Eu já pensei que gostaria de morrer, mas está claro que não.
Eu desejo vida e desejo felicidade. Eu desejo a construção de um legado, a formação de laços profundos e viver bons momentos com pessoas legais.
O que desejo jamais foi novidade. Um cego enxergaria, se deixasse.
Eu vivo fingindo que não sonho com todas essas coisas bonitas que não posso alcançar, pois assim as pessoas que me amam não sentiriam pena de mim. De qualquer maneira, sentirão.
Ainda me mata o som das risadas de escárnio daquela gente sempre que tento dizer algo que realmente penso ou sinto, ao invés de repetir as mesmas palavras discretas.
Tenho sensibilidade dentro de mim e adoro canções sensíveis. Sim, eu derramo algumas lágrimas sozinho assistindo as belas histórias que os outros consideram chatas demais. Sim, ninguém jamais ouviu falar das minhas séries, filmes e livros favoritos. Não dou prioridade às obras mais famosas. Sou seletivo com aquilo que vou consumir, precisa ser algo que me encante, me prenda, me toque, ou então não serve, não importa o renome.
E prefiro assistir tv sozinho, pois costumo repetir duas ou três vezes as cenas mais meigas para melhor apreciá-las, antes de prosseguir a história.
E essas palavras que agora me importam tanto, por virem do mais profundo do meu coração, em forma de expressão, daqui um ano, se o mundo não chegar ao fim, nem serão lembradas por mim.
Esquecemos com o tempo as coisas que julgamos importantes. Não é estranho? Daqui um ano escreverei algo novo que será importante para mim e talvez as palavras que eu venha dizer sejam o oposto destas.
Para quem escrevo? Para mim?
Gostaria de fosse para o mundo, pois não é possível que não haja mais um bando de trens desgovernados pelos trilhos da vida se sentindo assim.
Vamos unir todos os esquisitos e formar uma comunidade para sofrermos juntos... Mas não, sou envergonhado demais.
E estou escrevendo as maiores besteiras, apenas porque preciso, pois devo garantir que minha mente não pare.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Palavras Não Bastam
Non-FictionTudo o que não é dito. O que sempre esteve guardado, a ponto de explodir. As palavras não bastam, no entanto hoje, estão ao meu dispor. E como um apreciador de música, dedicarei o título de cada capítulo a uma canção.
