Capítulo VII

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Nota: Olá, eu termineir a fanfic, porém, não vou conseguir publicar todos os capítulo, hoje, como programado. Eu farei isso na segunda-feira. Espero que entendam.

Boa leitura!

...

— Você é um menino santo, sabe disso. — mamãe entrou na casa paroquial com um sorriso que migrava de uma orelha a outra.

Já eu, andava como mendigo, sem esperança de esmola, faminto, exausto, confuso e... apaixonado.

Toda vez que eu molhava meus lábios, o gosto de Cecília brotava de alguma região ainda não explorada por minha língua. Ali, seu sabor era revigorado, mas se esfarelava sem que eu pudesse senti-lo por mais tempo.

Eu precisava ver e sentir Cecília, o mais rápido possível.

— Ficará aqui por quanto tempo? — insisti na pergunta, mesmo sabendo que mamãe afirmara que moraria comigo, até sabe-se lá Deus.

— Já falei que ficarei com você, aqui. Ora! Ora!

— Não creio que gostará do lugar. A vila é mórbida, mamãe.

— Deixe de tolice, filho. No caminho, fiz algumas amizades. Ouvi falar de um tal Alexander, muito parecido com você. Não entendi muito bem a questão.

— Bobagem! — sorri sem ânimo. — É uma brincadeira que criei para entreter os aldeões.

Uma hora antes, Alexander tomara o rumo da planície e seu vulto se perdera além do horizonte. Cecília — como combinamos —, chorou a falta do amado. Com braços abertos, diante de um punhado de fofoqueiros, ela jurou amor eterno.

As vizinhas lamentaram e praguejaram Alexander. Os velhos homens cochicharam um pouco, por piedade da pobre noiva. A outra porção, bem maior da conversa, era sobre que ela agora poderia ser, novamente, um alvo fácil para abutres sem esposa.

Voltando minha mente ao presente momento em que minha mãe examinava as coisas da casa, bocejei e cocei as pálpebras, esperando que ela tivesse um pingo de sensatez e me deixasse descansar. Mal sabia ela que meu desígnio era pular a janela e correr até Cecília, que — se eu estava certo de sua rotina —, ajeitava as coisas no celeiro, enquanto conversava com patos e ovelhas.

— Está cansado demais. — mamãe se aproximou e tomou minhas bochechas. — Parece magro, se olhar bem de perto. — ela arregalou os olhos. — Não anda se alimentando bem. Aquela menina infeliz não estava te ajudando?

— Padre Joaquim morreu a poucos dias, mãe. Ainda estou de luto.

— Ah, entendo. Mas farei uma bela janta para você.

— Não se preocupe, estou sem fome.

Ela não precisava saber o tipo de fome que me consumia por dentro.

Mamãe entrou na precária cozinha, resmungou algo inaudível e dei dois passos em direção ao corredor, para correr e me trancar no quarto. Contudo, os sentidos aguçados de minha mãe foram mais ligeiros.

— Está indo para qual lugar?

— Ah! Preciso descansar, mãe. Estou esgotado, sinceramente.

— Sente-se! Quero te contar como foi a viagem.

Eu estava rumando a mesa — porque era difícil simplesmente desobedecer a própria mãe —, quando a porta recebeu dois leves socos. Após passos largos, abri a porta: se tratava das vizinhas fofoqueiras.

Eu temia que elas soltassem palavras comprometedoras, entre uma cuspida de saliva e outra. Então, as encarei, como um padre encara uma pessoa que será exorcizada.

Holy Water - Nicholas Alexander Chavez fanfic - PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora