Banho, beisebol e brigas.

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>>>> Capitulo escrito pela Tulipa!


Vlad cruzou o corredor até o cômodo no final, o dito banheiro, com uma toalha branca dobrada nos braços e os produtos de higiene que Carlisle lhe entregara mais cedo. Embora pretendesse tomar banho apenas após o jantar, reconsiderou ao lembrar do jogo de "beisebol" que se aproximava. Achou sensato se preparar com antecedência para o evento, mesmo que ainda não compreendesse completamente a importância daquilo.

Ao fechar a porta, Vlad começou a se desfazer calmamente de suas roupas, dobrando-as com cuidado. Notou um pequeno cesto próximo à bancada da pia, contendo algumas peças de roupa. Ele encarou o objeto por alguns segundos antes de deixar suas vestes ali, juntando-as às demais. Embora Carlisle tivesse explicado o funcionamento do chuveiro, o conceito ainda parecia um pouco estranho para ele. Apesar disso, decidiu seguir as orientações, preferindo não questionar os hábitos da família. Fazia séculos desde a última vez que havia tomado um banho — algo que não precisava fazer, mas que entendia ser um gesto importante para se adequar ao novo ambiente.

Sem pressa, girou o registro do chuveiro e observou a água começar a cair, ajustando a temperatura conforme as instruções que recebera. O som constante da água preenchia o banheiro, enquanto um vapor suave começava a se espalhar pelo ar. Vlad estendeu a mão, permitindo que as gotas mornas tocassem sua pele, estranhando a sensação. Era algo incomum para ele, mas havia certo conforto naquilo. Inspirou fundo antes de entrar completamente sob o jato, permitindo que a água escorresse pelo corpo, carregando não apenas a poeira do tempo, mas também uma fração do peso que ele parecia sempre carregar consigo. Não foi preciso muito tempo para que ele entendesse o motivo de seus netos ficarem tanto tempo no banho, era extremamente relaxante.

Ainda um pouco desajeitado, Vlad colocou uma quantidade excessiva de sabonete líquido — ou o que ele imaginava ser — na esponja e começou a se esfregar. O aroma suave de frutas vermelhas se espalhou ao redor, e ele fez uma leve careta. O cheiro era doce demais para seu gosto, e sabia que ficaria com aquele odor estranho por um tempo. Depois disso, se limitou a enxaguar-se e só então desligou o chuveiro, sem saber ao certo se aquilo havia sido o suficiente, mas para uma primeira vez, estava melhor do que nada.

— Pai? — A voz abafada de Carlisle chamou sua atenção e ele ergueu os olhos em direção à porta — Eu trouxe algumas roupas... são de Emmett, acho que irão servir. Ficam largas nele, então acredito que ficarão confortáveis no senhor...

— Obrigado, filho — Vlad pegou a toalha e, imitando o gesto de Carlisle, a enrolou na sua cintura — A porta está aberta.

Carlisle demorou alguns segundos para girar o trinco da porta e deixar as roupas dobradas em cima da bancada. Ele não evitou o sorriso ao notar que seu pai havia confundido o shampoo com o sabonete líquido, e agora um homem com cabelos e barbas escuras, um olhar sério e dois metros de altura, estava exalando um cheiro doce de frutas vermelhas. Era uma imagem inusitada, algo que ele jamais imaginara ver: um homem tão imponente, com um cheiro tão... suave.

— O que foi? — Vlad perguntou quando viu o sorriso do filho, enquanto secava os pés no tapete e pegava as roupas, analisando-as com cuidado.

— O senhor usou o shampoo para tomar banho, mas eles servem somente para o cabelo — O loiro explicou ainda sorrindo. Vlad uniu as sobrancelhas e voltou ao box para olhar os frascos com mais cuidado. Os rótulos eram bem claros, mas ele nem sequer prestou atenção nos detalhes, já que estava mais interessado na sensação que o ato de tomar um banho lhe causaria. E, bem, aquilo era um erro natural para quem não vivia em sintonia com a modernidade.

Dissolvendo Esse Sangue ImundoOnde histórias criam vida. Descubra agora