Narração de Isabela
O final da tarde estava começando a esfriar quando ouvi a campainha tocar. Meu coração bateu mais rápido, sabendo que era o Lorran. Eu fui até a porta, tentando esconder o sorriso, mas, ao ver ele ali, em pé e com aquele olhar carinhoso, não consegui disfarçar.
Ele se aproximou e me cumprimentou com um selinho, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mesmo sendo um gesto simples, senti o rosto esquentar e o coração acelerar um pouco. Eu sabia que o Gerson era uma das pessoas em quem ele mais confiava no time, então qualquer conselho vindo dele com certeza tinha mexido com o Lorran. E eu não conseguia evitar a curiosidade.
Eu: Então, vai me contar o que o Gerson disse ou vai deixar pra depois?
Ele riu, meio sem graça, mas vi que estava disposto a compartilhar.
Lorran: É engraçado como o Gerson parece saber mais sobre mim do que eu mesmo. Ele me perguntou qual era o meu plano com você, sabia?
Eu: E qual é o seu plano, jogador?
Ele ficou em silêncio por um momento, e vi que ele estava buscando as palavras certas.
Lorran: A verdade é que… eu só sei que quero você do meu lado, Isa. De um jeito que eu nunca quis ninguém antes.
Senti o coração acelerar. A sinceridade no olhar dele me deixou sem palavras por um momento.
Eu: Acho que eu tô nessa mesma página, sabia? A gente sempre foi próximo, mas agora… parece que eu quero isso mais do que nunca.
Lorran segurou minha mão, o polegar acariciando minha pele de leve. Era um gesto simples, mas que dizia tudo o que a gente estava sentindo. A gente decidiu ir para um parque ali perto, onde podíamos conversar com mais tranquilidade, longe das pressões e das expectativas.
Sentamos em um banco à sombra, e ficamos ali, só curtindo a presença um do outro por um momento.
Lorran: Sabe, o Gerson disse que eu tava pensando demais. Que às vezes a gente só precisa arriscar.
Eu: E você concorda com ele?
Lorran: Acho que sim. Porque agora, com você, não quero ficar preso no que pode dar errado.
Dei um sorriso, sentindo o peso das palavras dele. O jeito como ele me olhava, com tanta certeza, fazia todo o medo parecer pequeno.
Eu: É engraçado, né? Como a gente sempre teve essa ligação e, agora, tudo parece… maior.
Lorran: Eu sempre soube que tinha algo especial com você, Isa. Mas a gente nunca teve coragem de dar esse passo.
Eu: Acho que tava esperando o momento certo.
Lorran: E eu tô feliz que esse momento chegou.
A gente ficou ali, em silêncio por um instante, só aproveitando o som das árvores e a companhia um do outro. Sem pensar muito, Lorran se aproximou e me deu um beijo lento, sem pressa, como se quisesse guardar aquele instante.
Quando o beijo terminou, ele encostou a testa na minha, ainda segurando minha mão, como se aquele contato fosse uma promessa.
Lorran: Você é a melhor parte dos meus dias.
Eu sorri, sentindo o coração transbordar de felicidade.
Eu: E você é a minha, Lor.
A gente ficou ali, sem pressa, sabendo que, naquele momento, tudo estava exatamente como deveria ser. O parque ao redor parecia mais calmo, e o silêncio era um aliado, não uma barreira. Com o braço dele ao redor dos meus ombros e as mãos entrelaçadas, eu podia sentir uma paz diferente de qualquer outra que já tinha sentido antes.
Eu: Engraçado, né? Eu sempre imaginei que se um dia a gente chegasse até aqui, tudo seria complicado, cheio de questões. Mas, na verdade, parece tão simples.
Ele sorriu e olhou para o céu, como se estivesse refletindo sobre o que eu disse.
Lorran: Talvez porque a gente já se conhece tão bem. E acho que parte de mim sempre soube que a gente ia chegar aqui, de um jeito ou de outro.
Ficamos em silêncio por mais um momento, e dessa vez fui eu que quebrei o gelo.
Eu: E você tem algum plano agora? Tipo… aonde quer que isso tudo nos leve?
Ele sorriu, aquele sorriso que eu já conhecia desde sempre, mas que agora parecia diferente, mais cheio de intenção.
Lorran: Acho que meu único plano agora é te fazer feliz. Se eu conseguir isso, já vou estar no caminho certo, né?
Ri, tentando disfarçar o quanto ele mexia comigo. Mas, no fundo, aquele comentário fez meu coração aquecer.
Eu: Acho que você tá fazendo um bom trabalho até agora.
A gente riu, e ele me deu um beijo na testa, um gesto que parecia simples, mas que eu sabia que era carregado de significado. Por um momento, pensei em tudo que estava acontecendo, em como a gente tinha saído de uma amizade de infância para algo tão especial. Sentia que, com ele, o futuro era algo em que eu podia confiar.
Lorran: E você? Já pensou em alguma coisa sobre a gente?
Respirei fundo, ponderando como responder. Eu tinha os meus planos – a faculdade, o canal, todos os sonhos que eu queria realizar – e agora eles pareciam ainda mais completos com ele ao meu lado.
Eu: Acho que, pela primeira vez, tenho vontade de dividir meus sonhos com alguém, sabe? É como se tudo fizesse mais sentido quando penso em te contar e ter você do meu lado.
Ele me olhou de um jeito que me fez sentir que ele realmente entendia. Era o tipo de conexão que a gente só encontrava em filmes, mas ali estava, acontecendo bem na minha frente.
Lorran: Seus sonhos também são os meus, Bebela. Quero ver você conquistar tudo.
Eu segurei a mão dele com mais força, e a gente ficou em silêncio mais uma vez, como se as palavras fossem desnecessárias. Então, o celular dele vibrou, e ele pegou rapidamente para ver a notificação. Ele deu uma risada e me mostrou a tela – era uma mensagem do Gerson.
Gerson: E aí, já agradeceu por eu ter dado o empurrão que você precisava?
Dei uma gargalhada e revirei os olhos.
Eu: Acho que você deveria agradecer ele, jogador. Pelo jeito, ele tá torcendo por nós dois.
Lorran: Com certeza vou agradecer. Mas ele não precisa saber todos os detalhes.
A gente riu juntos, e aquela troca descontraída me fez sentir que, com Lorran, as coisas sempre seriam assim – leves, sem cobranças, como se tudo tivesse se encaixado naturalmente.
Eu: Então, já que o Gerson ajudou… vai levar ele pro jantar de comemoração?
Lorran: Talvez. Ou talvez eu só te leve pra jantar. A sós.
Sorri, balançando a cabeça.
Eu: Gostei mais da segunda opção.
Lorran: Sabia que você ia gostar.
Ficamos planejando um jantar, brincando com a ideia de torná-lo algo especial, mas sem grandes pretensões. E, de alguma forma, isso resumia exatamente o que eu queria com ele – algo que fosse só nosso, especial sem precisar de cerimônia.
Antes de se despedir, ele me puxou para mais um beijo, longo e tranquilo, como se cada segundo fosse uma maneira de guardar aquele momento.
Lorran: Então… amanhã, a gente se vê?
Eu: Aham. Acho que agora você não se livra mais de mim.
Ele sorriu, e eu vi o mesmo brilho nos olhos dele, como se ele tivesse encontrado o que também estava buscando.
Lorran: Ainda bem, Bebela. Eu não mudaria nada disso.
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Infância Compartilhada- Lorran.
Ficção AdolescenteIsabela e Lorran cresceram juntos como melhores amigos, compartilhando risadas e memórias na infância. Agora, com 18 anos, Lorran brilha como jogador de futebol do Flamengo, enquanto Isabela luta para equilibrar sua torcida pelo Vasco e o apoio ao a...