O
PÂNICO NA FLORESTA - PARTE UM

"Concentre-se no que está buscando, não no que está deixando pra trás" - Pensador(a)

Depois de alguns minutos de desespero, os três começaram a pensar que a Larah perceberia que estava correndo sozinha e voltaria para trás para achar seus amigos.

— É, pô, ela volta — disse Samya com confiança, abanando a mão — É só a gente ficar esperando ela aqui.

— Enquanto isso a gente faz aquilo que o Vitani sugeriu, né?

— Sim, sim.

Então os três começaram. Eloá e Samya tentavam achar galhos secos enquanto Vitani montava uma estruturinha para uma fogueira. Vitani pegou três pedras, as que mais se aproximavam de um quadrado, e botou as três em pé, fazendo um U.

— Acharam? — perguntou Vitani, se virando para onde Eloá e Samya estavam.

— O carai que achamo. — resmungou Samya, chutando o ar — Como que vai ter galho seco nume floresta verdinha dessas?

— Né não — concordou Eloá — Pelo menos eu achei umas frutinhas.

Vitani e Samya se aproximaram dela igual umas formigas.

— Comida? — perguntou Samya, morta de fome.

— Ave Maria! — Eloá pulou de susto, deixando todas as frutinhas que tinha achado caírem no chão.

Os três ficaram igual uns bobocas olhando para as frutinhas. Depois que as pequenas pararam de quicar no chão, os três continuaram na mesma posição por alguns segundos, até Samya dizer:

— Credo, isso aí é cajarana — fez uma carinha de nojo, cruzando os braços.

— É não, burra — disse Eloá, irritada com o jeitinho fresco da Samya — Eu nem sei o que é, mas é bom.

Vitani e Samya olharam para Eloá com a mesma cara de incredulidade.

— Tu é burra, Eluá? — indagou Samya, sinceramente — Tu, que tem alergia até ao ar, comeu um negócio que tu não sabe o que é?!

— E se for venenoso? — supôs Vitani — Esse negócio aí tem uma cor suspeita.

— Não é não! — negou Eloá, se assustando — Se fosse, eu já tinha morrido.

— Como se o veneno de um negócio desse tamanho fosse te natar imediatamente! — ironizou Samya, chutando uma das frutinhas — Daqui a pouco tu tá toda vermelha, cheia de pereba. Eu acho é pouco!

— Mano, cala a boca! — gritou Eloá irritada — Não é veneno, pode comer aí.

— Eu não — Samya se afastou logo das frutinhas no chão — Se não tivesse veneno, agora tem, que caiu no chão.

— É, vai ter veneno no chão, né? — perguntou Vitani, sarcástico.

— Menino, era ironia minha, deixa de ser chato.

— Ah, cala a boca, zé.

.

Enquanto os outros discutiam para saber se as frutinhas roxas desconhecidas eram perigosas ou não, Larah tentava achar seus amigos, pensando que eles correram em outra direção. A tarefa parecia impossível, considerando o tanto de árvores e o fato de parecer estar andando sempre em cículos.

Aquilo estava ficando cansativo, em todos os sentidos.

Então Larah do nada percebeu uma corda no chão, a um passo de distância. Seu olhar seguiu a corda até o topo de uma árvore, onde havia uma armadilha.

A OUTRA PEÇA - Um Mundo Para ExplorarOnde histórias criam vida. Descubra agora