À medida que a batalha em Times Square avançava, a situação só piorava. Mesmo com o esforço de Harry e Mike para conter as criaturas, mais e mais monstros surgiam das sombras, como se o próprio inferno estivesse abrindo suas portas no centro de Nova York. Criaturas grotescas, com garras afiadas, olhos incandescentes e formas contorcidas, emergiam em número crescente, cercando os dois agentes enquanto gritavam em fúria.
Harry estava começando a sentir o peso da batalha. Suas mãos tremiam enquanto ele mantinha o escudo de luz para proteger os civis atrás dele, mas a energia começava a vacilar.
— Mike, tem mais vindo da direção norte! — ele gritou, tentando não deixar o cansaço transparecer.
Mike, com o rosto ensopado de suor, olhou ao redor, vendo as ruas se enchendo de monstros que pareciam devorar o próprio medo que tomava conta das pessoas.
— Eu sei! Droga, não vamos dar conta se continuarem assim — ele disse, seu olhar sério. — Esses malditos estão se alimentando do medo da cidade inteira.
Um chamado urgente no rádio trouxe mais más notícias.
— Elena aqui. O Central Park está completamente tomado. Temos criaturas avançando em todas as direções, e os soldados não estão conseguindo manter a linha. Precisamos de reforço, agora!
Harry apertou o punho ao ouvir a voz de Elena, lutando para manter a calma.
— Nós estamos presos aqui, Elena! A Times Square está um inferno. Qualquer reforço vindo da agência? — ele respondeu, mesmo sabendo que as chances eram mínimas.
O silêncio no rádio foi interrompido por Bayle.
— Perdemos comunicação com metade da equipe. Chinatown e o Lower East Side estão... devastados. Relatos de civis caindo em massa. Eu... nunca vi algo assim.
Harry respirou fundo, sentindo a pressão esmagadora da responsabilidade.
— Mike, não temos escolha. Temos que limpar Times Square rápido. — Harry disse, reunindo suas forças. — Vou tentar liberar mais energia.
— Você vai se acabar assim, Harry! — Mike respondeu, com um brilho de preocupação nos olhos. — Mas, se é isso ou perder a cidade, então... estou contigo.
Harry concentrou toda a força que restava em seu corpo, sua forma angelical emergindo aos poucos, enquanto ele se preparava para lançar uma onda de luz poderosa. De repente, ele soltou um rugido, e uma explosão de energia se espalhou pela praça, queimando os monstros ao redor em uma chama radiante.
Por um momento, o silêncio pairou no ar, mas logo o caos voltou. As criaturas pareciam estar se multiplicando, e Harry percebeu o quanto estavam em desvantagem. Eles estavam cercados.
No rádio, uma mensagem sombria veio de Sarah.
— A agência está comprometida. Criaturas estão entrando pelo norte e avançando. Estamos tentando manter a resistência, mas... não temos como segurar. A barreira falhou.
O mundo parecia desmoronar ao redor deles. Harry sentiu uma onda de desespero tomar conta, mas sabia que precisava continuar. Mais uma vez, ele se preparou para lutar, mas, no fundo, entendia a realidade: eles estavam lutando contra um inimigo impossível, que só se tornava mais forte a cada segundo que a noite avançava.
Mike, ainda ofegante, olhou para Harry.
— Talvez não saímos dessa, parceiro. Mas, se for pra ser assim, que seja lutando, como sempre fizemos.
Harry assentiu, seus olhos firmes, mas tristes. Ele ergueu a cabeça, observando as luzes brilhantes de Nova York ao seu redor, agora tingidas pelo caos e pelo desespero.