13 - Se sente culpada?

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Minha proeza fulgurava, um ponto brilhante que cintilou durante todo o almoço e nas minhas aulas da tarde. Eu me sentei com Keira outra vez. Não falei, mas ninguém parecia incomodado com a falta de comunicação da minha parte.

Enfrentar Paige foi algo grandioso. No nível "escalar o monte Everest e não morrer". Jayden tinha aparecido pela segunda vez, mas dessa vez eu me defendi. Podia não ter sido muito, mas o fiz sozinha.

Só quando eu estava indo para a penúltima aula, meu estômago voltou a dar cambalhotas. Oratória. Aquela manhã e minha pequena vitória pareciam ter acontecido há uma eternidade. Eu não só teria que dar as caras de novo, como também teria que ver Paige mais uma vez.

Enfiei meu livro na mochila e parei. Se pela manhã eu tinha achado que parecia estar andando em cimento molhado, agora era como andar em areia movediça misturada com cimento.

Mas, quando olhei do outro lado do corredor, meu coração pulou no peito. Reação errada, muito errada, mas não havia como evitar.

Lisa esperava do lado de fora da sala, encostada nos armários na frente dela, com as mãos enfiadas nos bolsos dos jeans surrados com bainhas gastas.

Houve um engasgo estranho na minha garganta, e meu estômago se revirou por um motivo totalmente diferente de antes. O calor correu pelas minhas veias quando ela levantou os cílios e os suaves olhos de castanho dourados encontraram os meus.

Lisa estava... Meu Deus, ela estava bonita.

Bonita de um jeito que eu não sabia que uma adolescente poderia ser. Como eram na TV, quando interpretadas por mulheres de 25 anos.

Seu cabelo castanho-escuro estava bagunçado, como se ela tivesse acordado, lavado os fios e os deixados secar de qualquer maneira. Uma luz amarela parecia emanar de seus malares salientes. Os lábios grossos estavam ligeiramente inclinados num canto, a covinha na bochecha direita ausente. Esticada por seus ombros largos, o emblema na camiseta azul estava tão desbotado que não se conseguia entender o que era.

Quando se endireitou, ela levantou a mão e tirou o cabelo da testa. O novo corte acima da sobrancelha tinha clareado e estava quase imperceptível. Isso me deixou feliz. Fui até ela, tentando manter um sorriso bobo longe dos lábios.

— Ei, Ratinha — cumprimentou ela, e o modo como ela falava Ratinha era muito diferente de como Paige havia pronunciado o apelido. Era suave, profundo e infinito. — Quais são seus planos?

Foi então que me ocorreu, enquanto eu me esquivava do mar de alunos, que ela estava do lado de fora da sala porque sabia o que me esperava. Ela queria saber quais eram meus planos. Eu iria enfrentar ou correr e, no fundo, eu sabia que ela estaria ao meu lado, não importava o que eu escolhesse.

Fiquei toda derretida por dentro e disse a mim mesma que qualquer um se sentiria assim, mas um pouco de culpa se misturou àquele calor. Eu não estava autorizada a me derreter por Lisa. Ela estava em uma zona de derretimento proibido.

O Problema do Para Sempre (JENLISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora