Ana Pov.
Faz uma semana que eu, Nessie e Charlie nos mudamos para Oklahoma City, deste então minha vida anda bem corrida. Como única mulher na casa tive que desempacotar todas as caixas da mudança, ir atrás das papeladas do aluguel, arrumar um emprego, uma nova escola para Nessie... Eram diversas coisas para ir atrás mas nunca estive tão alegre quanto agora. E não era apenas eu, minha garotinha já tinha feito duas amiguinhas e estava amando a nova escola. E meu pai Charlie, tinha um novo lugar para ir pescar, sem dúvidas nenhuma ele iria se acostumar aqui, afinal até arrumou uma paquera que mora na rua de cima.
Quando minha mãe morreu, meu pai entrou em depressão sua rotina era do trabalho para seu quarto do seu quarto para o trabalho, sua vida se resumia praticamente nisso. Foi assim até o dia que descobri que estava grávida, claro que tive medo de contar a Charlie mas não dava para esconder a barriga por nove messes e depois aparecer com um bebê... Então assim que soube da gravidez contei. A sua reação não foi das melhores, na verdade foi semelhante a minha, ele simplesmente desmaiou e foi acordar no dia seguinte no vigésimo terceiro quarto do hospital municipal. Enfim, Charlie se sentiu culpado por minha gravidez, afinal de contas não é normal uma garota de 12 anos de idade aparecer grávida. Porém no dia seguinte em que ele despertou, seus olhos tiveram uma nova esperança, sua vida mudou e desde então somos inseparáveis.
A casa que alugamos é no estilo da anterior que tínhamos, porém parecia ter mais espaço e não ficava tão longe da faculdade e do centro da cidade. Acabei arrumando emprego de garçonete, em um restaurante rústico da cidade...Bem melhor do que o meu emprego anterior, que também era de garçonete mas em um bar aonde só tinha bêbados e tarados insanos. Na Califórnia tudo é muito caro e apesar de fazer uma semana desde minha mudança para Oklahoma pude ver que aqui a cidade é calma, as pessoas são educadas e não tem aquele estresse de cidade grande.
Charlie me presenteou com um carro, um fusca 66, fiquei muito feliz apesar de não estar muito conservado por fora e o motor apresentar problemas. Como dizem melhor andar com um carro velho do que andar a pé na chuva. Charlie, estava me ajudando com o motor e em breve com o fusca pronto por dentro , eu começaria a fazer minha obra de arte. Estava pensando em pintá-lo como o Herbie, mas no lugar do lugar do 53, pintar 66 e dar uns toques femininos, nada cor de rosa e claro seu nome seria Fluflu como a Nessie escolheu.
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Minhas aulas começam hoje, é claro que estou nervosa e ansiosa. Acordei a Nessie, arrumei o café da manhã, comemos e partimos. A Fluflu de início não queria pegar, mas depois de umas vinte partidas ela ligou. Deixei a Nessie na escola e segui para faculdade, no meio do caminho o motor de Fluflu superaqueceu me fazendo parar em um posto e esperar o motor esfriar. Quando cheguei na faculdade o estacionamento estava lotado, mas não tinha ninguém nos corredores. Segui até a sala que me informaram e entrei. De imediato quase quebrei a porta admito... O meu Deus ele era lindo. Meu coração acelerou e assim como Fluflu me superaqueci.
- Licensa - Geralmente pessoas da Califórnia não são educadas,não queria que ele pensasse isso, mas minha voz não queria sair e com todos alunos olhando para mim entrei em pânico.
- Não. - Sua voz grossa me fez arrepiar.
- Não, o que ? - Perguntei sem jeito, ele me olhava de modo estranho, como se quisesse me dar uma surra, ou algo do tipo.
- Permissão não concedida, senhorita. - Foi então que ele prendeu seus olhos nos meus, eles eram azuis, de um tom que eu nunca tinha visto... Ficamos nos encarando por um tempo.
- Está brincando não é? - Perguntei novamente tentando segurar a gargalhada de nervoso, meu deus, eu estava flertando com o professor que acabará de conhecer e todos meus colegas de classe estavam assistindo a cena.
- Infelizmente não. - Por um minuto parei de encara-lo. - Por favor, senhorita, queira se retirar e aprenda a respeitar o horário estipulado pela instituição . - Disse apontado para porta. Ele estava falando sério e parecia bem bravo.
- Só um minuto. - Quando cheguei na instituição era 7:10 e a aula começa a 7:30. - Bom, senhor, professor, sei la como te chamo, humm...qual seu nome? - Bom se ele já estava com raiva agora então nem se fala a julgar pelo suor que criava em sua testa. - Enfim, a aula começa sete e meia... Agora são 7:27... Então acho que o senhor que está adiantado. - Falei olhando para o chão, tentando não encarar seus olhos azuis profundos.
- Sente-se. - Falou baixo.
Fiz o que ele mandou, infelizmente só tinha vago dois lugares na primeira fileira, tive que optar por um daqueles. Respirei fundo, ótima maneira de começar uma faculdade... arrumando confusão no primeiro dia com o professor.
Acabei não prestando tanta atenção na aula e sim no professor, ele acabou não olhando nenhuma vez em minha direção. Quanto a isso eu não sabia se era bom ou ruim. Assim que a aula acabou fui a primeira a sair pela porta, precisava de ar agora mais do que nunca, não sabia o que estava acontecendo.
- Ei garota atrasada. - Falou uma voz feminina surgindo atrás de mim. - Esqueceu isso na sala. - Me mostrou o caderno.
- Obrigada, eu sou a Ana. - Sorri me apresentado e recolhendo o caderno de sua mão.
- Claire. - Se apresentou sorrindo também. - Você não é daqui né ? - Começou a andar e a seguir junto comigo.
- Está tão na cara assim? - Desde o primeiro dia que cheguei a Oklahoma as pessoas vem me dizendo isso.
- Sim, você é diferente, sua cor bronzeada, seu cabelo bagunçado e sua calça agarrada dizem tudo. - Deu uma risada. Comecei a reparar nas roupas de Claire e das outras garotas que passavam, realmente elas não eram iguais as minhas, elas usavam calças jeans também porém não eram justas e não marcavam o corpo. - Não se preocupe quanto a isso, eu achei legal o jeito que se veste e adorei o seu cabelo. - Continuou andando.
- Valeu. - Falei sem graça, parando de segui-la.
- Porque parou? - Olhou para trás me encarando. - Temos que falar com a Alana. - Apontou para o corredor.
- Quem é Alana? - Comecei a acompanhar seus passos rápidos novamente.
- Secretária do Mr.Grey . - Indagou. Infelizmente Claire não ajudou em nada, não sabia quem era Alana e muito menos Grey.
- Quem é Mr. Grey ? Quem é Alana ? E porque estamos indo falar com eles? - A encarei segurando uma risada.
- Em que mundo você estava nos últimos 50 minutos? - Deu uma risada breve e se certificou que eu realmente não sabia quem eram as pessoas que ela estava indo conversar... Ou melhor a gente estava indo. - Mr. Grey é o professor que acabamos de ter aula, ele vai dar uma palestra sexta a noite e é limitada a apenas vinte alunos. - Acenou com a cabeça. - Você vai querer ir, né? - Perguntou com cara de piedade. Eu não tinha planos para sexta e meu expediente acaba as seis, dava para ir, só que por algum motivo não queria ter que encontrar aquela criatura grotesca novamente.
- Provavelmente não , senhorita Claire, parece que sua amiga já tem planos para sexta a noite. - A voz surgiu de trás e se pôs em nossa frente, me fez arrepiar e corar novamente.
- Na verdade, eu não tenho planos. Adoraria ir e vou. - Falei sem tomar fôlego. Que? Confirmei o encarando, meu corpo estava bambo, mas mesmo assim me fazia de durona.
- Que bom, estávamos indo agora mesmo a sua sala Senhor Grey preencher a lista de inscrição. - Respondeu Claire animada.
- Senhorita Steele, na sexta não se atra-se e vista-se apropriadamente. - Virou-se de costas e seguiu em direção a sua sala.
- Ohhhhhh, Senhorita Steele roubando corações já no primeiro dia. - Claire falou quase sussurrando quando ele se virou. - Ele é gato. - Suspirou.
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Sweet Escape
FanfictionApós ganhar uma bolsa para faculdade de artes plásticas, a californiana Ana Steele, se muda para Oklahoma. A ex-garota problemática, de vinte anos e mãe da pequena Nessie que recentemente completou oito anos, decide que está na hora de recomeçar sua...