Capitulo 13

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Meses se passaram desde o desaparecimento de Emma, e a ausência de notícias começou a corroer a esperança de Raúca. Cada dia que passava sem informações sobre sua amada era um golpe devastador, que gradualmente a conduziu a um estado de profundo desespero. A certeza crescente de que Emma poderia estar morta se enraizou na mente de Raúca, fazendo-a mergulhar em uma espiral de angústia e sofrimento.

O pânico e a ansiedade começaram a dominar os dias e noites de Raúca. As crises de pânico se tornaram frequentes, e ela passou a enfrentar problemas psicológicos graves. Seus amigos e familiares tentaram ajudá-la, mas Raúca estava cada vez mais isolada em seu próprio mundo de dor.

Enquanto isso, Otto DeLavesca, ainda foragido e com um desejo ardente de vingança, conseguiu descobrir onde Raúca estava vivendo. Mesmo à distância, ele decidiu que não deixaria Raúca impune pela traição que sentia. Ordenou a um de seus capangas que viajasse até o local para garantir que Raúca pagasse pelo que havia feito.

O capanga de Otto, um homem de expressão fria e determinação implacável, chegou à cidade onde Raúca estava morando. Ele observou sua rotina e monitorou seus movimentos, esperando o momento certo para agir. Quando teve certeza de que Raúca estava sozinha e vulnerável, decidiu colocar o plano em ação.

Ao invadir a casa de Raúca, o capanga encontrou-a em um estado deplorável. Ela estava sentada no chão, cercada por cartas e fotos de Emma, soluçando descontroladamente. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, e sua aparência refletia meses de sofrimento ininterrupto.

- Raúca DeLavesca? - perguntou o capanga, sua voz fria.

Raúca olhou para ele, assustada e confusa. As palavras demoraram a fazer sentido em sua mente nublada pelo desespero.

- Quem é você? O que quer? - perguntou ela, sua voz trêmula.

- Estou aqui em nome de Otto. Ele manda lembranças - disse o capanga, esboçando um sorriso cruel.

Antes que Raúca pudesse reagir, o capanga se aproximou rapidamente, imobilizando-a com facilidade. Sabia que não precisava usar força bruta, pois a condição mental dela já era suficiente para deixá-la indefesa.

Seguindo as ordens de Otto, o capanga a levou para uma clínica psiquiátrica afastada. A equipe médica, acreditando que Raúca estava em uma crise mental extrema, aceitou interná-la sem muitas perguntas. O capanga entregou documentos forjados que corroboravam a necessidade de interná-la, e assim, Raúca foi admitida na clínica.

Enquanto isso, a investigação sobre o desaparecimento de Emma não mostrava progresso. A polícia estava frustrada com a falta de pistas concretas, e a família e os amigos de Raúca estavam angustiados pela ausência de notícias. Desconhecendo o paradeiro de Raúca, eles continuavam a procurar incansavelmente, mas sem sucesso.

Na clínica, Raúca enfrentava uma realidade sufocante. O ambiente estéril, os funcionários bem-intencionados, mas incapazes de compreender a profundidade de seu sofrimento, e a constante sensação de estar perdida em um labirinto sem saída, tornavam cada dia um desafio insuportável. Ela estava isolada, sem saber que sua internação havia sido manipulada por Otto em um ato de vingança cruel.

Enquanto os dias se arrastavam, Raúca passou por várias sessões de terapia, mas sua mente estava fragmentada. A presença constante de Emma em seus pensamentos, a certeza esmagadora de que nunca mais a veria, a jogavam em um ciclo de dor e desespero. As crises de pânico continuavam a atormentá-la, e os medicamentos prescritos não pareciam trazer alívio.

Otto, por sua vez, sentiu uma satisfação sombria ao saber que seu plano havia funcionado. Mesmo à distância, conseguiu garantir que Raúca pagasse pelo que ele considerava uma traição imperdoável. A vingança não estava completa, mas era um passo em direção ao que ele desejava.

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