Capítulo 8

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Eduarda Hippler

Quando abri a porta e vi Sofia na minha frente recitando Charlie Brown Jr, eu fiquei totalmente desacreditada. Eu queria me entregar e dizer que estava tudo bem, mas uma parte minha simplesmente não conseguia.

—  Duda: Eu não quero ouvir apenas palavras, eu quero ações, Sofia. Falar todo mundo fala, eu quero ver fazer.
—  Sofia: Agora eu sei exatamente o que fazer. —  Sofia me puxou pelo corredor. —  Bom recomeçar, poder contar com você. —   Ela realmente estava cantando.

—  Sofia: Vem, Duda, canta comigo.
—  Duda: Pois eu me lembro de tudo, irmão. Eu estava lá também. —  Continuei dançando junto a ela.

—  Sofia: Eu prometo mudar, você merece muito mais além do que eu posso te dar. Meu maior medo é perder a sua amizade também, e você sabe muito bem que você é a única amiga que eu tenho. Hoje mais cedo, as palavras não saíram, Duda, e eu sinto muito por isso. Eu queria poder expressar mais por você. Você merece tudo, merece o mundo, mas o mundo é cheio de crueldade, então sabemos que você merece as melhores coisas que tem nesse mundo. —  Suspirou. — Então, Duda, se você não quiser mais nada, se você quiser fingir que as últimas semanas não existiram, tudo bem, a gente finge que nada aconteceu. Mas saiba que eu senti algo por você, saiba que você sempre será o grande amor da minha vida.

Fiquei apenas a olhando e intercalei meu olhar entre sua boca e seus olhos. Foi quando Sofia foi se aproximando cada vez mais, me puxou pela cintura e me deu um beijo. Pude sentir o sabor de todas as bebidas que ela havia bebido, e simplesmente senti o sabor da tequila.

Eu retribuí o beijo e como eu amo beijar Sofia Santino. Mas nem tudo é um mar de rosas. Os pensamentos começaram a me dominar, e sinceramente eu sei que o que foi dito bêbado foi pensado sóbrio, mas eu não posso fazer isso comigo mesma.

—  Sofia: Isso é um sim? - me olhou com aqueles olhinhos brilhantes. Eu estava me odiando por isso.
—  Duda: Desculpa, Sofia, se você quiser, você vem aqui amanhã e conversamos, mas agora eu não vou aceitar nenhuma palavra sua.

Eu vi seu brilho sumir e ela abaixou a cabeça com uma velocidade, tentando conter as lágrimas. A esse ponto, as minhas lágrimas já estavam sendo derramadas involuntariamente.

—  Sofia: Tudo bem, Duda! —  Suspirou com os olhos cheios de lágrimas. —  Eu volto amanhã!!

Eu tive uma esperança com sua fala, mas ao mesmo tempo estava me instalando em uma corda bamba no meio dessa história toda. Tentei convencer Sofia a me deixar levá-la pra casa, mas ela não deixou. Creio que tenha voltado ao bar, porque Caick me mandou mensagem dizendo que ela já havia aparecido novamente no bar.

Eu não consegui dormir o resto da noite, apenas esperando o dia clarear pra ver se Sofia realmente iria vir. Não mandei mensagem, apenas fiquei esperando. Apenas esperando...

Sofia Santino

Quando acordei de manhã e lembrei de alguns flashbacks da noite passada no corredor do prédio de Doarda, fiquei atordoada apenas pensando se ia ou não até o apartamento da mesma. Eu peguei a chave do carro diversas vezes para ir, mas algo sempre me travava na porta do meu apartamento. E esse travamento virou dias.

Foram dias evitando tudo o que tivesse a ver com Duda ou com sentimentos, dias sem ver ela e sem ter uma sequer notícia dela. Eu odiava esse bloqueio emocional, odiava ter que deixá-la esperando por uma resposta que era tão simples de ser dada.

Eu fiquei mais de três semanas sem falar com a Doarda, não tive notícias dela e nem ela das minhas. Já tínhamos alguns episódios de programa gravados, então ficamos tranquilos em relação a isso, poderia dizer tranquila entre aspas.

Abri uma garrafa de vinho e comecei a conversar com a Bella Hadid.
—  Sofia: Sabe, Bella, a minha versão bêbada daquela noite nunca imaginaria que aquele seria o meu último beijo com a Duda. Aquela eu nunca imaginaria que eu e Duda pudéssemos ter um fim.

Eu estava sendo covarde e sabia disso, mas estava sendo tão difícil pra mim ultrapassar esses limites. Tava sendo tão difícil não conseguir correr atrás da garota que eu mais amava.

Saber e entender que a culpa era minha não diminuía a minha vontade de sofrer, só aumentava cada vez mais. Toda vez que eu abria meu guarda-roupa e via as três peças de roupa que ela deixou por ali, seu cheiro se instalava por todo aquele apartamento.

A sua favorita estava ali comigo. Eu estava vestindo-a, sentada no chão da sala, com a música alta, meu fiel companheiro, copo de bebida, e minha gata, que nos últimos tempos foi a ouvinte das minhas lamentações. Ela não aguentava mais ouvir eu falar sobre a Doarda, e eu não aguentava mais pensar ou falar sobre ela.

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Oi meus divos!!
Gente feliz uma semana de fic kkkkkkkkkkk eu espero que vocês estejam gostando do enredo da história, eu pretendo fazer elas se aprofundando mais nos próprios sentimentos e elas se entendendo também.

Sentimentos - Doarda e Sofia Onde histórias criam vida. Descubra agora