Capítulo 7

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Christopher Uckermann

Dulce deslizou pela porta do meu quarto, entrando com os braços em volta de si mesma. Deixei de lado os contratos que estava lendo e olhei para ela.

– O que está acontecendo? – perguntei com preocupação. Não gostava de vê-la sem um sorriso no rosto e não estava acostumado a vê-la tão abatida.

– Sinto falta das meninas – admitiu ela.

– As garotas? – perguntei.

– No clube – ela explicou com um suspiro – já faz quase dois meses desde a última vez que as vi. Acho que nunca fiquei tanto tempo sem elas.

Dois meses se passaram desde que ela havia se mudado para a mansão Uckermann. E desde então, muitas coisas mudaram: Ela e Christopher estavam mais próximos do que nunca. Ao mesmo tempo que, ela e Poncho não haviam mais caído em tentação. 

– Isso está afetando você? – perguntei suavemente, minha mente já pensando em como eu poderia animá-la. Quando se tratava dela, não havia nada que eu não fizesse para fazê-la sorrir. Sua energia brilhante, seu calor, essas eram as razões pelas quais eu me sentia atraído por ela, e eu queria fazer tudo o que pudesse para mantê-las o mais completas possível.

– Sim, é – ela confessou – Eu... não achei que fosse me incomodar tanto quanto me incomoda, mas durante todo o tempo em que estive longe delas, não consigo parar de pensar no que está acontecendo lá. Se estão todas bem, se há garotas novas trabalhando lá que talvez ainda não conheçam as regras...

– Você sabe que não precisa se preocupar com tudo isso – murmurei para ela. 

– Não preciso – respondeu ela – mas preciso. Quero que todos eles fiquem bem. Principalmente depois do que aconteceu na boate na noite em que nos conhecemos.

Fiz uma careta. Sim, eu entendi isso. Poncho e eu estávamos nos afastando daquele lugar, não querendo trazer mais caos para dentro das portas. Mas o estrago tinha sido feito e eu tinha certeza de que pelo menos algumas das garotas de lá estavam se perguntando o que diabos tinha acontecido e quais eram as chances de acontecer de novo.

– Deixe-me falar com meus seguranças – sugeri – talvez pudéssemos ir até lá hoje à noite. Você poderia conversar com suas amigas, sair.

– Jura? eu adoraria! – exclamou ela, afastando-se de mim com um enorme sorriso no rosto – você realmente acha que poderíamos? Quero dizer, não seria muito perigoso?

Fiz uma pausa por um momento antes de responder. Eu não sabia exatamente o que dizer a essa pergunta. Sim, provavelmente seria perigoso. O território em que tínhamos entrado com a Pinks estava nos chamando muita atenção, a maior parte dela ruim. Eu havia redobrado a segurança na mansão, para garantir que ninguém pudesse chegar até Dulce, mas fora desses muros, eu não tinha certeza se seria capaz de oferecer a mesma proteção.

Mas uma noite não seria um risco muito grande, seria? Uma noite para que ela relaxasse e se lembrasse de sua antiga vida. Eu percebia o quanto era difícil para ela estar longe de tudo assim, e eu só queria fazê-la se sentir melhor.

– Farei com que dê certo – prometi – Vá se vestir. Vou falar com o Poncho.

Fui comunicar ao Poncho para onde estávamos indo. Ele concordou imediatamente, e encontrei Dulce na porta. Ela havia colocado um vestido vermelho curto e um par de saltos perigosamente altos, o cabelo solto nas costas e os lábios com um gloss vermelho vivo. 

Soltei um assobio baixo por entre os dentes quando a vi, e ela riu e deu uma voltinha na minha frente.

– Você gosta? – perguntou ela, sua voz praticamente borbulhando de excitação.

SOB O MESMO DESEJOOnde histórias criam vida. Descubra agora