Chegamos ao apartamento em silêncio, com os pensamentos ainda reverberando depois da visita ao feiticeiro. As palavras dele ecoam na minha mente, e um calafrio percorre minha espinha. Não sei ao certo o que, mas algo no objeto que recuperamos carrega uma sensação estranha, uma presença que não consigo explicar.
Há uma inquietação em meu peito, como se eu sentisse uma conexão com aquilo. Talvez... uma das criaturas guardiãs de Sukuna?
— atum com maionese? — A voz suave de Inumaki me tira do meu devaneio.
— Estou bem... só... pensando — respondo, tentando afastar o incômodo— Que tal um jogo? — proponho, forçando um sorriso enquanto escolho um tabuleiro e abro uma garrafa.
Preciso de algo para calar essas vozes e entorpecer essas lembranças. Cada gole que tomo parece me soltar um pouco mais, como se as camadas de autocontrole fossem se desfazendo, uma por uma. Inumaki acompanha meus movimentos, bebendo também, e não demora para que o efeito do álcool faça as palavras escaparem da minha boca antes que eu possa contê-las.— Sabe... às vezes eu só queria que tudo isso acabasse. — Minha voz sai trêmula. — Esse peso... as maldições, as mortes, as mentiras... tudo.
Ele continua em silêncio, com um olhar profundo, mas seus olhos mostram que ele entende, que ele está ali para ouvir.
— Eu perdi minha família inteira... E para quê? Pelos poderes destas maldições que eu nem mesmo controlo? Eu não aguento mais ver a destruição à minha volta. É como se tudo que eu tocasse virasse pó — minha voz falha, e sinto a garganta apertar. — Como... como posso continuar carregando isso?
Inumaki apenas assente, seus olhos nunca desviando dos meus. Ele parece captar a profundidade do que estou sentindo, e isso me encoraja a falar ainda mais.
— E Satoro... — solto um riso amargo, sem conseguir evitar. — Ele mentiu para mim. Prometeu que eu ficaria bem, que eu teria uma chance de ser alguém, de ter um lugar. E no fim, ele escondeu tantas coisas. Eu não sei mais o que é verdade ou mentira. — As lágrimas se acumulam nos meus olhos, e é quase impossível segurar a dor que se arrasta por tanto tempo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NÃO PRECISA DIZER NADA-Inumaki Fanfic
FanficCom o despertar da Condenação, Aggy se tornou uma entidade que devorava a vida ao seu redor, alimentada por ódio e dor. O clã ido, incapaz de controlar a criatura que haviam criado, pagou o preço. Muitos foram destruídos pela própria arma que tentar...