Capítulo 7

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Sofia Santino

Quando Duda me disse todas aquelas palavras, foi igual a um pisca-alerta para todos os meus sentimentos. Apenas fiquei a olhando, sem nenhuma reação.

Tentei dizer que sentia o mesmo por ela naquele instante, mas as palavras simplesmente não saíam da minha boca. Foi quando percebi que Duda já havia saído pela porta.

Eu simplesmente não conseguia me mover; fiquei em transe, parada, vendo o mundo ao meu redor em câmera lenta.

Até que Lusca quebrou esse transe com suas palavras.

Lusca: Meu Deus, Sofia, vai atrás dela.

Meu transe foi quebrado e, em questão de segundos, eu já estava segurando a porta do elevador para que Duda não fosse embora.

Duda: Sofia? O que você quer? — Me olhou a morena com os mesmos olhos vermelhos que tinha hoje pela manhã no banheiro. 
Sofia: Duda, por favor, eu... 
Duda: Você o quê? 
Sofia: Eu não consigo dizer; as palavras não saem. 
Duda: Sofia, eu não posso adivinhar o que está no seu coração. 
Sofia: Eu sei, mas eu não consigo falar. 
Duda: Você não precisa dizer muito; basta dizer as três palavras que eu faço o que você quiser. — Pude ver o olhar dela se encher de expectativas. Eu não poderia aguentar aquele olhar e tive que desviar. 
Duda: Olhe nos meus olhos e diga, Sofia. Eu só quero ouvir as três palavras e você sabe quais são. 
Sofia: Duda, eu t... — Suspirei fundo e ouvimos um barulho vindo da porta que dá acesso à escada.

Quando me virei para ver quem era, meu mundo começou a desabar ali mesmo. Não por mim, e sim pela morena que estava dentro do elevador.

Mítico: Então é aqui que o elevador está parado. — Quando Duda ouviu a voz do rapaz atrás de mim, com um buquê de rosas vermelhas, eu vi a decepção em seu olhar. 
Duda: Acho melhor a gente desocupar o elevador, Sofia. Se você puder me dar licença. 
Sofia: Duda, por favor. 
Duda: Tchau, Sofia.

Me afastei do elevador contra minha vontade e me virei bufando para Mítico.

Sofia: O que você pensa que está fazendo aqui? 
Mítico: Eu te trouxe flores como um pedido de desculpas e vim te chamar pra gente conversar. 
Sofia: Cara, você tinha tudo. Você praticamente me tinha na palma da sua mão pra fazer tudo o que quisesse. No mesmo dia em que decidimos dar um passo a mais na nossa relação, você viraliza em milhares de páginas de fofocas sendo visto saindo de um banheiro com uma loira.

Alguns meses atrás, eu e Mítico estávamos ficando, tendo um caso sério. Até ele praticamente me trair com uma loira em um banheiro de uma festa que estava praticamente a elite toda de influenciadores de São Paulo.

Naquela época, quando tudo isso aconteceu, Duda foi a única que esteve ao meu lado; acho que foi exatamente ali que meus sentimentos, que sempre estiveram escondidos, começaram a se aflorar cada vez mais.

Mítico: Todo mundo erra, Sofia; me perdoa, cara, vai me dizer que em só alguns meses você me esqueceu? 
Sofia: Desculpa, Mítico, mas eu já te esqueci, sim.

Eu virei as costas e saí andando pra dentro do meu apartamento.

Lusca: Cadê a Duda? 
Sofia: Foi embora, Lusca. — Eu me joguei no sofá, tentando conter as lágrimas. 
Lusca: Poxa, Sofi, foi o bloqueio emocional, né? 
Sofia: Quero dizer que sinto o mesmo por ela, mas as palavras não saem; simplesmente não dá. 
Lusca: Lembra que marcamos de ir naquele barzinho novo que abriu? Vocês conversam lá. 
Sofia: Que merda, ainda tem essa merda de rolê marcado. 
Lusca: Você vai conseguir, Sofia; eu confio em você. Eu já vou indo e, por favor, pense direito no que você vai fazer no resto do dia.

Sentimentos - Doarda e Sofia Onde histórias criam vida. Descubra agora