Capítulo 5 - Missão impossível

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 Enquanto Steven-gato tentava subir na cabeça de Lápis, ele miou com determinação e apontou a patinha para os outros gatinhos, como se tentasse organizar um plano. Infelizmente, em vez de ajudar, ele atraiu mais gatinhos. Logo, uma maré de felinos rodeava o trio, ronronando em uníssono.

— Maravilha! — Peridot exclamou, exasperada. — Agora o Steven-gato virou líder de uma gangue de gatinhos! Estamos perdidos! 

 Ametista riu tanto que rolou no chão, chorando de rir. — Ele é o rei dos gatos! Miau, majestade! 

 Enquanto isso, Lápis tentava manter alguma dignidade. Ela empurrou Steven-gato suavemente para longe de sua cabeça. — Foco, Steven. Precisamos resolver isso. Mas, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, um gatinho marrom mordeu seu tornozelo. Uma luz azulada envolveu Lápis, e, em um instante, onde antes estava uma poderosa Gem da água... agora havia uma gata azul com expressões igualmente desinteressadas e melancólicas. 

 — LÁPIS! — Peridot gritou, horrorizada. 

 Lápis-gato a encarou, com aquele olhar levemente entediado e julgador que só os felinos conseguem ter. Então, como se desistisse do mundo, ela se enroscou em um canto e começou a lamber a própria pata. Peridot ficou paralisada. 

 — Isso não pode estar acontecendo. Eu sou a única racional aqui agora? 

 Steven-gato miou e saltou para perto da Lápis-gato, ronronando satisfeito. Peridot virou-se para Garnet, a única ali que ainda estava, tecnicamente, na forma original.  — Garnet, faz alguma coisa! Usa sua visão futura!

 Garnet ajeitou os óculos (agora tortos por conta das orelhas felinas que cresciam em sua cabeça) e tentou focar. Seus olhos brilharam brevemente enquanto ela acessava os futuros possíveis... mas, em vez de respostas claras, ela viu milhares de cenários caóticos. Em todos eles, os gatinhos estavam por toda parte, brincando, roubando objetos, transformando ferramentas em brinquedos e... multiplicando-se infinitamente. 

 — Isso é inútil — murmurou Garnet. — Cada vez que prevejo algo, surge um novo gatinho e altera o futuro. 

 Ametista gargalhou tanto que soluçou. — Isso é ouro puro! Garnet não consegue nem prever o futuro por causa de gatinhos!

 Nesse exato momento, um grupo de gatinhos atravessou a rua com latas de lixo na cabeça, derrubando bancas e invadindo uma padaria próxima. Uma nuvem de farinha explodiu, cobrindo a rua enquanto os gatinhos corriam de um lado para o outro, cada um carregando pães e doces como se fossem troféus. 

 — Estamos perdendo o controle! — Peridot gritou, desesperada, ao mesmo tempo que mais gatinhos surgiam do nada, encantados com o caos. 

 — Temos que fazer alguma coisa antes que a cidade inteira vire um gigantesco parque de gatos! — Garnet alertou, respirando fundo e assumindo que não sabia o que fazer, principalmente com tantos gatos escalando seu corpo.

 Nesse momento, Steven-gato tentou miar em um tom inspirador, como se convocasse todos a se unirem. Em vez disso, porém, seu chamado apenas fez mais dois gatinhos surgirem ao seu lado, duplicando a bagunça. Lápis-gato observou tudo com desinteresse, lambendo as próprias patas. 

 Ametista, completamente entregue ao caos, improvisou um plano:

 — Vamos só deixar eles se multiplicarem até a cidade inteira virar uma colônia de gatinhos! Quem precisa de ordem, não é mesmo? 

 — NÃO! — Peridot berrou, sua paciência completamente esgotada. — Isso NÃO É UM PLANO! 

 Peridot respirou fundo e olhou ao redor, tentando manter algum controle da situação. Mas, antes que pudesse traçar qualquer estratégia, mais gatinhos invadiram uma loja de brinquedos próxima, transformando tudo em pequenos ratinhos e bolinhas que rolavam livremente pelas ruas. A cidade inteira parecia mergulhar em um torvelinho de fofura e caos incontrolável.

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