Comprindo

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Filch ergueu a lamparina e, com um sorriso de satisfação, observou a expressão de pavor nos rostos dos alunos enquanto os guiava até a cabana de Hagrid. Ele parecia estar se divertindo ao falar sobre castigos passados.

— Pena que acabaram com os castigos de antigamente. Houve um tempo em que os alunos eram pendurados pelos pulsos nas masmorras... Ah, sinto falta dos gritos — comentou Filch com um suspiro de nostalgia.

Chegando à frente da cabana, ele olhou para Hagrid, que os aguardava, e anunciou com um certo sarcasmo:

— Vocês vão cumprir a detenção com Hagrid esta noite. Ele tem um trabalho para fazer dentro da floresta. Que bando mais triste, Hagrid.

Hagrid parecia desanimado, o que logo chamou a atenção de Hermione.

— Não acredito... você ainda está triste por causa do dragão, Hagrid? — perguntou Filch, irritado.

— Norberto foi embora. Dumbledore o mandou para a Romênia para viver numa colônia — respondeu Hagrid, baixando a cabeça.

— Ah, mas isso é bom, não acha? Ele estará com outros dragões, junto dos seus — disse Hermione, tentando animá-lo.

— Mas... e se ele não gostar da Romênia? E se os outros dragões forem maus com ele? Ele é só um bebezinho... — Hagrid lamentou.

Filch revirou os olhos, claramente impaciente.

— Ah, pelo amor de Deus, controle-se, homem! Você vai entrar na floresta daqui a pouco e precisa estar com a cabeça no lugar — disse Filch com impaciência.

— Na floresta? Achei que era uma piada! Os alunos não têm permissão para entrar lá! — exclamou Draco, apavorado, especialmente quando um uivo distante ecoou entre as árvores. — E tem... lobisomens.

— Há mais do que lobisomens naquela floresta, pode ter certeza disso — respondeu Filch com um sorriso sombrio, deixando Draco ainda mais nervoso. — Boa noite.

Assim que Filch se afastou, Hagrid ergueu a cabeça, ainda um pouco triste, mas tentando focar na tarefa que tinham pela frente.

— Muito bem, pessoal. Vamos lá.

Os alunos adentraram a floresta escura e densa, sentindo o peso do silêncio interrompido apenas pelo farfalhar das folhas e sons de criaturas invisíveis. À frente, Hagrid parou ao ver algo no chão: uma substância viscosa e brilhante, que ele tocou e analisou com o olhar preocupado.

— Hagrid, o que é isso? — perguntou Harry, curioso e um pouco enojado.

— O que viemos procurar — Hagrid ergueu a mão, mostrando a consistência da gosma prateada. — Isso é sangue de unicórnio, crianças. Encontrei um morto há algumas semanas, mas esse foi ferido gravemente por alguma coisa.

Hermione e Ron fizeram caretas, mas o tom sombrio de Hagrid deixava claro o perigo da situação. A floresta parecia ainda mais sinistra à medida que os barulhos cresciam ao redor deles.

— Então, nosso trabalho é encontrar esse pobre coitado — Hagrid disse, olhando para os alunos. — Hermione e Ron, vocês vêm comigo. Harry, você vai com Malfoy e Jane.

Harry assentiu, enquanto Malfoy revirava os olhos, tentando disfarçar o medo.

— Tá bem, mas o Canino vai junto! — Malfoy insistiu, quase agarrando o cão.

— Pode ser, mas fique sabendo… ele é um covarde — respondeu Hagrid, e Canino ganiu, encolhendo-se ao lado de Malfoy.

Conforme os grupos se separavam, o ar da floresta parecia ficar ainda mais denso e ameaçador.

𝐈𝐍𝐉𝐔𝐑𝐘, ʜᴀʀʀʏ ᴘᴏᴛᴛᴇʀ.Onde histórias criam vida. Descubra agora