Hidden (Adaptação FayeYoko)

مخفي

Ligeiramente mais otimista do que no dia anterior, Yoko acordou naquela manhã mais tranquila também sobre sua presença naquela mansão, do que nos outros dias. Parecia então uma trégua real sobre qualquer coisa correlacionada a Faye, ainda se lembrava de vê-la na noite anterior ao chegar tão cansada de uma expedição de dia inteiro no Cairo, estavam planejando muito em tão pouco tempo, além de focar nas buscas, ainda tinham a visita tão proibida a Cidade dos Mortos que traria a pimenta tentadora do perigo naquela manhã.

Intimamente ela assumiu que não estava assim tão eufórica para aquele passeio inadequado, sabia que era outro nível de perigo já presenciado e que iriam para aquilo por vontade e escolhas próprias, nada além daquilo. Se algo de errado acontecesse, era responsabilidade deles mesmos por se arriscarem a entrarem no perigo.

Usualmente alinhada e devidamente de pele coberta, calça social, trajando blusa de seda até os pulsos e tênis baixo de maneira mais despojada, a historiadora desceu para o café da manhã com seus amigos, Faye avisou que não iria acompanha-los naquela manhã, e pareceu recair nela uma onda tranquilizante. Confessava que tinha um novo fascínio para descobrir o rosto da mulher, mas também se estressava intimamente quando estavam no mesmo ambiente porque era frustrante demais para si sua curiosidade ser tão incontrolada a ponto de influenciar em suas ações.

— Vamos nos reunir um pouco mais tarde para continuar nossas traduções? – Ela questionou Ursel baixinho, seus olhos castanhos refletindo através das lentes de seus óculos tão inseparáveis.

— Claro, basta que tenhamos um tempinho depois do café e vamos continuar nossa pequena jornada para desvendar o poder da dona dessa mansão, após o almoço começamos a nos arrumar para a cidade dos mortos. – A maneira que Ursel respondeu fez Yoko lhe esboçar um leve sorriso de canto. Voltou sua atenção a xícara de café e pequenas torradas, tendo um vinco na testa e olhos concentrados em seu café enquanto seus companheiros de trabalho falavam animadamente a sua volta sobre o que esperavam daquela visita e do quando algumas coisas seriam restritas.

Yoko Apsra beirava os 29 anos, ironicamente era bem diferente de ser uma mulher divertida e atrapalhada o tempo inteiro, mas as coisas saíram do controle quando pisou no Egito e se viu em meio a uma comédia fúnebre. Os traços de envelhecimento eram pequenos e quase imperceptíveis, mas já lhe estampava as covinhas do rosto, tinha uma pequena cicatriz no queixo, quase não notável se não erguesse o rosto, conseguiu aquilo se divertindo quando pequena, marca que levava para sempre, o que no fim não era de todo mal, dava-lhe uma pitada madura de charme, os lábios levemente carnudos pressionados eram sempre tão cerrados como se ela se proibisse de falar insanidades, os olhos castanhos sagazes e velozmente ferozes em busca de novidades que alimentasse sua voraz vontade de saber muito o tempo inteiro eram completados pelas lentes e a armação levinha dos óculos que lhe dava uma evidente aparência de mulher atraente e intimidante, que invariavelmente não passava despercebida a ninguém. O ar intelectual também aspirava a quem lhe notava com atenção uma postura que expunha de si algum detalhe quase arrogante, soberbo, mas no fundo era tão calma e atenciosa como a maioria de seus amigos historiadores.

Não tinha em si a postura majestosa de Faye, até porque não era de família real alguma, mas em si quando equilibrada e suavemente concentrada se portava elegantemente, tanto em como falava com propriedade daquilo que sabia, como na maneira em que sempre se vestia com elegância por hábito e não por ser forçada a fazê-lo por estar longe de seu país.

De todos os detalhes, aquele era de longe o mais tranquilo a ser lidado: as roupas.

Não era sacrifico nenhum ser elegante para aquela mulher.

Se remexendo em seu lugar com pensamentos que lhe trouxe certa perturbação, ela sentiu o olhar de Gold em si.

— Você conseguiu dormir bem noite passada? Eu me senti tão estranho. – Ele comentou lhe oferecendo frutas. Yoko negou, pensativa sobre como dormiu bem, era até mesmo irônico.