Capítulo 4

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O sol já iluminava o quarto quando Elena despertou, ainda envolta nos braços de Harry. Eles estavam enroscados no lençol, como se o sono pudesse protegê-los dos desafios que o novo dia traria. Ela se mexeu devagar, esticando-se para olhar o relógio, antes de soltar um suspiro profundo.

— Bom dia, marrentinha — Harry murmurou, ainda com os olhos semicerrados.

Elena sorriu, apesar do peso que sentia no peito. Hoje era o dia de voltarem à mansão de Reginald, pai de Kora, o que trazia lembranças nada fáceis. Ela sabia que enfrentariam algo grande e, no fundo, não se sentia pronta.

— Bom dia. Acho que nenhum café vai dar conta do tanto que a gente precisa hoje — respondeu ela, tentando soar leve, mas seu tom não escondia a preocupação.

Harry a puxou um pouco mais para perto, beijando sua testa.

— Vamos encarar isso juntos, como sempre. Além do mais, se precisar, eu faço o café extra forte.

Elena deu uma risada fraca e se levantou, indo até a cozinha enquanto Harry a seguia. Eles dividiram o café da manhã, trocando poucas palavras, ambos cientes da missão pesada que aguardava. Ao se vestirem, trocaram olhares de apoio silencioso, tentando se preparar mentalmente para o que enfrentariam.

No caminho para a agência, o clima estava tenso, mas a presença um do outro ajudava a suavizar a ansiedade.

— Pensei que a gente nunca mais teria que pisar naquela mansão — Harry comentou, quebrando o silêncio, com um toque de desconforto.

— Também achei — Elena suspirou. — E mais ainda com a possibilidade de Reginald estar vivo e ativo... é como um pesadelo voltando à tona.

Ao chegarem à agência, foram direto ao centro de operações, onde encontraram Kora e Madelyn já se preparando para a missão. Mike chegou logo em seguida, trocando olhares com Kora, mas sem dizer nada. Todos sabiam o quanto aquele dia seria difícil, e estavam prontos, mesmo que a ansiedade estivesse à flor da pele.

Elena tomou um gole de café, observando a interação de longe, mas mantendo-se atenta.

— Bom dia, pessoal — ela murmurou, tentando se manter calma apesar do peso do dia.

Mike se aproximou de Harry, como quem não quer nada, mas com uma expressão meio preocupada.

— Aí, mano... o recruta quer ir com a gente na missão — comentou Mike, tentando soar casual.

Harry balançou a cabeça imediatamente.

— Não, cara. Essa missão é complicada demais. Não é o tipo de "aprendizado" que ele precisa agora.

— Ah, mas é uma oportunidade perfeita pra ele ver como é o trabalho de campo real — insistiu Mike, com um sorriso que não convencia.

Harry ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços.

— Ou pra ele acabar morto. E outra... vou explorar uma parte da mansão sozinho. Você vai ficar com a Kora, lembra? É a chance de conversar com ela sem distrações.

Mike olhou para o chão, visivelmente desconfortável.

— É, eu sei. Mas agora não parece o momento certo, sabe? Ela... tá muito abalada com tudo isso.

Madelyn, concentrada, assentiu quando Elena colocou a mão em seu ombro.

— Fiz o reconhecimento com o drone hoje mais cedo e... — ela pegou o controle e apontou para a tela, que começou a exibir as imagens granuladas. — Veja, a mansão está totalmente abandonada. Sem sinal de movimento ou qualquer presença recente.

Sombras e PesadelosWhere stories live. Discover now