Sensações

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Os dias foram se passando. E com eles a paciência de Agatha. Depois daquele episódio do doce, ela teve que aguentar sua irmã e sobrinha pegando no pé dela, por estar nitidamente na cara que Rio estava dando em cima dela. Agatha ignorava as duas, fingindo que nada havia acontecido. Porém seu subconsciente não para de reproduzir a imagem dos olhos chocolates da morena, e seu sorriso, que deixava a mais velha nervosa só de imaginar.

Seu trabalho estava agitado como sempre, papelada e mais papelada. Fazia de tudo para sair mais cedo e poder passar mais tempo com seu filho, sentia falta do pequeno.

Uma batida na porta fora ouvida. Agatha permitiu a entrada.

— Com licença, senhora Harkness. — a jovem de cabelos castanhos adentrou a sala. — O laboratório acabou de ligar e disse que mais tarde enviará os resultados da análise que a senhora pediu.

Agatha tirou seus óculos e olhou para a jovem de cima a baixo.

— Certo.

Sabendo que a chefe não era muito de verbalizar, a jovem pediu licença e saiu da sala.

A mulher voltou ao seu trabalho, tentando ignorar a imagem de Rio em sua mente. O barulho do seu celular a tirou dos seus devaneios. Pegou-o para checar, vendo que era uma mensagem de sua melhor amiga.

Alice ♡

É o seguinte, dona Agatha. Sexta-feira Jen e eu vamos jantar na sua casa. E não me venha com desculpinhas, vou aparecer igual. E faça meu prato favorito. 

Agatha revirou os olhos ao ler a mensagem. Alice não se importava com o que a mais velha falaria, sempre fazia ao contrário. Porém fazia tempo que não as via. Digitou a mensagem e bloqueou o celular.

A.☆

Nem um bom dia, vagabunda! Mas pode deixar, vou caprichar no veneno. :)

Agatha se afundou novamente ao trabalho. Não se dando conta do horário, apenas quando ouviu o silêncio do outro lado da porta. Ao olhar o relógio, assustou-se, já passava das 19h27min. Olhou seu celular e viu as dezenas de mensagens de sua família. E uma infeliz mensagem do seu marido.

Depois de finalizar tudo, e fechar o escritório, seguiu até sua casa. Se sentia mal por passar tanto tempo longe de Nicholas, seu menino com certeza sentia falta.

Ao estacionar seu carro na garagem, viu um farol iluminar o local. Desceu do automóvel, olhando na direção do farol. A música alta que vinha do carro irritou Agatha. Caminhou até o meio do seu jardim, vendo que se tratava de Rio. Despreocupadamente, Melinoe desceu do carro cantando a música que tocava, rindo dos sons esquisitos que sua irmã fazia. Quando olhou para frente, encontrou o par de olhos claros brilhando de irritação.

— Ih, maninha. A tua mulher tá brava. — mencionou colocado a cabeça para dentro do carro.

Rio começou a procurar pela mais velha ainda dentro do carro. Quando a viu, abriu um enorme sorriso. Desligou a música enquanto abria a porta para descer. Mandou Melinoe entrar, mesmo a garota protestando sobre as compras dentro do carro.

— Tem noção do horário, senhorita? — a voz irritada de Agatha questionou a mulher que caminhava em sua direção.

— Ei, my lady! Senti sua falta.

Agatha bufou diante da voz alegre da mulher.

— Meu nome é Agatha! Mas pra você é senhora Harkness. E pare de me chamar assim! — desandou a falar enraivecida, vendo o sorriso brincalhão nos lábios da morena.

Um Caminho Para Duas | agathario Onde histórias criam vida. Descubra agora