Um racha e um beijo

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Hobi me convenceu a ir assistir ao racha que os meninos fariam naquela noite. Eu não estava gostando muito da ideia, na minha cabeça, aquilo era muito perigoso e me dava uma certa aflição. Eu sentia que alguém iria se machucar a qualquer momento.

Mesmo com uma certa angústia sem sentido no peito, me vesti com a roupa que meu melhor amigo comprou para mim, era tão...Jung Hoseok.

Como nenhum de nós dois queria ir de bicicleta, Hobi pediu para a tia Minsoo nos levar até lá. Teria sido ótimo se ela não tivesse ido o caminho inteiro falando que deveríamos usar camisinha. Será que um dia ela aceitaria que eu não estava transando com o filho gay dela?

Tia Minsoo era uma mulher incrível. Ao contrário do que outros pais fariam naquela situação, ela não discursou sobre os perigos que poderíamos estar correndo. Só nos disse para aproveitarmos bastante e foi embora, nem acenou com a mão antes  de sair cantando pneu. O lugar era um pouco afastado da parte central da cidade, em volta era completamente deserto, tinha alguns carros e motocicletas na entrada e muita gente da escola estava ali.

Quando entramos, fomos recebidos por Jin, Tae e Jimin, que nos aguardavam. Era estranho ver eles com roupas tão casuais. Eu não costumava frequentar os mesmos lugares que eles, então sempre os via de uniforme. Recebi muitos elogios pela minha roupa naquela noite e Hobi ouvia tudo com um sorriso convencido, como se estivessem elogiando a ele.

— Olha só, você veio. — Yoongi apareceu e deu um beijo rápido da bochecha de Hoseok, me ignorando completamente. Meu amigo estava incrivelmente vermelho, coisa rara de se ver. Todo bobinho por causa do Min.

— Pra tudo tem uma primeira vez, certo? — Um silêncio se instalou ali dando um certo duplo sentido para a frase do Jung que, visivelmente ficou meio sem jeito.

— Ah, com certeza... — Yoongi respondeu intensificando o duplo sentido daquela conversa. E a plateia apenas ficava de olho naquela interação (Eu, Tae, Jin e Jimin. Mais ninguém ali se importava. Ninguém mesmo).

No mesmo minuto, duas figuras altas se juntaram a nós. O gostoso do Kim Namjoon e o maltrapilho do Jeon Jeongguk. Porque eu sempre lembrava daquele maldito sonho quando o via? Que droga! Eles nos cumprimentaram e logo a implicância começou.

— Quem trouxe uma abóbora gigante pro racha? — Jeon me provocou, debochando da camiseta laranja que Hobi me fez vestir.

— Ô, bife de rato, por que você não desce um escorregador de facas e cai numa piscina de álcool?

— E por que você não coça sua bunda com um serrote?

— Estou esperando você enfiar um rojão no cu e sair voando, paquita do capeta! — Eu perdia facilmente o controle perto dele, estava a ponto de avançar, mas Hoseok me segurou.

— Vocês são divertidos. — Foi o que Jin disse antes de chupar seu picolé roxo.

Os meninos procuraram remediar a situação nos afastando um do outro. De qualquer maneira, a corrida ia começar. Meu coração estava acelerado e apreensivo com medo de que alguém se machucasse ali. Eles não competiriam entre si, mas sim com alunos de outra escola que andavam em motos monstruosas. Como eles conseguiam gostar daquilo?

Yoongi fazia companhia a Hobi enquanto a vez dele não chegava. Os dois seguravam as mãos e ficavam aos cochichos enquanto olhavam as motos correndo como loucas, deixando marcas na pista. Era bonitinho ver os dois daquela forma, Hobico finalmente estava tendo a interação que tanto desejava com o Min.

Jeongguk fazia barulho conversando com Jimin e Tae. Jin estava ao meu lado e assistia tudo em silêncio e, por algum motivo, Nam não estava ali. Olhei para os lados tentando encontá-lo na multidão, mas falhei.

— Hobi. — Sussurei no ouvido dele e esperei ele olhar para mim. — Preciso ir ao banheiro, vem comigo?

Hoseok avisou a Yoongi que voltaria logo e se levantou comigo sem dizer mais nada, às vezes, até que ele sabia ser discreto. Ele me acompanhou a um daqueles banheiros químicos nojentos e me esperou na porta. O que a necessidade não faz com a gente, aquilo parecia um chiqueiro.

Quando estávamos voltando para os nossos lugares, por trás da arquibancada, vi Namjoon aos beijos com uma menina da escola rival. Os dois estavam a ponto de se engolir. Eu não podia negar, estava incomodada com aquela cena, mas não tínhamos nada sério, certo? Ele não me devia fidelidade. Não era meu namorado.

— Que merda, hein, Jae? — Hoseok comentou com expressão chateada. Me adiantei em sorrir para ele mostrando que estava tudo bem.

— Tá tudo bem, Hobi, não tem nada sério acontecendo entre nós. — Tirando o fato de que ele foi minha paixão secreta por muito tempo.

Ambos nos recompomos e voltamos para onde o restante dos meninos estavam. E, para a minha alegria, a porcaria do Jeon sairia de perto de nós porque era a vez dele. Não entendi porque meu coração acelerou quando ele subiu na moto.

Ele parecia voar naquela moto, acelerava cada vez mais e, ao meu ver, ele devia pensar que ainda não era suficiente porque ele ia ainda mais rápido a cada volta dada. Eu estava prendendo a respiração sem nem me dar conta, por algum motivo, queria que aquilo acabasse logo. E acabou...

O brutamontes da escola rival jogou a moto dele para cima da moto de Jeongguk, fazendo ele cair e sair rolando na pista. Foi um momento unânime, todos se levantaram da arquibancada em completo choque. O capacete que Jeon usava voou para longe e o corpo dele caiu perto da moto que continuava rodando os pneus com agressividade.

Meu coração pareceu parar e o ar faltou nos meus pulmões. Não consegui pensar em mais nada além de fugir dali, então saí da arquibancada ignorando o questionamento de Hoseok e os gritos da plateia. Dei as costas para o Jeongguk e corri para longe, para trás das arquibancadas. Penso ter visto Namjoon passar por mim, perguntando se eu estava bem. Mas eu não estava.

Os minutos passaram e respirar ficava ainda mais difícil. Hoseok me achou agachada em um cantinho escuro e tentava chegar perto de mim. Lembro de ter gritado com ele como nunca fiz antes. Eu não o queria por perto.

— Macaca, o que está fazendo aqui? — Era a voz de Jeon Jeongguk e ele tinha um corte na testa e sangue nas mãos. O ar parecia ter acabado de vez. — Ei! Jaewon, respira.

— E-eu não c-consigo... tô fi-figando sem ar!

— Vou te dar um motivo pra ficar sem ar. — Jeon me puxou pela camiseta que eu vestia e uniu os nossos lábios iniciando um beijo calmo. Foi aquela ação que pareceu acalmar meu coração.

Mesmo com as nossas bocas coladas, o ar pareceu voltar, o lugar inteiro ficou em silêncio, ou aquele era só o barulho da minha cabeça, eu não saberia dizer. Nossas línguas se encontraram e as mãos quentes de Jeongguk seguraram as laterais do meu rosto. Tão quentes.

Eu me acalmei.

Roupa da Jaewon:

Roupa da Jaewon:

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Badboys que me devorem - JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora