Raro Diamante

Prólogo

O espelho refletia um rosto estranho, contorcido por uma emoção que transcendia a compreensão. Os olhos, antes serenos, agora brilhavam com uma intensidade que beirava o delírio. Um sussurro, como uma serpente sibilando, ecoava nos corredores da mente, distorcendo a realidade em um labirinto de sombras e dúvidas.

Era a sanidade um mero construto social, uma ilusão frágil diante das forças que moldavam a existência? Ou seria a insanidade a chave para desvendar os mistérios que a humanidade tanto temia? Os livros de psiquiatria ofereciam diagnósticos e tratamentos, mas não podiam explicar as visões que se repetiam noite após noite, as sensações de ser observado por uma presença invisível.

As antigas lendas, por sua vez, falavam de mundos paralelos, de entidades obscuras que habitavam as sombras e influenciavam os destinos humanos. Eram apenas mitos? Ou havia uma verdade oculta por trás dessas narrativas, uma verdade tão aterradora que a humanidade preferia enterrá-la nas profundezas da sua consciência?

A linha entre o real e o imaginário se tornava cada vez mais tênue. O que era sonho e o que era realidade? As vozes que ecoavam em sua mente eram frutos de uma mente perturbada ou sussurros de um mundo oculto? A loucura, então, não seria uma doença, mas uma porta para um conhecimento proibido, um portal para dimensões além da compreensão humana?

A cada noite, a mesma pergunta ecoava em seus pensamentos: até onde a mente humana era capaz de ir? E quais os limites da realidade? As respostas, se é que existiam, estavam escondidas nas profundezas da sua própria mente, aguardando para serem descobertas. Mas, ao se aventurar nesse labirinto mental, ele sabia que poderia nunca mais encontrar o caminho de volta.