Capítulo 6

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Dulce Maria Saviñon

Ouvi uma batida na porta e levantei a cabeça, já com um sorriso no rosto. Eu sabia o que estava por vir e mal podia esperar. Levantando-me, deixei o roupão cair um pouco pelos ombros e coloquei meu livro na penteadeira ao lado da porta. Passei a mão no cabelo, afofei-o e dei meu sorriso mais sedutor, pronta para puxar Christopher para a cama mais uma vez.

Mas quando abri a porta, vi Poncho do outro lado. Meus lábios se abriram em choque e rapidamente me cobri novamente.

– Poncho, o que você está fazendo aqui? – perguntei a ele. '

Ele levantou uma garrafa de vinho que estava segurando em uma mão e um conjunto de taças na outra.

– Achei que você gostaria de beber – ele me disse – quer se juntar a mim no jardim?

– Onde está o Christopher? – perguntei, olhando em volta, imaginando o que estava acontecendo. Normalmente, era nessa hora que Christopher descia para me ver e fazer minha parte favorita do dia, mas, em vez disso, Poncho estava aqui. Eu não estava entendendo.

– Ele designou suas tarefas para mim esta noite – respondeu Poncho, baixando a voz sugestivamente. 

Levantei as sobrancelhas.

– Ah, e que tarefas seriam essas? – perguntei, sentindo um pequeno arrepio no fundo de minha barriga.

– Entreter você durante a noite – respondeu ele, e acenou com a cabeça em direção ao jardim – vamos lá. Vamos tomar um pouco de ar fresco.

Tive a sensação de que ele não aceitaria um não como resposta e, honestamente, eu estava intrigada demais para recusar. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas o modo como ele me olhava fazia com que algo queimasse em meu corpo, uma necessidade que eu não podia negar.

Eu o segui até o lado de fora e ele serviu a nós dois uma taça de vinho da garrafa que pegou na prateleira da adega - porque, sim, é claro, esse lugar tinha sua própria adega. Ele tinha tudo, por que não isso também?

Eu me empoleirei na borda da espreguiçadeira em que estava quando ele me viu de topless durante o dia, minha mente acelerada enquanto ele me entregava a taça. Nossos dedos se tocaram por um breve momento, e um choque de eletricidade subiu pelo meu braço. Droga, eu não sabia como iria me controlar. Todos esses hormônios, toda essa luxúria que Christopher havia despertado dentro de mim, parecia que eu não tinha controle sobre eles. E agora, meu corpo também estava desejando Poncho.

– O que você quis dizer com isso? – perguntei a ele, enquanto olhava para o vinho. 

Ele inclinou a cabeça para o lado.

– Do que está falando?

– Que Christopher... queria que você me divertisse esta noite – perguntei. Porque, se fosse algo parecido com o entretenimento que Christopher estava compartilhando comigo até aquele momento, isso significava...

Ele se aproximou de mim, deixando nossos joelhos roçarem um no outro. Deus, ele sabia exatamente o que estava fazendo - o modo como se movia, o modo como se comportava, era óbvio que ele já tinha feito isso um milhão de vezes antes. Eu me perguntava quantas mulheres haviam sido atingidas exatamente pelo mesmo olhar sedutor que ele estava me lançando e quantas delas haviam acabado caindo na cama com ele logo em seguida.

– Acho que você sabe – ele murmurou. Pude sentir minhas bochechas corarem. Ele estava certo, eu sabia. Eu sabia muito bem aonde ele queria chegar. Mas como poderia ser isso? Será que o Christopher... Será que o Christopher não se importava que eu estivesse com ele daquele jeito? Eu achava que isso era sobre ele, ter seu filho, mas talvez...

SOB O MESMO DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora