Fios da vida - Amor em preto e branco.

prólogo

Amar é tecer linhas invisíveis no tecido do tempo, é entrelaçar destinos que nunca deveriam se cruzar, mas que se encontram — inevitáveis como a aurora depois da escuridão. Existe uma beleza triste nas histórias de amor que nascem para ser eternas, mas são sufocadas pelo peso do mundo. E nós, eu e Alex, éramos isso: uma dança entre o claro e o escuro, como a luz e a sombra que se tocam sem se misturar.

Eu sou Rita, e cresci acreditando que o amor fosse simples, uma melodia suave entre preto e branco. Mas a realidade desbota os sonhos, nos ensina que há nuances de cinza, pinceladas de dor e mágoa que mancham até os sentimentos mais puros. Conheci Alex quando meu coração ainda pulsava na batida dos contos de fadas. Ele era o fogo em minha neve, a tempestade que sacudiu a calmaria do meu mundo controlado. Com ele, o amor não era um sussurro suave; era um grito desesperado, uma avalanche de emoções que me arrastava para longe da superfície.

Nós amamos em meio a olhares furtivos e beijos roubados, em cada toque que carregava o peso de uma promessa silenciosa. Mas o mundo, implacável, puxava os fios dessa trama, arrancando pedaços de nós, como se não suportasse ver um amor assim existir. Foi quando entendi: o amor pode ser a maior revolução, mas também o maior sacrifício.

Entre Nova York e o Brasil, entre as expectativas e a realidade, nossos corações se perderam em um labirinto de lembranças. E agora, o que me resta são ecos de um tempo onde éramos nós — intensos, verdadeiros, desafiadores. Eu conto essa história para lembrar e para esquecer, para costurar as partes de mim que ainda sangram e soltar as amarras do que fomos.

Isto não é apenas uma história de amor, nem um conto de fadas. É um poema rasgado, escrito nas margens da vida, onde o preto e o branco se encontram e criam algo único — como a lua que se espelha na água escura, iluminando apenas o que ousa ser visto.