Capítulo 10

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Sofia Santino

Caick ficou responsável por cuidar de Bella para mim. Eu tenho tanta sorte em tê-lo. Se não fosse o Caick, eu não estaria cometendo essa loucura de ir para Santa Catarina ver a Duda. Talvez toda essa história ficasse só nisso e eu nunca iria atrás da Duda.

Cheguei na cidade vizinha àquela onde a família da Duda morava, aluguei um carro e depois me preocuparia com a hospedagem. Pedi para Caick ir conversando com a Duda, para que eu pudesse chegar de surpresa na casa dela sem que ela estivesse lá.

E justamente no dia em que cheguei, a Duda teve que acompanhar a avó dela nos exames. Parece que a mãe da Duda não ia conseguir ir por conta de uma reunião que ela teria na escola onde dá aula. E esse foi o momento certo.

Fiquei mais de 20 minutos na frente da casa da Duda criando coragem para tocar a campainha.

—  Kerly: Sofia? — A moça de cabelos loiros me olhava confusa.
Sofia: Ah, oi, tia. Eu posso entrar? — Dona Kerly apenas me deu um sorriso simpático e me deu espaço na porta.

Kerly: A Duda não está em casa, Sofia. Foi acompanhar minha mãe nos exames.
Sofia: Não tem problema, tia. Será que eu posso ficar no quarto dela esperando por ela?
Kerly: Claro que pode, Sofi. Quer alguma coisa? Um café, uma água?
Sofia: Não, tia, muito obrigada. Eu queria que você não falasse que eu estou aqui. A senhora pode fazer isso por mim?

Dona Kerly apenas me olhou, abriu um sorriso e balançou a cabeça positivamente. Quando subi as escadas e cheguei no quarto da Duda, era tudo a cara dela: a penteadeira, a cama no canto do quarto.

Fiquei apenas 35 minutos esperando pela Duda quando ouvi sua voz lá embaixo, e elas pareciam totalmente felizes. Eu espero que tenha dado tudo certo com os exames da avó da Duda.

A cada passo ouvido na escada, meu coração acelerava de uma forma diferente e quase saía pela boca. Quando a porta se abriu e eu pude ver a morena que eu tanto amava entrar, eu quase tive um infarto na frente dela.

Quando a Duda me viu ali, pude ver sua expressão mudar. Eu não estava conseguindo estudar suas feições, mas via um suspiro de alívio vindo da morena à minha frente.

Eduarda Hippler

Hoje era o dia de fazer os exames certos para ver se a vovó estava realmente com câncer. No caminho, estava vendo algumas fotos na minha galeria e acabei vendo minhas fotos com Sofia, do dia em que "voltamos" a ficar.

Minha avó estava ao meu lado no carro e percebeu que eu estava olhando para uma foto meio triste.

Margarida: Duda, como andam as coisas entre você e a sua namorada? É Sofia, o nome dela, não é?
Duda: Namorada? — Suspirei fundo com a pergunta. — Sofia não é minha namorada, vó.
Margarida: Mas você gosta dela, não é? — Ela me olhava com aqueles olhos grandes verdes; os olhos da vovó lembravam um pouco os meus. — O que aconteceu entre vocês duas?
Duda: Por que a pergunta?! — Olhei-a confusa.

Margarida: Minha filha, eu conheço cada um dos meus netos. Acompanhei você durante sua adolescência inteira. Já te vi sofrer por diversos namoradinhos por aí, e apesar de tudo, nunca te vi tão cabisbaixa como você está nesses últimos dias. Tem algo a ver com ela, né?
Duda: É complicado mesmo — meu olhar caiu novamente.

Margarida: O que aconteceu? Deita aqui e conta para sua avó. Você está precisando de um conselho de uma pessoa mais velha.
Duda: Eu gosto dela, gosto mesmo. Nós já ficamos muitas vezes, mas eu não sei o que ela sente e não quero ficar com alguém sem saber o que a pessoa sente. Sempre ficamos quando estamos bêbadas e sempre rola uma troca de olhares entre nós duas. Ela sempre tenta conversar sobre os sentimentos dela quando está bêbada, e eu tenho medo de que ela sinta tudo aquilo quando está sob o efeito de álcool. Isso está me matando por dentro, vovó. — Algumas lágrimas caíam involuntariamente quando a vovó passava a mão pelos meus cabelos.

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⏰ Última atualização: 18 hours ago ⏰

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