Round 6 (Camren G!P)

"Você é doente, Camila."

Pov: Autora

O alarme estridente soou antes mesmo que o primeiro raio de sol iluminasse o dormitório, acordando a todos com um susto terrível. Lauren sentiu como se o som estivesse perfurando sua cabeça, aumentando o cansaço e a dor que já sentia no corpo após os ferimentos da noite anterior. Seus ouvidos pareciam latejar, e ela, irritada, massageou as têmporas enquanto se levantava, se perguntando se algum dia conseguiria descansar de verdade naquele lugar. Ao olhar ao redor, viu Normani e Dinah se levantando, tão atordoadas e cansadas quanto ela, suas expressões um misto de desconfiança e exaustão.

Poucos minutos depois, todos foram conduzidos pelos guardas até o salão principal, onde o clima já era de tensão. O líder mascarado, com a emblemática máscara de tigre, apareceu no telão. Sua voz sádica, quase debochada, ecoou pelo ambiente enquanto ele explicava a nova e cruel prova do dia:

- Parabéns por sobreviverem até aqui. Hoje, a prova é simples. Chama-se *Ponte de Cristal*. Cada um de vocês deverá atravessar uma ponte feita de painéis de vidro - disse ele, sua voz soando mais como um espetáculo do que como uma explicação. - Um desses painéis é feito de vidro temperado, capaz de suportar o peso de uma pessoa. O outro é apenas vidro comum e, ao ser pisado, vai ceder... levando o participante a uma queda fatal.

Houve um murmúrio nervoso entre os participantes. Alguns pareciam entrar em pânico, outros apenas encaravam o líder com uma expressão vazia. O líder continuou, com um sorriso cruel que podia ser sentido em cada sílaba:

- Vocês terão que decidir quem pisará primeiro em cada painel, mas saibam que hesitação e medo só os levarão a uma coisa: a morte. Então, boa sorte - ele disse, o tom irônico evidente. - Que vença o mais esperto.

O telão se apagou, deixando o salão em um silêncio absoluto, onde o único som parecia ser o da respiração pesada dos competidores.

Lauren analisou a situação, sentindo a gravidade daquele desafio. Esse jogo não dependia de força ou agilidade; era uma questão de sorte e sacrifício. Ela observou os rostos ao seu redor, tentando identificar quem já estava aceitando que seria um mártir e quem estava decidido a sobreviver a qualquer custo.

Foi então que ela a viu.

Camila, parada à distância, observava-a com uma intensidade que quase parecia queimar. Seus olhos não piscavam, fixos nos de Lauren, como se fossem as únicas duas pessoas ali. A expressão de Camila era quase insondável: havia algo de enigmático, talvez um pouco de curiosidade, como se soubesse de algo que Lauren não sabia. Ela não desviou o olhar por um segundo sequer, e, com um leve movimento de cabeça, fez um sinal para que Lauren fosse até ela.

Lauren sentiu o coração acelerar, o sangue fervendo. O que Camila queria? O que mais ela poderia dizer ou fazer agora? Ela apertou os punhos, respirando fundo, tentando manter o controle, mas a raiva e a desconfiança a dominavam.

Lauren seguiu Camila pelo corredor escuro, o som abafado de passos ecoando ao redor delas. O ambiente era sinistro, quase sufocante, e cada centímetro daquele lugar parecia projetar sombras que ameaçavam engoli-las. Lauren tentava entender o motivo daquele encontro, e antes mesmo que conseguisse perguntar, Camila se virou de repente e a puxou com força, pressionando seus lábios contra os de Lauren em um beijo intenso e quase desesperado.

O beijo foi rápido e molhado, sem espaço para gentilezas, mas Lauren reagiu no mesmo instante, empurrando Camila para longe. Seus olhos brilhavam de raiva, a respiração pesada e ofegante enquanto a chamava de louca.

- Você só pode estar brincando comigo, Camila! - sussurrou Lauren com os dentes cerrados, como se qualquer som mais alto pudesse romper o frágil limite de controle que ela mantinha. - Eu tenho namorada, e só... só aceitei aquela coisa ridícula outro dia porque eu queria algo em troca. Isso aqui não é... não é um jogo pra mim!