Apesar de a caixinha de música ter sido destruída, a sensação de paz foi breve. Nos dias que se seguiram, Ana continuou a sentir uma presença na casa, como se o espírito de Celeste ainda tivesse força suficiente para atormentá-la. E, em uma manhã, ao despertar, encontrou marcas de mãos infantis espalhadas nas paredes de seu quarto. Eram pegadas escuras, como feitas de cinzas, e embaixo delas, uma palavra rabiscada: "Voltei".
Apavorada, Ana buscou por Mariana, que não respondeu aos seus chamados, nem atendeu ao telefone. Quando foi até a casa da médium, encontrou a porta entreaberta e a casa completamente revirada. Em meio ao caos, uma marca na parede formava um círculo com símbolos arcanos – algo que Ana não sabia interpretar, mas que instintivamente relacionou a um portal. Mariana estava desaparecida.
Com medo e em busca de respostas, Ana recorreu aos livros que havia consultado antes sobre Celeste. Em um deles, encontrou uma anotação feita à mão que descrevia algo terrível: Celeste havia marcado com sangue seu pacto com as sombras, garantindo que sua alma permaneceria no plano mortal até que uma nova "guardiã" assumisse sua maldição.
E Ana compreendeu então que, ao tentar destruir a caixinha, ela havia inadvertidamente iniciado um processo de sucessão: o espírito de Celeste agora a perseguia para transferir sua maldição, e se não encontrasse uma maneira de romper esse ciclo, seria ela a próxima prisioneira das sombras.
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As Palmas da Escuridão
HorrorNo coração de uma cidade esquecida pelo tempo, uma antiga loja de antiguidades atraía curiosos e colecionadores. Entre os muitos objetos, uma caixinha de música empoeirada se destacava. Seus detalhes delicados e o brilho opaco revelavam uma história...