Temos que colocar nossa rivalidade com a Famíglia de lado e juntar forças, se quisermos lutar com a Bratva e talvez até a Camorra, se o filho do velho Park aparecer pra assumir.
— Paz com a Famíglia?
Pensei em voz alta, antes de conseguir me conter, tamanho foi o meu choque.
Outfit odiava a Famíglia. Eles estiveram matando uns aos outros por décadas e só recentemente decidiram ignorar essa luta em favor de matar os membros de outras organizações criminosas, como a Bratva e motoclubes...
Meu pai interrompeu meu devaneio:— Não há nenhum vínculo mais forte que o sangue. Pelo menos a Famíglia é uma certeza.
Eu fiz uma careta e ele prosseguiu:
— Nascido no sangue. Juramentado no sangue. Esse é o lema.
Concordei com a cabeça, mas minha confusão só aumentava.
— Eu me encontrei com Kim Doyun ontem.
Papai se encontrou com o Capo da Famíglia , o chefe da máfia de do Leste de Seoul? Uma reunião entre Sul e Leste não acontecia há dez anos , e a última vez não acabou bem. Foi chamada de Quinta-Feira Sangrenta.
E meu pai nem era o chefe, ele era apenas um soldado de Kim Hyeon, Capo da Outfit .
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Ligados pela Honra, Kim Namjoon.
FanfictionKim Namjoon é filho do Capo da Famíglia, que manda no leste de Seul. Ele se vê na obrigação de casar pra unir sua família à Outfit (máfia que domina o sul de Seoul), e assim ele conhece Jung Nabi, sua futura esposa, uma moça linda que vai fazer seu...