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Mia e Nicolas estavam andando de volta pra casa depois de passar quase a noite toda pegando doces na vizinhança.
Os dois haviam feito uma dupla de palhaços como fantasia pro Hallowen, tinham feito uma maquiagem colorida bem bonita e haviam conseguido juntar quatro sacolas grandes e uma abóbora de plástico cheia de doces.
A noite estava quase perfeita, até eles encontrarem o Billy Maximoff e seu grupinho.
Billy não era exatamente o problema, ele e o irmão Tommy sempre encheram o saco de Mia e Nicolas mas nada que realmente causasse traumas, o problema mesmo era Fredy, o insuportável filho do delegado de WestVille que fazia bulliyng com eles, especialmente com Nicolas depois que ele se assumiu trans.

-Veja só, tem palhaços em WestVille...

Fredy disse num tom hirônico.

-Me digam por favor, onde é que fica o circo?

O grupinho riu.
Mia bufou e pegou o irmão pelo braço para irem embora, mas os meninos os cercaram.

-Já vão embora? Mas tá cedo, o Hallowen ainda nem começou...

Fredy tinha um sorriso arrogante nos rosto.

-Segurem ela.

Billy e Tommy pegaram Mia e a Seguraram pelos braços.

-Que porra vocês tão fazendo? Não encostar no meu irmão!

-Seu irmão? Essa aberração aqui é só uma mulherzinha com medo de assumir seu lugar na sociedade.

Nicolas que até então estava meio assustado fechou a cara e cruzou os braços.

-E você vai fazer oque? Me bater? Ai tadinho de mim...

Mia ficou levemente surpresa com a reação do irmão, ele não era de responder assim, ainda mais quando estava perto de problemas.

-Eu vou acabar com você seu viadinho, e vamos ver se você grita como homem ou como mulher.

Quando o menino chamou Nicolas de "viadinho" Mia sentiu os ombros de Billy ficarem tensos e o olhou confusa, mas logo sua atenção voltou para seu irmão, Fredy estava prestes a partir pra cima de Nicolas e Mia sabia que isso não acabaria bem, seu irmão podia ser corajoso, mas não tinha força física.
Mas quando o menino levantou a mão para dar o soco em Nicolas, Mia viu uma figura com a a fantasia da Gwen Stacy (mulher aranha) dar uma voadora em Fredy.
O menino cai no chão como se não fosse nada, Billy e Tommy soltam Mia sem saber como reagir aquilo, aproveitando a oportunidade, Mia corre até o irmão.

-Você me paga!

O filho do delegado grita, Mia puxa a pessoa vestida de mulher aranha pelo braço e sai correndo junto com o irmão.
Os três correram por uns cinco minutos antes de parar na casa dos gêmeos, encostados na parede do lado da casa a pessoa retirou a máscara revelando uma face feminina que respirava ofegante.

-Obrigado...

Nicolas diz olhando pra menina e estendendo a mão.

-Nicolas

A menina sorriu ainda ofegante.

-América, muito prazer Nicolas...e você é?

A menina diz olhando para Mia, mas Mia não consegue dizer nada, seu coração está acelerado e seu estômago está com um estranho firmigamento na barriga...mas é só pod causa da corrida certo?

-Mia...

A menina diz num tom envergonhada estendendo a mão oque faz Nicolas a encarar absurdamente perplexo já que ela era a irmã extrovertida.

-É um prazer te conhecer América...muito prazer...

Mia não sabia oque dizer, por algum motivo estava sem palavras e muito envergonhada pra conversar com a menina.

-Então América...

Nicolas começou tentando aliviar o clima.

-Você é nova na cidade? A gente nunca te viu aqui.

-Mais ou menos, me mudei pra cá pra morar com meu pai no final das férias, eu já vi vocês ma escola...é que eu não sou muito de socializar.

-Quem é seu pai?

-Stephen Strange.

-STEPHEN STRANGE É SEU PAI?

Os irmãos falam em oníssono.

-Adotivo.

Ela responde dando de ombros.

-Mesmo assim! Ele dá aulas lá na escola, nossa mãe também, ele sempre pareceu meio fechado...

Nicolas comenta, e Mia continua quieta...quieta demais a ponto de Nicolas começar a ficar incomodado.

-Vocês são filhos de quem?

-Da Agatha, Agahta Harknes, ela dá aula de história.

-AH! Sim! Eu adoro as aulas dela. Apesar de achar ela bem séria.

Os três riem, e Nicolas agradesce mentalmente quando Mia começa a falar.

-Ela só se faz de rabugenta, mas ela é um amor de pessoa eu juro.

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Alice já esta no terceiro copo de bebida, é Hallowen, uma época que ela passou a detestar nos últimos três anos.
Jen costumava ficar bêbada e sair beijando qualquer um que quisesse beija-la de volta, menos Alice, Alice ela nunca pedia pra beijar.
Jen veio andando em direção a Alice meio cambaleante, ela estava com uma fantasia de de vampira, com vestido preto e rosa e Alice estava normal, como a cidade era pequena ela usava coisas mais básicas da sua subcultura pra evitar gente inconveniente, mas no Hallowen ela aproveitava, fazia a maquiagem mais foda que conseguisse.

-Oi Alice!

O tom de Jen era um pouco arrastado pela bebida e a mulher gritava pela animação excessiva.

-Oi jen...

O tom de Alice era melancólico.

-Eu acabei de beijar Amanda sabia? Eu não sabia que ela pegava mulheres também, mas é como dizem, um gay quando bebe continua gay já um hetero bem sempre...

Jen disse isso enquanto virava mais um copo de bebida, uma das coisas que mais afetavam Alice com toda essa citação, é que Jen parecia fazer questão de falar pra ela TODAS as pessoas que ela ficava.

-Ela é bonita mas beija muito mal, talve-

-Eu não ligo.

Jen ficou surpresa com a resposta subta de Alice, ela estava meio bêbada mas não a ponto de estar inconscientemente do que acontecia em volta.

-Oque?

-FODA-SE JEN, EU NÃO LIGO!

Alice gritou, as pessoas pararam de falar e olharam pra elas, Alice odiava ter atenção desnecessária de outras pessoas, então bufou e saiu da casa em direção ao jardim.
Jen ficou parada por alguns segundos picando tentando assimilar oque havia acontecido, a bebida a deixava meio leza, mas ela sentia que deveria ir atrás de Alice.
Um pouco cambaleante, Jen saiu pela mesma porta que a outra havia saído minutos antes, a festa continuou normalmente e o ar do jardim era frio, Jen se sentiu mais sóbria no segundo em que o vento tocou seu rosto e fechou os olhos, ela imaginava o motivo pra Alice ficar daquele jeito, as duas eram amigas a anos e ela percebia que talvez a amiga tivesse desenvolvido sentimentos por ela.
A questão era, Jen queria isso pra ela? Alice era uma pessoa incrível que estivera com ela o tempo todo dando apoio quando precisava, mas ela nunca se permitia pensar sobre a amiga dessa forma, tinha medo de estragar a amizade.
Os pensamentos de Jen são cortados pelo som de choro que vinha de um canto mais escuro numa das paredes do lado de fora da casa.

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