Para adoçar

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Rio caminhava pela casa. Já eram 07h da manhã de uma quarta feira, e a mulher corria para acordar Melinoe, para o seu primeiro dia na escola nova, no qual a adolescente detestou. Como tinha que ir trabalhar, teve que deixar a irmã sozinha em casa, a contra gosto, pois Lilia e Natasha não poderiam ficar com ela e Melinoe reclamava dizendo que não era mais criança. Porém quando deixou a garota esses dois dias sozinha, teve que ouvir Agatha falar sem parar, reclamando do barulho que Melinoe fez esses dias.

Rio gostava de ver a mulher brava, a deixava excitada, porém quase apanhou quando passou a mão no braço da mulher, que havia ficado muito irritada com seu ato. Mas isso não abalou Rio, a fez ficar mais interessada em sua vizinha. Xingou Melinoe, que insistia em dizer que a Agatha era uma bruxa rabugenta.

Adentrou o quarto da irmã, puxando as cobertas do seu corpo.

— Acorda, anã! Hora de ir pra escola! — Rio disse após largar as cobertas no chão e começar a sacudir Melinoe que resmungava.

— Por mil demônios, Rio! Me deixa dormir.

— Negativo, projetinho de psicopata. — puxou a irmã que forçou o corpo contra a cama. — Não pense que esqueci o que você fez.

Rio começou a caminhar pelo quarto, abrindo as cortinas e janelas. Caminhou até o guarda roupa para pegar o uniforme escolar, para jogar em cima da irmã.

— Vamos, se vista logo! Tenho que ir trabalhar.

— Calma aí, muchacha!  Esse ódio todo é porque eu incomodei a sua bruxa rabugenta? — o divertimento na voz de Melinoe era evidente.

— Garota, eu quase apanhei por culpa sua!

— Como se você não fosse gostar. — a adolescente devolveu levantando-se da cama com o uniforme em mãos.

— Isso eu não posso negar!

Apressada, desceu até a cozinha, para finalizar o café da manhã. Colocou a tigela de cereais sobre a mesa, e depois as panquecas que Melinoe insistiu em comer todas as manhãs. Após a morte dos pais delas, Rio teve que adotar uma nova rotina: cuidar da irmã, alimentar e vestir, já que era a parente próxima. Melinoe tinha sete anos quando ocorreu o acidente, a garotinha viu sua vida e rotina mudar, após perder os pais e ter que ir morar com sua irmã mais velha, com quem sempre teve uma conexão maravilhosa. Rio dedicou-se todos os dias da sua vida a sua irmã, esse era o modo dela amenizar a sua dor e de sua irmã, que havia se tornado a sua maior prioridade.

Rio não havia se importado de mudar seu estilo de vida para cuidar da irmã, longe disso, ela preparou sua casa com todo cuidado do mundo para recebê-la e fazê-la sentir-se acolhida e amada. Até mesmo acabou seu casamento com sua ex esposa, pelo modo que a mulher tratava sua irmã.

Ouviu passos se aproximando da cozinha. Assim que virou viu a garota entrar no local. Não pode deixar de sorrir, sua garotinha estava linda naquele uniforme. Rio havia pego a segunda opção de uniforme, uma calça preta de alfaiataria, uma camisa branca social, sapatos pretos e suéter preto com o símbolo e nome da escola.

— Que coisa mais lindinha, Meli! — Rio exclamou sorrindo enquanto terminava de colocar a mesa.

— Por Lúcifer, Gaia! Não sou mais uma criança.

Rio riu ao ver o bico enorme nos lábios da irmã. Sabia que ela odiava isso e fazia questão de incomodá-la.

— Desculpa, adulta Melinoe.

Após apressar a pequena Vidal, Rio enfim seguiu até o colégio. Elas iam escutando música no rádio do carro, gritando a plenos pulmões a letra da música. Adorava esses momentos com ela. Ao estacionar em frente ao grande prédio, virou-se para a irmã.

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