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Os dias passavam rapidamente no Barcelona, com treinos intensos e uma sequência de jogos importantes. Emma se destacava como uma das melhores contratações do time, enquanto Alexia liderava com sua habilidade e experiência. Juntas, elas formavam uma parceria poderosa em campo, mas fora dele, algo a mais estava crescendo entre as duas.

Naquele dia, o treino tinha sido particularmente pesado. A comissão técnica queria preparar o time para o próximo jogo da liga f. Cansadas, Alexia e Emma decidiram ficar no campo por mais um tempo, praticando passes e jogadas ensaiadas sob o céu tingido de laranja do entardecer.

— Sua precisão nos passes é impressionante, Emma — comentou Alexia, sorrindo enquanto pegava a bola para um novo chute.

Emma deu de ombros, um sorriso tímido surgindo em seus lábios. — Aprendi com as melhores. Mas, se você quiser dar algumas dicas, não vou recusar.

Alexia riu, lançando a bola de volta para Emma. — Ok, então vamos ver como você se sai com esses cruzamentos. Quero ver você me impressionar.

Enquanto treinavam, as risadas eram constantes. A tensão dos jogos parecia desaparecer quando estavam sozinhas. A sintonia entre elas era inegável. E não eram apenas os olhares furtivos ou as conversas ao pé do ouvido; havia uma leveza que Alexia não sentia há muito tempo.

Após quase uma hora, finalmente decidiram encerrar. Caminhando juntas de volta ao vestiário, Alexia não conseguia evitar um certo nervosismo que a rondava sempre que estava perto de Emma. Era algo que ela não conseguia explicar — um misto de admiração e curiosidade.

— Você tem planos para hoje à noite? — perguntou Emma, de forma casual, enquanto ambas se trocavam. O vestiário estava quase vazio, com apenas algumas jogadoras ainda terminando seus alongamentos.

Alexia olhou surpresa, tentando entender o motivo da pergunta. — Nada muito especial... provavelmente descansar, talvez assistir a alguma série. Por quê?

Emma deu um sorriso enigmático. — Pensei que poderíamos sair para jantar. Você sabe, algo fora desse ambiente de treino. Sem a pressão do futebol, só... uma boa conversa.

O convite pegou Alexia desprevenida, mas não de uma forma ruim. Na verdade, ela sentiu uma pequena onda de alegria. — Parece ótimo. Onde você quer ir?

— Deixe comigo — respondeu Emma, piscando um olho. — Só esteja pronta às oito. Prometo que vai valer a pena.

Naquela noite, Emma levou Alexia a um pequeno restaurante italiano na parte mais calma de Barcelona. A escolha do lugar era perfeita: aconchegante, longe do barulho, um espaço onde podiam conversar sem serem incomodadas.

— Como você encontrou esse lugar? — perguntou Alexia, enquanto eles se acomodavam em uma mesa discreta perto da janela.

— Quando cheguei, fiquei explorando a cidade, tentando encontrar pequenos refúgios onde eu pudesse relaxar. Achei que você ia gostar.

Alexia sorriu, tocada pelo gesto. Elas conversaram por horas, não apenas sobre futebol, mas também sobre sonhos, família, e até mesmo os momentos difíceis que cada uma enfrentou para chegar onde estavam. Cada história compartilhada parecia aproximá-las ainda mais.

— Sabe, Emma — começou Alexia, enquanto mexia no copo de vinho em suas mãos —, é raro eu me sentir tão à vontade com alguém. Você trouxe algo novo para minha vida. Algo que eu nem sabia que precisava.

Emma ficou em silêncio por um momento, um sorriso suave brincando em seus lábios. — Fico feliz de ouvir isso. Porque, sinceramente, você tem sido uma das melhores coisas dessa minha nova fase.

O silêncio que se seguiu não foi desconfortável. Pelo contrário, parecia cheio de possibilidades. Alexia sentiu seu coração acelerar, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Emma mudou de assunto, aliviando a tensão.

Enquanto isso, fora daquele pequeno mundo que estavam criando, a mídia começava a especular. Comentários sobre a proximidade entre Alexia e Emma já estavam se espalhando. Algumas fotos delas juntas no treino haviam circulado nas redes sociais, com fãs fazendo suas próprias teorias.

Mas as duas decidiram ignorar. Para elas, o que tinham era especial e ainda precisavam de tempo para entender como lidar com isso. No entanto, a atmosfera no vestiário também começava a mudar. As colegas de equipe trocavam olhares curiosos, mas ninguém dizia nada abertamente.

Naquela noite, enquanto Emma levava Alexia de volta para casa, o carro estava preenchido por uma confortável quietude. Quando pararam em frente ao prédio de Alexia, houve um momento de hesitação. Emma parecia querer dizer algo, mas segurou.

— Obrigada por hoje, Emma. Foi... foi incrível. — Alexia disse suavemente.

— O prazer foi meu, Alexia. — Emma respondeu, seu olhar fixo nos olhos dela. — Vamos repetir isso, certo?

Alexia sorriu e assentiu. — Com certeza.
— Alexia, posso te beijar?
Emma perguntou
— Claro!
O beijo foi calmo, mas cheio de amor.