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Narração de Isabela

O despertador tocou cedo, e mesmo com o sono, acordei de bom humor. Cada manhã parecia mais leve, mais cheia de expectativa. Saber que o Lorran estava por perto, mesmo que a gente se visse só no fim do dia, fazia tudo parecer mais simples. Eu estava imersa em compromissos com a faculdade e o canal, mas agora esses momentos tinham um toque diferente.

Enquanto arrumava as coisas para a aula, recebi uma mensagem dele:

Lorran: Bom dia, Bebela! Já acordou ou tá enrolando aí?

Sorri para a tela e respondi.

Eu: Já tô de pé, jogador! E você, já foi pro treino?

Lorran: Saindo agora. Te vejo mais tarde?

Eu: Claro! Termino na faculdade por volta das seis. Pode me buscar?

Lorran: Fechado. Até mais!

Com o celular na bolsa, segui para a aula. Direito Penal era um dos temas mais pesados, e o professor não deixava ninguém escapar sem participar. Enquanto tentava focar, minha mente insistia em voltar ao Lorran, em como a gente tinha evoluído tão rápido de amigos para algo mais. Cada mensagem trocada, cada encontro, só reforçava a certeza de que ele era o cara certo.

No intervalo, minha amiga Luísa, que já sabia de tudo, se aproximou e se jogou ao meu lado.

Luísa: Então, o jogador tá te fazendo feliz, né?

Eu: Ele tem essa habilidade. E não vou mentir… parece que tudo tá se encaixando.

Ela riu e me deu um empurrãozinho.

Luísa: É bom ver você assim, Isa. Cê merece.

Conversamos um pouco mais, e depois voltei para a aula. O dia passou entre estudos, debates e anotações, mas sempre com aquele pensamento persistente de que mais tarde eu veria o Lorran. A expectativa tornou a rotina mais leve, e por um momento pensei em como era bom ter alguém para compartilhar essas pequenas partes da vida.

Quando o relógio marcou seis, saí da faculdade e avistei o carro dele estacionado na frente. O sorriso que ele deu ao me ver foi como um abraço. Entrei no carro e, antes de qualquer coisa, me inclinei e dei um selinho nele, que sorriu com o gesto.

Lorran: E aí, como foi o dia?

Eu: Cansativo, mas acho que tô acostumando. E o seu?

Lorran: Cansativo também. Mas sabia que te ver ia me fazer esquecer todo o cansaço.

A gente riu, e ele sugeriu irmos a um café próximo, um daqueles lugares pequenos e aconchegantes que ficam mais tranquilos ao entardecer. Era perfeito para a gente colocar o papo em dia e fugir um pouco das rotinas agitadas.

Sentamos em uma mesa perto da janela, e o cheiro de café fresco misturado com a iluminação suave do lugar criava um clima acolhedor. Eu olhei para ele e percebi como era fácil estar ao lado dele, mesmo em silêncio. Ali, só nós dois, longe da correria e das pressões, tudo parecia fazer mais sentido.

Escolhemos bebidas quentes e um bolo de chocolate para dividir. O ambiente tranquilo fazia com que eu me sentisse à vontade para falar sobre qualquer coisa, sem receio.

Eu: E você, Lor? Tem alguma coisa que queira fazer fora dos treinos? Algum sonho além do futebol?

Ele pensou por um momento, olhando para a fumaça que subia da xícara.

Lorran: Às vezes penso em fazer algo que ajude quem tá começando, sabe? Tipo, talvez um projeto com crianças ou jovens que sonham em jogar, mas não têm as mesmas oportunidades.

A sinceridade nos olhos dele me fez sentir ainda mais próxima. Eu sempre soube que o Lorran era mais do que apenas um jogador focado no próprio sucesso; ele queria impactar a vida de outras pessoas.

Eu: Isso é incrível. Acho que cê seria um ótimo mentor, alguém que inspira.

Ele riu, meio sem graça, e deu um gole no café.

Lorran: Se eu puder ser metade do que você acha que eu sou, já tô no lucro.

Rimos juntos, e aquela conversa me fez pensar em como as nossas vidas pareciam estar alinhadas de uma maneira que eu nunca imaginei. O café ficava mais vazio à medida que o entardecer avançava, e a gente continuou ali, trocando confidências e sonhos.

Eu: Acho que, com você, tudo parece mais possível. Parece até que tô sendo clichê, mas é verdade.

Lorran: Talvez seja isso que a gente sempre procurou. Alguém que faz o outro acreditar ainda mais nos próprios sonhos.

Ele segurou minha mão sobre a mesa, e por um momento, o mundo lá fora não existia. Era só ele, o café e aquele instante que parecia perfeito.

Quando terminamos, ele insistiu em pagar a conta, apesar da minha tentativa de dividir. Do lado de fora, a noite já tinha chegado, e as ruas estavam calmas, com poucas pessoas passando. O ar fresco da noite nos envolveu, e a gente decidiu dar uma volta pelo quarteirão antes de voltar para o carro.

Eu: Sabe que a gente parece um casal de filme, né? Saindo do café, andando de mãos dadas…

Ele riu e passou o braço sobre meus ombros, me puxando para perto.

Lorran: E se for pra ser assim, que seja. Acho que a gente merece viver essa história.

Meu coração disparou, e senti o calor subir pelo rosto. Era raro eu ficar sem palavras, mas ele tinha essa habilidade, de me surpreender quando eu menos esperava. Enquanto a gente caminhava, senti que estava exatamente onde devia estar.

Eu: Obrigada por hoje. Por tudo, na verdade.

Lorran: Quem agradece sou eu, Bebela. Você faz cada momento valer a pena.

Quando a gente chegou de volta ao carro, ele me segurou pela mão antes que eu entrasse. O olhar dele era intenso, e eu sabia que havia algo que ele queria dizer.

Lorran: Isa, sei que tá cedo pra fazer planos, mas… não consigo imaginar nada disso sem você. Parece que agora tudo que eu quero inclui você.

A sinceridade dele me desarmou completamente, e senti o peito aquecer com as palavras.

Eu: Eu sinto o mesmo, Lor. Com você, parece que tudo faz sentido.

A gente ficou ali, parados, como se o tempo tivesse desacelerado só pra gente aproveitar aquele instante.

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Infância Compartilhada- Lorran.Onde histórias criam vida. Descubra agora