O VILAREJO

"Sempre há uma pessoa que não acreditará que você é capaz. Não permita que essa pessoa seja você mesmo" - Pensador(a)

Dia 2: 13 de julho de 2023. Quarta-feira.

Depois da experiência terrível, os quatro amigos, primeiramente, conversaram e contaram tudo que tinha acontecido. Como Larah disse que os homens a ajudaram, Samya foi "conversar" com o que Larah dizia ser o líder. O mais velho desenhou um homem na frente de muitas casas, depois apontou para o desenho de homem e para si mesmo. Obviamente Samya não entendeu porque ela era muito lerda e não manjava ainda, mas seu irmão entendeu.

- Ele é tipo um presidente de uma cidadezinha, eu acho - supôs Vitani, olhando para sua irmã.

- Será que a gente vai com eles? - perguntou Eloá.

- Sei lá. - Samya deu de ombros - Vocês querem ir?

Os quatro refletiram por alguns instantes, depois se olharam, sorriram e disseram ao mesmo tempo:

- Só bora.

Os quatro estrangeiros iam conversando ao longo do caminho. Samya contou como conheceu Momo e que agora ele fazia parte dos ADF, porque ele salvou a pátria. Larah comentava que aquela fuga do "javali" parecia a coisa mais besta em comparação à fuga do pássaro gigante. Os quatro ficaram falando, animadamente, de quando a serpente aparecera:

- Não. Quando aquela cobronazona apareceu, eu fiquei tipo "EITA PORRA MOLEQUE", igual o Ycaro - dizia Eloá, logo depois caindo na gargalhada com seus amigos.

Alguns dos homens pareciam incomodados com os garotos. Tipo, dois dos amigos deles haviam morrido e aqueles quatro estavam rindo como se fosse o melhor momento de suas vidas. O líder tentou os acalmar dizendo que os quatro nem conheciam os falecidos e, além disso, tinham se reencontrado, não havia momento mais feliz do que aquele.

Os ADF só ficaram rindo e conversando na primeira hora de caminhada, porque depois daí só ficaram reclamando de dor nas pernas, fome, cansaço, sede e até do formato e posição das árvores eles começaram a reclamar.

-Olha aquela árvore ali toda racista - Vitani apontou para uma árvore de tronco branco que estava um pouco afastada das outras.

- Né, xenofobica, racista, homofóbica, nazista, narcisista, Adolf Hitler - disse Samya, não conseguindo xingar sem que ofendesse até a quinta geração. Mesmo se a vítima fosse uma árvore.

A partir daí todos ficaram apenas caminhando em um silêncio desconfortável, tão cansados que nem sequer falavam. Vez ou outra Momo voava para longe, mas depois voltava e ficava tentando chamar a atenção de Samya. Tentava tampar a visão da menina com as mãos, mas sua mão era pequena demais, pulava em sua cabeça, mas, como era muito pequeno, Samya parecia nem senti-lo, puxava o cabelo da garota, mas ela apenas continuava a andar. Até que ele entrou na camisa da garota e mordeu seu peito, arrancando um grito alto da mesma.

- AI, 'FI' DE RAPARIGA - Samya se remexeu e Momo caiu

Todos olharam para Samya na mesma hora, confusos.

- O que foi, menina? - perguntou Eloá com as mãos na cintura

- O Momo mordeu meu peito, esse cagão - Samya apontou para Momo, que parecia feliz por ter conseguido a atenção de Samya.

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