Capítulo 3: Definitivamente, não.

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Kathryn estava sentada em uma mesa estratégica no restaurante chique que Ethan escolhera, um espaço iluminado suavemente por lustres reluzentes que pendiam do teto alto e ornamentado. As paredes eram forradas com painéis de madeira escura, e o aroma de pratos sofisticados e vinhos finos pairava no ar, criando um ambiente intimista, mas repleto de uma formalidade que fazia o estômago dela revirar um pouco. Ela estava vestindo um vestido justo, de um vermelho vibrante que acentuava suas curvas, com um decote sutil que conferia um toque sexy, mas ainda elegante. O tecido se ajustava perfeitamente ao seu corpo, e ela se sentia poderosa e atraente, embora a situação a deixasse um pouco nervosa.

— Não acredito que você pediu isso! — exclamou Kathryn, quase fazendo a comida deslizar do garfo que estava prestes a levar à boca, o olhar escandalizado estampado em seu rosto. Ela balançou a cabeça, o cabelo solto caindo sobre os ombros, refletindo a luz suave do ambiente. Ethan, por outro lado, parecia mais preocupado com o que estava à sua volta do que com a reação dela.

— Amor, pelo amor de Deus, disfarça! — ele sussurrou, seus olhos varrendo a sala de jantar chique em busca de olhares curiosos.

Kathryn não conseguiu conter uma risadinha cínica enquanto sua expressão se contorcia de incredulidade.

— Isso aqui tem algum tipo de queijo estragado? — Sua voz estava elevada demais para a etiqueta do lugar, e ela fez um gesto exagerado, como se o prato que ela examinava fosse a maior ofensa que já tivera.

— Kathryn! Você precisa ser mais refinada! — Ethan disse, tentando conter o riso enquanto ajustava o guardanapo em seu colo. Ele estava vestido de forma clássica, em um terno cinza escuro que realçava seu porte atlético, e a camisa branca bem passada se destacava sob o paletó, conferindo-lhe um ar de sofisticação que contrastava com a irreverência de Kathryn. — Nunca prestou atenção nas aulas de etiqueta da minha mãe e deu nisso.

Ela soltou um bico, indignada, o olhar entrecerrado.

— Ah, por favor! Como se a "etiqueta" fosse a prioridade número um em uma noite como esta! — Kathryn exclamou, gesticulando dramaticamente com o garfo em direção ao prato que parecia mais uma experiência científica do que comida. — O que há de elegante nisso? Um misto quente gourmet? Posso encontrar algo mais sofisticado em qualquer fast-food da esquina!

Ethan fez uma careta, envergonhado, enquanto desviava o olhar, como se quisesse se esconder sob a mesa.

— Meu Deus... — ele murmurou, a face ruborizada ao notar que ela chamava o garçom novamente, como se estivesse convocando um sacerdote para uma missa de exorcismo.

— Então... — começou ela, com uma expressão que misturava seriedade e sarcasmo. — Você teria como trazer algo mais... comestível, talvez? Algo que não pareça ter sido inventado por um químico doido?

O garçom olhou para ela com uma mistura de confusão e apreensão, enquanto Ethan tentava rapidamente desviar a conversa.

— O que ela quer dizer é que... — ele começou, mas foi interrompido.

— Só traga algo que seja normal, por favor! — Kathryn insistiu, seu olhar firme, quase desafiador. Ela cruzou os braços, como se tivesse acabado de emitir uma ordem real. — Se não for pedir muito, algo que não precise de uma pesquisa científica antes de dar a primeira mordida.

Ethan soltou um suspiro resignado, balançando a cabeça em uma mistura de admiração e desespero. A atitude destemida de Kathryn tornava tudo mais divertido, mesmo em um lugar que exigia um pouco mais de formalidade. O garçom saiu dali um pouco envergonhado.

— Teria sido melhor se tivéssemos ficado em casa — Ethan resmungou, olhando ao redor do restaurante como se esperasse que as paredes escutassem sua queixa.

Última Noite | Kathryn Hahn & Aubrey PlazaOnde histórias criam vida. Descubra agora