Sim! Mestre Bridgerton

Descobertas

Mais uma temporada já se iniciava, e eu, Penélope Featherington, estava na primeira fila como a mais nova solteirona de Mayfair. Prudence havia se casado há dois anos e já estava à espera do primeiro filho enquanto minha mãe cuidava dos últimos preparativos para o casamento de Philippa. Eu me sentia péssima, e não! não era pela felicidade das minhas irmãs, mas sim porque queria realizar meu grande sonho , me casar e formar uma família. Esse desejo cresceu dentro de mim quando eu conheci a família Bridgerton , eles sempre foram muito amorosos e cuidadosos uns com os outros. Eu queria isso na minha vida!

Na temporada passada fiquei distante de Londres, fui para França visitar minha tia Helena . Lá eu aprendi francês e Italiano, além de desfrutar da linda paisagem da varanda da casa de minha tia e cavalgar todas as manhãs. Tia Helena é uma senhora vivida , muito carinhosa e adora forte piano, graças a ela despertei um carinho especial pelas músicas clássicas e as óperas, e é claro aprendi um pouco da arte do piano. Durante esse tempo, acabei emagrecendo um pouco , ficava tantas horas atenta às lições de tia Helena que até me esquecia de se alimentar. Foi um tempo muito bom, mas estava com saudades de Londres , de Eloise e principalmente do meu querido amigo Colin Bridgerton, o homem que amo deis dos meus 16 anos.

Está noite era o terceiro baile da temporada e resolvi usar o presente que tia Helena tinha me dado. Um lindo vestido verde que atraiu alguns olhares de alguns lordes de prestígio , mas como sempre estraguei tudo, minha personalidade se perde entre meu coração e minha boca e eu falo a coisa errada ou o mais comum, não falo nada.

- Ela realmente não para de beber , não é ? - Pergunta Eloise me tirando de meus devaneios.

- Lady Edith, ela não muda. Ficou pensando o quanto seu irmão sofre com seu desastroso vício. - Comento, ainda olhando para a senhora morena de cabelos escuros com alguns fios grisalhos que estava do outro lado do salão com uma pequena garrafa de bebida em suas mãos, tentando disfarçar o que estava fazendo.

- Seria um escândalo essa informação ser escrita em suas crônicas, na verdade não sei qual informação seria pior já que as sobrinhas dela praticam coisas tão obscenas . - Eloise sussurra próxima a mim.

- Tenho muito decoro pelo Marques Green, ele foi um querido amigo do meu pai e cuidou da minha família após a morte dele. Seria ultrajante demais se ele soubesse do comportamento indecente das filhas, principalmente pelo estado de saúde que ele se encontra. - Caminho meu olhar sobre o grande salão para ver se tem alguém nos ouvindo.

- Melhor mudarmos de assunto , as outras ladys estão nos observando.

- Fico feliz que você tenha vindo, senti sua falta no baile passado.

- Tive que dar uma pequena desculpa para minha mãe, a temporada passada foi um eterno pesadelo, fui tantas vezes para o meio da pista de dança que ainda sinto os calos dos meus dedos doerem. - Sorrimos em uníssono.

- Agradeça aos céus que você ainda tem prospectos de casamento.

Nossa conversa se encerra após escutarmos um tilintar de uma pequena taça que ecoava por todo salão. Meu olhar se encontra com os de minha prima Marina que está com um grande sorriso gracioso de vitória acompanhada do jovem visconde Lewis chamando a atenção de todos.

- Boa noite senhores e senhoras , peço por um momento a atenção de todos. Está noite fui agraciado com a notícia que está bela dama Marina Thompson aceitou meu pedido de casamento.

Todos presentes começam a aplaudir desejando felicidades ao novo casal. Meus pensamentos vagueiam novamente por algumas semanas atrás.

•••

Duas semanas atrás..

Estava em meu quarto escrevendo em meu pequeno diário como faço quase todas as noites antes de me recolher. Até que escuto uma breve batida na porta de meu quarto, ligeiramente escondo meu diário em minha escrivaninha .

- Entre!

- Atrapalho? - Pergunta Marina após entrar em meu quarto.

- Não. - Meu desejo era falar que sim, mas me contenho.

Minha prima Marina estava sendo uma hóspede na casa de minha família a algumas semanas antes da temporada começar. Quando cheguei da casa de minha tia ela já estava aqui, no começo eu realmente achei que ela seria como uma amiga ou até uma irmã para mim, mas me enganei drasticamente. Marina é uma completa libertina, que se comporta como as filhas do Marques Green, Olivia e Amélia.

- Vi o conde Williams conversar com você está noite. É uma pena que você não saiba conversar e muito menos agradar um homem. - Ela dá um pequeno sorriso de zombaria.

- Não sou você Marina e muito menos pretendo ser. - Sinto meu sangue começar a correr apressadamente em minhas veias.

- Por isso perde homens maravilhosos como o conde. Você até tem bons atributos. - Marina fala passando o olhar sobre meu corpo fazendo com que me sinta desconfortável. Mais não sabe usá-los ao seu favor.

- Está irritada porque Colin não caiu em suas garras, e veio aqui me importunar pela sua rejeição?

- O lord Bridgerton é um homem que sabe apreciar muito bem uma mulher, mas não soube desfrutar tão bem da diversão que poderíamos ter se fosse sua mulher.

- Colin é um homem de respeito Marina. - Sinto a pele de meu rosto quente por seu comentário tão atrevido.

- Estou vendo que não conhece tão bem assim seu querido amigo, Pen. Vou conseguir muito em breve um pai para meu filho, enquanto você, continuará com esse seus livros de romances tolos como conforto para esse seu sonho bobo que nunca vai se materializar. - Ela sai caminhando com um sorriso maldoso em seus lábios me deixando sozinha e com uma pequena dor no meu coração por eu saber que tudo que ela disse é verdade.

•••

Meu estômago se revira e sinto meu olhar se inundar, eu quero chorar mas não vou fazer isso na frente de todos e principalmente na frente da megera da minha prima. É por isso que dou uma pequena desculpa para Eloise e caminho para longe da pista de dança.

Entro em um grande corredor que acredito dar em uma biblioteca, até que vejo Colin, indo em direção até uma grande porta, entrando no lugar onde eu iria. Sei que não é descente uma jovem lady estar sozinha com um cavalheiro, mas precisava tanto trocar algumas palavras com meu amigo. Continuo andando, mais paro no meio do caminho e me escondo quando vejo Olivia adentrar no local aonde Colin está.
Levada pela curiosidade, me aproximo tentando escutar o que está acontecendo lá dentro. Após chegar próximo da porta, observo que Olivia deixou a porta entre aberta, qual seria a intenção dela? Será que está planejando algo sujo para enganar Colin? Meu deus tomara que não! Ficou em total silêncio enquanto tento controlar a minha respiração apressada.

- Lorde Bridgerton, você é um homem cativante. Pretende ficar mais tempo aqui em Londres?

- Sim, estava com saudade da minha família. Minhas viagens são intensas e cansativas apesar de eu ter uma grande paixão pelo conhecimento.

- Um homem inteligente, culto e intenso. A mulher que desfruta de sua companhia tem sorte.

- Não costumo ser direto com ladys como a senhorita, mas percebi seus olhares sobre mim a noite toda e acredito não estar enganado.

- Direto , Sr. Bridgerton. Não tinha dúvida que o senhor é um homem experiente.

- Me desculpe decepcioná-la Lady Green, mas como a senhorita disse sou um homem com uma certa experiência e sei o que está tentando fazer.

- Não estou entendendo, Lord Bridgerton.

- A senhorita deixou a porta entreaberta e está tentando me seduzir para me prender a você, mas isso não vai acontecer. Até porque você não foi a primeira a tentar e não será a última. Eu fodo mulheres de verdade Olivia e não meninas como você.

- Como ousa?

- Nossa conversa acaba aqui Lady Green, tenha uma ótima noite.

Após desvendar um lado de Colin que não conhecia , saiu apressadamente para não ser pega em flagrante. Corro tão de pressa, que só percebo que perdi o enfeite de meu cabelo quando chego no jardim. Passo as mãos sobre o mesmo tentando controlar seus fios teimosos que estão colados sobre meu rosto. Meu coração palpitava tão depressa que parecia que iria sair pela minha boca. Estava tão perplexa com as coisas que ouvi, que nem percebi os pequenos gemidos que se misturavam com as águas que desciam da pequena fonte que estava escondida entre os arbustos.