Eduarda Hippler
Quando acordei, vi a divindade que estava ao meu lado. Dei um breve sorriso e fiquei admirando-a.
Fiquei olhando para ela, pensando em algumas coisas e, principalmente, em nós duas. Logo, um pensamento puxou o outro, e me lembrei da noite passada e de como quase ultrapassamos a linha vermelha.
Eu realmente não quero que as coisas cheguem a esse ponto, porque nossos beijos são como uma droga que me domina a cada vez que nos beijamos. É como se eu quisesse me viciar em Sofia Santino a cada segundo que estamos juntas.
Sinceramente, meu maior medo é perder essa conexão que temos e a nossa amizade. Sofia foi a melhor amiga que eu tive desde que cheguei a São Paulo; acolhemos uma à outra de uma forma que eu não consigo explicar. A nossa conexão é surreal.
— Sofia: Bom dia! — bocejou. — Tá me admirando?
— Duda: Bom dia, Sofi! Óbvio, eu tinha que admirar a divindade que dormiu ao meu lado — falei, entre um sorriso amarelo.
Sofia veio em minha direção, me dando um selinho que foi o mais longo da minha vida, e foi nesse momento que decidi que aquela conversa deveria acontecer.
— Duda: Sofia!! — exclamei. Sofia me olhou com uma cara preocupada e eu simplesmente hesitei.
— Duda: Eu preciso ir no banheiro, já volto. — E dei um pulo da cama, correndo para o banheiro.
Fiquei algum tempo olhando meu reflexo e pensando na rejeição que poderia vir dessa conversa. Desta vez, estávamos sóbrias e não seria igual ao dia em que ela foi até minha casa para terminarmos de conversar.
Fiquei um tempo completamente perdida nos meus pensamentos. Não pude deixar de pensar como seria minha vida se Sofia simplesmente não correspondesse aos meus sentimentos ou não quisesse nada comigo. Logo, foi quando comecei a chorar.
— Sofia: Duda? Está tudo bem? Você está aí dentro há bastante tempo. — Ouvi sua voz de preocupação através da porta e, imediatamente, sequei as minhas lágrimas e abri a porta.
Sofia invadiu o cômodo com rapidez e me abraçou por trás. Eu ainda estava encostada na pia, olhando meu, ou melhor, o nosso reflexo no espelho.
— Sofia: O que foi? Tá com esses olhinhos vermelhos, por quê?
— Duda: Nada, Sô.
— Sofia: Aconteceu alguma coisa?
— Duda: Não aconteceu nada.
— Sofia: Não senti muita firmeza. Eu te conheço, Eduarda, seus olhos estão vermelhos porque você chorou. O que está rolando? Me fale! Como sua melhor amiga, eu exijo saber.
Superei fundo para não começar a chorar com sua frase "melhor amiga".
— Duda: Está vendo? É disso que eu também tenho medo.
— Sofia: Do quê?
— Duda: De perder a sua amizade. Antes de tudo, eu poderia facilmente desabafar com você, mas agora não posso porque estamos nessa coisa estranha que não tem nome.
Sofia me olhou com uma cara confusa e eu saí do cômodo, e ela veio atrás de mim.
— Sofia: Eu não entendi seu ponto, Duda.
— Duda: Esquece, Sofia. Deixa pra lá. Cadê meu celular? Vou pedir o Uber pra ir pra casa.
— Sofia: Por que você está agindo assim, poxa? Eu nunca entendo você, eu nunca consigo saber o que se passa contigo.
— Duda: Eu também não sei o que se passa contigo.
Sofia ficou me olhando enquanto eu tentava procurar meu celular. Onde eu enfiei essa merda?
— Sofia: Então vamos conversar. O que está acontecendo?
Parei imediatamente com suas palavras e fiquei a olhando. Eu estava de um lado da cama e Sofia do outro.
Ficamos por alguns segundos nos encarando até eu criar coragem e quebrar o silêncio.
— Duda: Eu não sei, eu simplesmente não sei. Não consigo colocar em palavras o tanto de coisas que estão esmagando meu coração só de estar perto de você com tantas incógnitas na cabeça.
— Sofia: Não podemos conversar se você não souber me explicar.
— Duda: Eu tenho medo, Sofia. Eu estou com muito medo da nossa amizade ficar abalada, medo dos nossos sentimentos, medo de você só sentir as mesmas coisas quando bebe. Medo das reações das pessoas e, o meu maior medo, é te perder. Isso tá me matando.
Sofia ficou me olhando e, do nada, a campainha tocou. Óbvio que seríamos interrompidas. Sofia saiu correndo para atender à porta enquanto eu virava as costas e ia diretamente para o quarto dela me trocar.
Se ela não tinha uma resposta pronta, é óbvio que tudo aquilo era apenas fogo de palha. Peguei minhas coisas e o resto da dignidade que eu tinha e fui em direção à sala.
— Lusca: Oi, Dudis! Desculpa atrapalhar vocês duas, eu esqueci a bateria da minha câmera aqui.
— Duda: Fica tranquila, Lusca, não atrapalhou nada. Eu já tô indo pra casa também.
Sofia me olhou com uma cara confusa e, antes que ela pudesse falar alguma coisa, eu saí batendo a porta.
Quando entrei no elevador, não pude deixar de pensar como eu era estúpida por ter acabado de estragar uma amizade incrível.
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Oii gente me perdoa pelo horário 😭😭😭
meio que a autora aqui tá péssima (psicologicamente falando) então demorou um pouco pra ser lançado, vou dar uma segurada nos capítulos, relaxem a merda ainda está por vir...
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Sentimentos - Doarda e Sofia
FanficSomos apenas duas bêbadas que se beijam às vezes sem sentimentos ou sentimos algo profundamente?