NOVOS AMIGOS

"Há duas coisas que são infinitas, o universo e a estupidez humana, porém quanto ao universo eu não tenho certeza" - Albert Einsten

À noite, todos os moradores se reuniram para fazer um memorial para os dois guerreiros mortos em frente a enorme árvore do vilarejo, que agora, ao contrário de manhã, tinha um leve tom acinzentado no tronco, como se também estivesse deprimida pela morte dos dois homens.

Todos, com exceção dos estrangeiros, estavam presentes, com pequenas tochas acesas em mãos que iluminava a noite. Uma ocasião rara que só acontecia quando alguém vinha a falecer. Sila, como de costume, seria quem diria algumas palavras aos mortos.

- Ger e Naid foram dois bravos guerreiros do nosso humilde vilarejo - Sila abaixou a cabeça, logo depois todos os outros também abaixaram as cabeças -, que faleceram na noite de ontem lutando bravamente contra um vadjar.

Sila mentiu. Tinha noção que isso era inapropriado, mas quase sempre acontecia em lutas contra algum vadjar, pois todos os soldados ficavam apavorados ao verem a enorme ave e corriam como lebres, então Sila dizia aos moradores que todos os guerreiros lutaram bravamente. Talvez essa mentira fizesse os próximos guerreiros se inspirarem nos falecidos e tentarem lutar contra a ave. Porém isso nunca acontecera, o medo sempre os vencia.

- Lembro-me ainda dos dois quando eram crianças. Como todos aqui, os dois eram amigos, brincavam juntos com as outras crianças e ajudavam os homens na caça.

Sila olhou para os moradores por alguns segundos. Todos seus moradores de cabeça abaixada e chorando silenciosamente deixavam o velho triste, porém Sila não é um homem de derramar lágrimas na frente de outras pessoas, nunca fez isso, nem quando sua amada mulher morrera.

- Entretanto, os dois não morreram em vão.

Suas palavras confundiram o povo. Sila olhou nos olhos de uma mulher, tão velha quanto ele e até semelhante a ele, Poca. Aquele olhar era o mesmo olhar de dúvida era o mesmo que Poca costumava dar para seus pais quando era pequena. Sila conhecia bem e até já sabia a dúvida que Poca tinha. Os lábios ressecados de Sila se curvaram em um pequeno e sutil sorriso, com isso respondendo a pergunta que se passava na mente de Poca.

...

Os ADF estavam na casa de Harin tentando dormir, já que Nuara - a garota de cabelos negros - os disse que podiam. Como a noite era assustadora demais para ficarem acordados e conversarem, decidiram dormir, mas havia um bichinho alado que não os deixava nem pensar em dormir.

- Quieto, Momo - ordenou Eloá, balançando o braço direito tentando afastar o animal, mas ele só puxou o cabelo dela - Ai, macaco idiota! - Eloá puxou o próprio cabelo para baixo denovo e depois se cobriu totalmente com a coberta.

Vendo que não daria mais pra pertubar Eloá, Momo foi beliscar Vitani, mas este simplismente empurrou Momo para longe e se cobriu totalmente. Momo então foi morder os pés de Larah.

- Ai, porra! - Larah chutou Momo, o fazendo bater na parede.

O barulho do impacto acordou todos no quarto e eles olharam na direção, vendo Momo caído no chão só o maracujá.

- Fudeu - Larah olhou para Samya, que agora estava boquiaberta.

- Meu mamaco! - Samya se levantou da rede e foi ver de Momo estava bem.

A OUTRA PEÇA - Um Mundo Para ExplorarOnde histórias criam vida. Descubra agora