Capítulo III

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Nota: Infelizmente, não consegui escrever um capítulo maior. A semana foi corrida demais. Vou me organizar para semana que vem escrever capítulos melhores e maiores.

Ah! Este capítulo contém cena de masturbação. Não totalmente explícita. Há menção também do chicote de penitência usado pelos padres cristãos. 

Portanto, se você não se sente bem com estes dois temas, desconsidere o capítulo!

...

Padre Joaquim me levou até a casa paroquial, que era resumida a uma sala com um sofá de couro marrom e uma cruz enorme de mogno na parede oposta.

Arrastando minhas duas pobres malas, adentrei o ambiente e por duas fagulhas de tempo, pensei seriamente em sair correndo, me embrenhar no mato, e talvez descer alguma colina com as ovelhas.

Eu não queria estar ali. Não ali com ele. Enquanto abandonava as malas na porta e padre Joaquim apontava quais eram os cômodos — a minha direita, uma porta levava a um corredor, que, por sua vez, indicava dois quartos e um banheiro, já no lado esquerdo, ficava a cozinha e a lavanderia —, virei o rosto, à esquerda, porque, perto da porta que dava acesso a cozinha, uma janela pequena deixava a planície nua abaixo do sol moribundo. Naquele horizonte, uma casinha despontava solitária, fugindo do pequeno aglomerado ao redor da igreja.

— O que olha? — padre Joaquim percebeu minha total inércia empática diante de sua fala explicativa sobre o que cada cômodo tinha.

— Aquela casa é de quem?

— Falecido Preston. Por quê?

— Ah! — pigarrei ao perceber que eu teria a visão de Cecília me encarando ao colocar suas roupas íntimas no varal.

Aquilo cutucou meus pobres instintos.

— Ela vive sozinha, não é mesmo? — uma ligeira coceira foi ativada no meu pescoço e não consegui controlar, fincando as unhas na pele.

— Cecília é uma boa mulher. Creio que logo, o viúvo Jaimes fará uma oferta.

— Oferta?

— Claro, bom rapaz! Estamos nessa vila, não naquela cidade que você vivia. Aqui, os casamentos são acordos necessários.

— Diz que ela será cortejada por outro velho estúpido?

— Padre Charlie, isso é jeito de falar?

— Eu disse alguma mentira? Já não basta o velho que acabara de morrer? Cecília não merece algo um pouco melhor e menos enrugado? Dependendo de quem é esse tal Jaimes e a idade, é provável que nem consiga consumar o casamento. Diga-me, padre Joaquim, é assim que cuida de seu rebanho de ovelhas? É assim que cuida da sua pobre ovelha Cecília, a deixando ao vento? Nenhum bom pastor deixa suas ovelhas abandonadas a própria sorte.

— O que sugere, rapaz? Você não sabe nada sobre a nossa vida. Trate de se acostumar com nossos costumes, ou mandarei uma carta para o bispo, pedindo que você volte para o lugar que pertence.

Me calei, porque conversar com o padre Joaquim sobre sua conduta infame não me traria bons frutos. Meus olhos se voltaram para a janela novamente. Se eu avistasse qualquer velho babão indo para lá, eu daria um jeito de impedi-lo.

...

A casa paroquial parecia abandonada. Além do sofá velho, havia mesa e duas cadeiras, pia, fogão — que, de tanta ferrugem, temi contrair tétano —, e uma geladeira que tinha o dobro da minha idade. Nos quartos, cama, armário e mesa de leitura. Só! Tudo ali era rústico, velho, esquisito, um tanto macabro para meu gosto.

Holy Water - Nicholas Alexander Chavez fanfic - PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora