Capítulo 07 - Simone Biles

116 17 21
                                    


Simone tinha o sonho de ser policial desde nova, ela nasceu e cresceu no interior de São Paulo, e antes mesmo de terminar a faculdade de direito, com apenas 19 anos, passou no concurso da Polícia Civil. O início da sua trajetória foi na unidade de polícia da sua cidade, lidando com casos simples e corriqueiros, enquanto seguia seus estudos. Porém ela sempre foi muito determinada, e desde o começo se destacou por sua capacidade de observação e disposição para resolver casos difíceis. Aos 21 anos, se formou e passou no concurso para se tornar delegada. E foi nessa época que uma oportunidade incrível cruzou seu caminho. O FBI lançou um programa de imersão para profissionais da polícia de outros países, Simone inscreveu-se e foi selecionada.

Ela sempre teve interesse por conhecer mais sobre crimes mais graves, sobre psicologia criminal e perfis de criminosos. Esse período de formação nos Estados Unidos foi um desafio cultural e profissional para ela, algo que a ajudou a desenvolver uma nova visão sobre o trabalho policial. Durante o intercâmbio, Simone teve a chance de observar casos sob a ótica de agentes especializados em perfil criminal, mergulhando no estudo de padrões comportamentais e motivações dos criminosos.

E foi nesse período também que conheceu e se relacionou com Jonathan Owens. No início do relacionamento, ele mostrou-se um homem carismático, gentil e compreensivo, demonstrando grande interesse por Simone e sua carreira, elogiando-a de maneira que a fizesse se sentir única. E de maneira muito rápida, ela já estava envolvida emocionalmente e acreditando em um relacionamento saudável e promissor. Mas aos poucos, Jonathan começou a fazer pequenos comentários que começaram a minar a autoconfiança de Simone. Ele começou a criticá-la por seu jeito "focado demais no trabalho", sempre disfarçando essas críticas de "preocupação" ou "conselho". O homem aproveitava da distância de Simone de sua família, que estava no Brasil, para fazer ela sentir que só tinha a ele.

Cada vez que Simone tentava se afastar ou expressar descontentamento, Jonathan se desculpava, fazendo promessas de mudança e até se colocando como a "vítima" do relacionamento. Isso fazia a policial duvidar de si mesma, mantendo-a no ciclo de culpa e reconciliação. Jordan, melhor amiga de Simone, mesmo a distância, foi peça chave para ajudar ela a sair desse ciclo abusivo.

Quando Simone finalmente decidiu terminar o relacionamento, descobriu uma gravidez. Faziam semanas que ela e Jonathan não se envolviam, ela já estava decidida a acabar com tudo. Porém uma noite beberam e ela teve uma recaída emocional, acabando na cama dele, mesmo o relacionamento estando praticamente encerrado, e este momento, foi suficiente para engravidar. Ao descobrir, Jonathan usou isso contra ela, reagindo com frieza e desprezo, reforçando a culpa de Simone, humilhando-a, e dizendo que a responsabilidade é dela sozinha, que nunca quis um filho, intensificando seu trauma. A forma cruel como ele terminou com ela após descobrir a gravidez mostrou uma violência que expõs a natureza abusiva e manipuladora de todo o relacionamento. Embora Simone, com apoio da família e amigos, tenha conseguido encarar a maternidade e voltar ao Brasil, esse abuso deixou marcas profundas.

POV SIMONE

Cheguei em casa após esse dia exaustivo, soltando um suspiro ao sentir o calor acolhedor do meu lar. Ao abrir a porta, sou surpreendida por Sofia, que corre até mim com um sorriso radiante. Eu a pega no colo, rindo e acariciando o cabelo da minha filha, sentindo o alívio de estar em um ambiente onde posso finalmente relaxar.

- Oi, meu amor, você se comportou com o vovô? - beijo a cabeça dela e largo ela no chão enquanto me aproximo da mesa onde meu pai assiste a cena com um sorriso.

- Me comportei sim, olha falta menos de dez peças para montarmos o quebra cabeça da Cinderela!

- Meu deus, vocês são muito bons! Estou impressionada! - disse dando um abraço no meu pai.

- Acho que conseguimos terminar enquanto a mamãe toma um banho, não acha, Sofi?

- Conseguimos sim, vovô! Vai lá, mamãe, quando você voltar estará tudo pronto!

- Eu vou mesmo. Pai, vou rapidinho e já volto para liberar você para voltar para casa.

- Vai tranquila, meu amor! Dá para ver na sua cara que está precisando desse momento mesmo. - ele riu e eu concordei rindo também.

Tomei um banho, conversei um pouco com meu pai, logo em seguida ele foi para casa e agora estava eu e Sofia na cozinha conversando enquanto eu preparava a janta. A nossa rotina era assim, meu pai ou minha mãe buscavam Sofia na escolinha, as vezes ficavam aqui com ela até eu chegar, ou levavam ela para a casa deles, e no fim da noite estávamos nós duas nos nossos momentinhos.

Sofia estava sentada em um banquinho, apoiando os cotovelos no balcão enquanto falava sobre a escola, suas amiguinhas e, claro, o tão aguardado aniversário dela que estava chegando. Eu dou risada ao vê-la empolgada, e aproveito o momento para perguntar:

— E então, minha pequena, o que você quer para o seu aniversário? Quem você quer que venha?

Sofia pensa um pouco, franzindo o nariz com concentração. Ela responde com uma lista de amigos da escola, entrelaçada de pedidos simples e inocentes, como um bolo de chocolate com bastante cobertura e uma decoração das princesas. Eu sorrio com o coração aquecido por aquela simplicidade e inocência que só as crianças possuem.

- Ah, também temos que convidar a vovó, o vovô, a dinda, tia Suni, o resto dos seus amigos da "casa da polícia" e a Bebeca.

- Combinado, todos serão convidados e será do jeitinho que você quer!

Após o jantar, eu pego Sofia no colo e a levo para o banho. Compartilhamos risadas e brincadeiras enquanto lavo o cabelo dela, cada gesto recheado de carinho e cumplicidade. Ao sair do banho, eu a seco com cuidado, vestindo-a em um pijaminha colorido e aconchegante. Sofia se aconchega no meu colo, já sonolenta.

Chegando no quarto de Sofia, eu a deito na cama e escolho um de seus livros favoritos. Começo a ler com uma voz suave, interpretando os personagens com expressões e tons engraçados que fazem Sofia sorrir, ainda que seus olhos comecem a fechar aos poucos. Quando termino a história, observo o rosto adormecido de Sofia por um instante, beijando-lhe a testa e sussurrando um "boa noite" antes de apagar a luz e sair do quarto.

Voltando para meu próprio quarto, sinto o cansaço finalmente pesar sobre meus ombros. Troco de roupa, mas antes de deitar, olha para o corredor, com o olhar voltado ao quarto de Sofia. Percebo que a rotina com a minha filha é realmente um refúgio, um pedaço de paz que me permite recarregar e encontrar forças para enfrentar mais um dia. Em seguida me deito, fechando os olhos com a mente um pouco mais leve, confortada pela presença de Sofia em minha vida.

______________________

Quando você menos esperam, eu estou de volta.... kkkkkk

Agora vai ser assim, tô num fluxo bem bom de desenvolvimento da escrita, então conforme for finalizando os capítulos, vou trazendo para vocês! As vezes teremos uns capítulos maiores e outros menores, porque são capítulos com diferentes propostas. Uns serão mais de investigação, outros para contar um pouco mais sobre a história de cada uma delas (como esse) e outros mais focado na relação que Simone  e Rebeca vem construindo... Vem muita coisa por aí ainda!

Espero que continuem gostando e acompanhando! <3

Conexões PerigosasOnde histórias criam vida. Descubra agora