Holy Water - Nicholas Alexander Chavez fanfic - PT-BR

Capítulo V

Notas: Essa parte é sobre a troca de cartas de Charlie e Cecilia.

Este é o ponto de ruptura de alguns sentimentos de ambos, pois, pelas cartas, eles acabam se deixando envolver e expressando seus reais instintos. de agora em diante, os capitulos terão mais cenas sensuais e algumas dessas cenas serão dentro da igreja, pois é o unico lugar seguro que Charlie tem para fazer coisas não tão puras assim. Espero que goste do capítulo e se possivel, diga o que achou dele. Eu gosto de escrever romances epistolares, mas é a primeira vez que exponho isso ao público. Então, ficaria grata em receber algum feedback sobre essa forma de escrita, que tanto admiro.

...

Por alguns dias, trocamos cartas como o combinado. Eu estava determinado a passar para o papel, meus sentimentos, sem me culpar e sem que Cecília percebesse que as palavras eram minhas, realmente.

Deixei a primeira carta no confessionário, além de um bilhete, afirmando que o tal Alexander seria meu irmão gêmeo. Eu não estava com plena convicção que aquele plano daria certo, mas precisávamos tentar.

Uma coisa era certa em meio a toda incerteza: Cecília leria as cartas apaixonadas que eu estava escrevendo e, de alguma forma, mostraria algum interesse.

"Minha querida Cecília,

Cada linha que escrevo, não são meras palavras expostas, mas o contorno de seus olhos, um reflexo etéreo de tudo que imagino em você. Não sei o timbre da sua voz, nem o toque da sua mão, contudo, de algum modo inexplicável, tenho vivido como quem caminha guiado por uma promessa silenciosa.

Desde que soube sobre você, estou mudado. É como se cada pôr do sol desenhasse o contorno de seu rosto no horizonte, uma silhueta delicada, quase tangível, que dança em minha mente, enquanto me esforço para decifrar cada traço seu. Penso em como é seu riso. Será suave ou tempestuoso? Como seus olhos responderão ao som do meu nome? Ternos ou atentos?

Confesso que já não consigo andar sem pensar na estrada que me leva a você. Sinto que você é o repouso ao qual pertenço, o lar onde minha alma deseja se abrigar. Em sonhos, você é uma estrela distante, iluminando meu coração, mesmo que de longe, conduza meus passos a um amor que ainda não vi, mas que já se moldou em cada pedaço do meu ser.

Espero que você esteja bem, e que, de algum modo, essas palavras cruzem o espaço entre nós e acendam em você uma chama igual à que sinto arder em meu peito. Quando, enfim, nossos caminhos se unirem, espero traduzir, em olhares e gestos, tudo aquilo que, neste instante, ainda só posso anunciar em palavras.

Aguardo sua carta, amada Cecília, como quem espera o alvorecer.

Com veneração, desejo e promessa de um casamento feliz, me despeço com todo o afeto que meu coração pode conter.

De seu noivo, Alexander."

...

Depois, Cecília me respondeu. Eu esperava palavras vazias, sem nexo. Mas sabendo que as vizinhas tomariam posse das cartas, minha noiva de mentirinha caprichou. Para meu desespero.

"Alexander, 

Ainda não sei como chamá-lo, além de seu próprio nome. Talvez, você possa sugerir algum nome particular e íntimo. Fico feliz que me chame de querida, pois já o estimo, de fato.

Suas palavras chegaram a mim como se fossem sopros de um vento suave, carregando seus pensamentos até meu coração. São notas de uma melodia distante, mas que reconheço. Você sabe que para mim, seu rosto é apenas um vislumbre opaco, uma presença sem forma. Entretanto, ao ler suas bonitas palavras, senti como se algo se acendesse. Uma faísca tímida, que encontrou o lume certo para arder.