Capítulo 3: A Rosa-Choque: A Égua de Aço

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Simone mal podia acreditar no que via diante de si. Ali estava ela, finalmente completa e pronta para ganhar as estradas: a Rosa-Choque. A moto era tudo que Simone sempre sonhara e muito mais. Cada detalhe, cada curva e acabamento refletiam um trabalho meticuloso, o qual só Jofre, com sua experiência e amor pelas motos, poderia realizar. Com pintura rosa-choque, detalhes cromados que capturavam a luz e linhas que pareciam desenhar a velocidade, a moto estava viva, e seu coração metálico parecia pulsar com uma energia única.

Era de manhã cedo quando Jofre fez a grande revelação. Chamou Simone para a oficina e, com um sorriso enigmático, retirou a lona que cobria a Rosa-Choque. O brilho da moto refletia o primeiro sol do dia, e Simone ficou hipnotizada. Jofre observava em silêncio, orgulhoso e emocionado. Sabia que aquele momento era especial e que representava o começo de uma nova jornada.

"Ela é toda sua, Simone," disse ele, rompendo o silêncio e segurando levemente o ombro dela. "Essa é a Rosa-Choque, sua égua de aço. Que ela te leve aonde o seu coração quiser ir."

Simone sorriu e se aproximou da moto. Passou a mão pela carenagem, sentindo o frio do metal se aquecer com o toque. Era como se a Rosa-Choque estivesse ali, esperando por ela. Sentia-se conectada à moto de uma forma que jamais imaginara.

"Jofre... Eu nem sei como agradecer," ela disse, a voz embargada de emoção. "Isso é mais do que eu poderia imaginar. Você fez dela mais do que uma moto, ela é uma obra de arte, um pedaço de mim e de você."

Jofre balançou a cabeça com um sorriso suave. "Só me prometa que vai tratá-la bem e ouvir o que ela te diz. Essa moto não é só aço e motor, Simone. Ela é fruto de muitos dias e noites de trabalho, sim, mas também da nossa amizade e de um sonho compartilhado."

Os Detalhes da Rosa-Choque

A moto estava equipada com um motor potente que permitia uma velocidade impressionante, mas isso não era o que mais chamava atenção. Cada parte da Rosa-Choque havia sido cuidadosamente personalizada para refletir a personalidade de Simone. As rodas tinham detalhes rosados e cromados, e o chassi era pintado de uma cor que variava entre o rosa e o lilás dependendo da luz. Os detalhes no tanque exibiam desenhos tribais estilizados, que davam à moto um ar feroz e ao mesmo tempo elegante.

Jofre, com seu olhar atento, observou enquanto Simone explorava cada detalhe, desde o assento feito em couro italiano até o painel digital, onde ele havia feito questão de incluir um velocímetro vintage, mantendo o equilíbrio entre o clássico e o moderno.

"Repare nisso," disse ele, apontando para o guidão, onde havia gravado uma frase que ele mesmo dissera a ela muitas vezes: 'A estrada é fiel a quem se entrega a ela.'

Simone sorriu ao ver a frase. Era mais do que um conselho; era uma filosofia que Jofre vivia e agora passava para ela. A frase gravada ali seria um lembrete constante de que a estrada exigia respeito e entrega total.

"E o sino, Jofre?" perguntou Simone, lembrando-se do pequeno amuleto que ele havia lhe dado tempos atrás.

Jofre apontou para o lado esquerdo da moto, próximo ao pedal de câmbio. Ali estava o pequeno sino prateado, preso com firmeza. Ele produzia um som suave cada vez que Simone movimentava a moto, um toque delicado, mas suficiente para ser ouvido. Era como uma proteção constante.

"Esse sino é o seu guardião, e eu sempre estarei por perto. Lembre-se disso," disse Jofre, com um brilho nos olhos que demonstrava sua preocupação e carinho.

A Primeira Viagem

A ansiedade de Simone em testar a Rosa-Choque era tão grande que mal conseguiu esperar o término das últimas instruções de Jofre. Ele explicou detalhes do motor, a maneira certa de manter o controle em curvas mais fechadas e como perceber o momento exato de trocar as marchas. Para Simone, a aula técnica era valiosa, mas a urgência de sentir o vento no rosto e ouvir o ronco da Rosa-Choque sobre o asfalto era ainda maior.

A  Garota da Moto Rosa -ChoqueOnde histórias criam vida. Descubra agora