Hidden (Adaptação FayeYoko)

Demons part I

Fayeokitas, o cap original é GIGANTESCO e, por esse motivo, optei por dividí-lo em duas partes para não ficar tão cansativo. Espero que gostem!

Narrador POV

Mesmo que não permitisse citar em voz alta, Faye sentia todos os dias a angústia de não ter Lux por perto, e motivada por essa falta ela se agarrou a única oportunidade que seu corpo e mentalidade encontrou de se livrar de pensar naquela sensação ruim todos os dias, Yoko havia se tornado mais do que um pequeno pretexto para lhe tirar da órbita enlouquecida que era sua vida desde o momento em que se tornou madura o suficiente, anos atrás, para entender que não era uma jovem normal que podia viver sua vida naturalmente.

Sua insegurança de dias atrás quando estava naquele meio de negações para não se entregar a uma possibilidade havia se tornado enevoada, sentia-se bem em ter a presença de alguém, e mesmo que não gostasse de pensar e assumir o fato, sentia-se bem com a presença da historiadora lhe citando banalidades e sendo inadequada em todos os momentos em que via uma brecha para ser. Gostava do fato de que ela entendia quando devia parar e se afastar, e da maneira em que não insistia para que falasse nada que seu ego precisava ouvir.

A princesa era movida por excentricidades, sua postura arisca em situações que necessitavam de seriedade era oposta quando ela não tinha nada a pensar que não fosse na eminência da presença da historiadora, talvez ter medo de ser pega com outra mulher dentro de casa fosse menos aterrorizante do que pensar em mortes a maior parte de seu tempo, e mesmo que não conseguisse assumir ainda, a mulher gostava bastante que seus problemas estivessem sendo um pouco esquecidos porque sempre foi odioso viver em função, não de medo, porque ela realmente não o tinha, mas do inesperado.

O inesperado que Yoko estava lhe mostrando gradualmente parecia mais tentador do que o inesperado de sua própria vida conflituosa.

O poder de convencimento de Yoko estava se aprimorando com o tempo, mas ainda não era tão conclusiva, o fato de estar dormindo em seu quarto só naquela noite a fez incomodada, na noite anterior estavam juntas, naquela Faye alegou com um pouco de incertezas que parecia cansada demais para que passassem a noite juntas, não que em seu íntimo ela não quisesse pelo menos a presença de Yoko para dormir, era só um temor intrínseco de que iam depressa demais em direções que ela não conseguia reconhecer, não ainda.

Em meio a uma insônia completamente perturbadora, Yoko saiu de seu quarto esfregando suas pálpebras com as palmas, colocando seus óculos sobre o nariz e regulando as hastes para enxergar melhor os corredores pouco iluminados com a luzes baixas em seus tons alaranjados deixando em si uma sensação trepidante, uma união tão tentadora de temor ao inesperado, e desafio por estar em um lugar que parecesse em seu todo tão grandioso.

Mesmo depois de tanto tempo, ainda não conseguia acreditar que estivesse em Cairo, em uma mansão tão decorada com a magnitude esplendorosa do que havia de melhor no Egito, dormindo em lençóis tão macios e bem cuidados, sendo tão bem tratada por mulheres em seus hijabs coloridos, depois de ter estado a noite passada com a última princesa viva do país, a impossibilidade das situações tropeçavam em sua consciência tão violentamente que às vezes ela temia que acordasse em Connecticut, olhasse para seu relógio de cabeceira descobrindo que precisava acordar para suas aulas de doutorado.

Tornava-se inacreditável ainda mais quando se recordava que quase foi morta pela mesma princesa.

As ameaças que havia sofrido no primeiro dia ainda lhe trazia sensações arrepiantes, o homem morto fingidamente, Lux tentando livrar seu rabo de toda a confusão, as ameaças nos corredores, Faye lhe agarrando pelo pescoço como se pudesse matá-la. Recordar-se da segurança corajosa que entrou em seu quarto para sussurrar-lhe as mentiras a fez sorrir tristemente, queria tanto vê-la antes de acordar daquele sonho. Tudo parecia caminhar tão bem para um bom fim, não que deixasse de pensar que a princesa corria seus perigos, mas estava tão otimista que a ajudariam a sair daquela situação, que nada a tornava menos inconsequente e corajosa do que antes.