O SEQUESTRO QUE NÃO FOI SEQUESTRO

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Em quatro de junho de 2022, um grupo chamado "adedonha fodase🐦👌" foi criado.

O intuito do grupo era ser um grupo para Samya e seus amigos jogarem Adedonha virtualmente, mas quase todos saíram, com exceção de Eloá e Larah, suas duas melhores amigas. Aquele grupo, então, foi usado apenas para conversas. Logo depois o irmão de Samya, Vitor(ou Vitani), foi adicionado. Elas(porque Vitani não se importava com o grupo) se chamavam de ADF para se identificarem. E aquele grupo foi levado muito a sério, teve até mesmo um aniversário do grupo, em 04 de junho, então, apesar do nome bobo, eles não aceitam que tirem sarro, pois aquele grupo tem muita história.

A vida que os ADF levavam era completamente normal. Eles eram apenas adolescentes que viviam em uma cidade pequena, nunca nada de diferente havia acontecido. Isso até o dia 10 de julho, o aniversário de Eloá.

Eloá é a melhor amiga de Samya e Larah, então ela obviamente as convidaria para seu aniversário, que seria em um "shopping" no centro, Galeria(não era bem um shopping, mas, naquela cidade, era o mais perto que chegava de um). Vitani também iria, mesmo que ele só fosse o irmão de Samya, a mãe de Eloá permitiu que ele fosse também.

O começo do dia fora completamente normal, tirando o fato de que Samya se sentia observada constantemente, estava normal. Os quatro adolescentes estavam muito ansiosos para ir para a Galeria. Samya, Eloá e Larah passaram o dia no grupo do instagram falando sobre isso, entusiasmadas. Mas ao passar do dia, Samya sentia cada vez mais a sensação de estar sendo observada, mesmo nos lugares mais fechados, como no banheiro. Apesar de tudo isso, Samya pensou que era somente coisa de sua imaginação e decidiu ignorar, mesmo que fosse difícil, pois, ao passar do dia, ela sentia que quem ou o que a observava estava cada vez mais próximo.

Quando finalmente chegou a hora em que eles iram para a Galeria, cerca de 20h, Samya não conseguia não sentir medo de a qualquer momento a coisa que a observava aparecer. A todo momento olhava para trás, via vultos, sentia arrepios em pequenos intervalos de tempo. Estava quase insuportável, mas a garota não iria comentar sobre aquilo com ninguém no aniversário, pois sabia que a família de sua amiga era extremamente religiosa e iriam pensar que aquilo estaria ligado a espíritos malignos. Estragaria todo o clima do aniversário.

Larah, que não estava falando com quase ninguém ali, apenas observando, percebeu que Samya estava estranha. Ela se assustava com coisas muito bobas, como alguém tocando seu ombro ou lhe chamando, mas ela não falou nada sobre isso, pois sabia que Samya se recusaria a falar algo(pelo menos, ela pensava, a verdade).

Quase no final do aniversário, Eloá juntou umas pessoas para tirarem foto em frente à Galeria. Ela tirou foto com sua prima, foto sozinha, com outros amigos... Até que decidiu tirar uma foto somente com Samya e Larah, e Samya decidiu obrigar Vitani a sair na foto também.

— Nem! Eu não gosto de tirar foto — disse Vitani, se afastando de sua irmã. Mas antes que ele se afastasse muito, Eloá e Larah ajudaram Samya a puxar Vitani novamente — Sai, man! Eu já disse que não!

— Eu não vou postar nos storys, eu juro! — garantiu Eloá, puxando o braço do garoto, que continuava resistindo

— Bora, Vitani, é só pra eu guardar no meu celular! — rindo, Samya disse. Era realmente verdade, mas Vitani não acreditou, por conta de sua risada.

Mas as risadas não duraram mais que segundos. As expressões de alegria(ou raiva, no caso de Vitani) deram lugar para expressões de susto, medo, quando um estranho de cabelos escuros e corpo magro apareceu de repente atrás de Samya, que, naquele momento, teve certeza que ele era a presença que a observava.

— É... Boa noite..? — tentando ser educada e não demonstrar que se assustou, Eloá cumprimentou o estranho homem, que ficou quieto, apenas observando os quatro de uma forma sinistra.

Após alguns segundos de um silêncio arrepiante, Samya se aproximou de Eloá e sussurrou:

— Vamo sair daqui.

— Que sair o quê, mulher — retrucou Eloá, também sussurrando

Os quatro ficaram apenas olhando para o estranho homem. Vitani, assustado, segurou a mão de sua irmã com força. O clima ficava mais pesado a cada segundo, com apenas o barulho dos grilos e, longe, de carros passando pelas ruas.

De repente a luz acabou, a luz da rua toda, deixando apenas as fracas luzes dos carros distantes e da lua, que nesse dia deixava apenas metade de sua beleza à mostra. Em um susto, os ADF deram um sobressalto e ouviram-se gritos das pessoas nas ruas, como em todas as quedas de energia, mas a vontade que os adolescentes em questão tinham de gritar era avassaladora, porém a voz estava presa em um nó na garganta.

O clima, que já era tenso, ficou ainda pior, porque o homem não ousava se mexer nem um centímetro. Seus olhos, na visão de Samya, pareciam mais abertos ou maiores, como os olhos de um peixe. Talvez pelo medo ela teve essa impressão, mas com certeza foi assustador. Os olhos do estranho pareciam mais brilhantes quando tudo estava escuro, apenas à luz do luar.

— Vamos embora... — sussurrou a morena novamente, cutucando o braço de Eloá, que estava paralisada de medo e, que já era branca, parecia ainda mais pálida.

E, para a surpresa e o terror deles, o homem falou:

— Não saia daqui, precisamos de você. Não fuja, acharemos você denovo.

A voz grave e rouca, os olhos, os assustadores "olhos de peixe", focados diretamente em Samya, que sentiu um arrepio. Quando ele estendeu a mão, os quatro adolescentes não tiveram outro impulso a não ser correr, mas foi tarde demais para os quatro.

Eles correram para a direção contrária do homem, amendrontados, mas na direção em que eles corriam havia um muro, que eles bateram. Um a um, desmaiaram, a visão escura. O único sentido funcional no momento, a audição, identificando passos altos, provavelmente do estranho e magro homem, e os gritos da mãe de Eloá os chamando.

De repente as luzes se acenderam novamente. Gritos de alegria foram ouvidos.

Nem o homem, muito menos os quatro adolescentes estavam lá, apenas o celular de Eloá, caído no chão, quebrado.

Nem o homem, muito menos os quatro adolescentes estavam lá, apenas o celular de Eloá, caído no chão, quebrado

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Notas da autora

Gostaram do capítulo?

Eu reescrevi esse capítulo pelo menos umas 4 vezes e ainda acho que ficou ruim.

Aceito críticas construtivas

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