Capítulo 4

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Sofia Santino

Chegando em casa, fui ajeitando as coisas. Toda sexta-feira tínhamos um combinado de todos virem aqui para casa. Nessa sexta em específico, decidimos chamar pessoas além do nosso pessoal da mansão Hype, fazer um rolê bacana com alguns conhecidos nossos.

O dia passou super rápido e, quando percebi, já eram 19h30. O pessoal foi chegando, mas eu apenas esperava uma figura chegar. Quando olhei para a porta, lá estava ela: Duda estava linda com o vestido preto de couro, o famoso vestido de "piriguete", como diz a mesma.

Sofia: Você tá linda nesse vestido — falei em seu ouvido.
Duda: Que isso, Sofi? Já bebeu? — me olhou desconfiada.
Sofia: Tenho que estar bêbada pra te elogiar, Doarda? — Duda não me respondeu e saiu com um sorriso de canto, indo em direção à cozinha, presumo eu, para pegar uma bebida.

A festa foi rolando, entra gin, sai gin, e quando me dei conta, já estava um pouco alterada. Fui dar uma volta pelo rolê e, quando vi, Doarda estava conversando há muito tempo com uma loira. Logo reconheci que era Luana, sua ex-ficante. Assim que vi a cena de Luana encostando no braço de Duda e chegando cada vez mais perto, senti um incômodo.

Duda direcionou o olhar para mim e eu saí dali, indo em direção à cozinha.
Duda: Sofi? — ouvi a voz de Duda entrando pela porta da cozinha.
Sofia: O que foi? — respondi seca, para ver se ela entendia que eu não queria papo.
Duda: O que foi? Tá tudo bem?
Sofia: Tô, por quê? — respondi seca novamente.

Duda: O que eu fiz, Sofia? — perguntou a morena, encostando na pia.
Sofia: Nada, Doarda — me olhou desconfiada — Eu só acho engraçado que ontem você me disse uma coisa e hoje tá fazendo algo completamente diferente.

Duda: O que eu te disse? — me perguntou, fazendo uma cara de sonsa. Não é possível, Eduarda deve estar de sacanagem com a minha cara, só pode.
Sofia: Não sei, o que você falou? Pensa com essa sua cabecinha aí. — respondi com tom irônico.

Duda: Isso é por causa da Luana?
Sofia: Olha, ela consegue pensar — falei ironicamente, fazendo-a soltar uma gargalhada —  O que é tão engraçado?
Duda: Esse seu ciúmes todo.
Sofia: Que ciúmes? Eu não tô com ciúmes. — respondi, desviando o olhar.
Duda: Tem sim. Adoro uma mulher ciumenta. Se você acha que assim vai me afastar, boa tentativa, mas não vai funcionar. — respondeu, tentando me encontrar com o olhar.

Sofia: Sinceramente, eu ainda não sei por que tento conversar com você. — disse irritada, pegando meu copo e saindo dali, mas senti a morena pegando meu braço.
Duda: Calma, Sofi, você não precisa ter ciúmes de mim, até porque eu não seria burra o suficiente para ficar com alguém numa resenha na sua casa. — Quando essas palavras saíram da boca de Duda, meu sangue ferveu na mesma hora.
Sofia: Vai ti fude, Eduarda — foi a única coisa que eu disse, tentando sair dali, mas Eduarda se colocou na minha frente e não deixou.

Duda: Tô brincando! Pelo amor. Olha, eu não sei o que você viu, mas não tinha nada ali. — Ela teve a maior cara lavada de me responder isso. É sério mesmo?
Sofia: Não tinha nada? — falei, me afastando dela - NÃO TINHA NADA, EDUARDA? — me exaltei. — E aquelas trocas de olhares? E ela encostando em você toda hora, quase se jogando pra cima de você, não era nada? — perguntei para a morena que estava me olhando nos olhos.
Duda: Você ficou 5 minutos ali e já tá deduzindo coisas que não aconteceram.

Sofia: Não aconteceu, Eduarda? Então eu tô ficando maluca?
Duda: Você que está dizendo que está ficando maluca — deu de ombros.
Sofia: Então você concorda? Talvez eu esteja ficando maluca mesmo, maluquíssima por você! Desculpa se meu erro é gostar muito de você. — As palavras escaparam da minha boca de uma só vez, sem que eu pudesse analisar o que estava falando. — Não mente pra mim. Eu sei o que os meus olhos viram, na verdade eu senti o clima que tava rolando ali — falei, dando gargalhadas — Você não desgrudou dela nem um minuto desde a hora que ela chegou.

Duda já ia argumentar contra mim, mas Caick chegou antes, nos interrompendo como sempre.
Caick: O que tá acontecendo aqui?
Sofia: Nada — respondi primeiro — A bebida acabou e tamo vendo aqui quem vai ir buscar mais.
Caick: Então o griteiro era por causa disso? — nos perguntou com um olhar desconfiado.
Sofia: Não teve nenhum griteiro. Pode deixar que eu vou lá — saí da cozinha, indo em direção à porta do meu apartamento para ir comprar as bebidas.

Eduarda Hippler

Eu não tô acreditando que ela tá achando que eu iria dar moral pra outra mulher. Meu Deus, meu caso com a Luana não passou de apenas beijos em algumas baladas por aí, nunca nem conversamos sóbrios e nem saímos para nos encontrar.

Quando voltei pra sala, Sofia já tinha saído e, óbvio, que eu ia atrás dela. Mas Luana logo entrou na minha frente tentando puxar assunto, mas deixei ela falando sozinha e fui em direção à porta, indo atrás de Sofia.

Entrei correndo no elevador e lá estava ela, com o olhar cabisbaixo.
Duda: Olha pra mim, Sofia — falei, indo em sua direção e ela subiu o olhar até mim — Não precisa ter ciúmes de mim, eu gosto de você e a única pessoa que me interessa nesse momento é você!

Sofia apenas ficou quieta, sem me direcionar nenhuma palavra. Ou essa mulher fala comigo ou vamos ficar subindo e descendo nesse elevador o resto da noite. Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas nos olhando, até ela quebrar o silêncio.

Sofia: Eu não estou com ciúmes, Doarda, mas tá na hora de estabelecer limites com essa garota — apenas fiquei estudando suas expressões, sem dizer uma palavra — Olha o jeito que ela te olha, é como se você fosse um pedaço de carne. E, obviamente, a miss simpatia fica lá dando trela. Porra, Duda, você já foi menos ingênua.
Duda: Pelo amor de Deus, Sofia, eu estava tentando sair de lá pra ir ficar com você, mas ela ficava puxando assunto atrás de assunto. Para de ciúmes, vai.
Sofia: Quer saber, Eduarda? Eu tô com ciúmes sim. Eu gosto de você, é tão difícil entender isso? Eu não quero ninguém perto de você, muito menos sua ex-ficante.

Não pude conter o riso ao vê-la admitir que estava com ciúmes e dizer que gostava de mim. Fui chegando perto dela e uni nossos lábios em um selinho demorado, que logo se tornou, sem dúvidas, um dos melhores beijos da minha vida.

Sofia estava encostada na parede do elevador e me puxou pela cintura para mais perto dela, e logo eu pude perceber a tensão que estava se instalando por todo aquele elevador.

Duda: Viu? Eu não beijo nenhum dos meus ex-ficantes dessa maneira — disse para Sofia, me afastando do elevador e fazendo-a ficar levemente corada.

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Eu surtei escrevendo esse capítulo KKKKKKKKKK e espero que vocês gostem.

Sentimentos - Doarda e Sofia Onde histórias criam vida. Descubra agora