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Brenda Silva ||Novembro 2024 - Rio de Janeiro||Final da Copa do Brasil

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Brenda Silva
||Novembro 2024 - Rio de Janeiro||
Final da Copa do Brasil...

Eu estava completamente entregue ao jogo. O Flamengo estava prestes a conquistar mais um título da Copa do Brasil, e, mesmo com o agregado já garantido, eu não conseguia parar de torcer como se fosse a última partida do século. Estava sozinha no sofá de casa, mas isso não me impedia de me sentir parte de algo muito maior. Minha alma estava ali, com os jogadores, vivendo cada segundo do jogo. E, mais do que tudo, minha mente estava fixa em Gabigol, o meu ídolo, o cara que sempre me fez sentir uma conexão tão forte com o Flamengo.

Finalmente, o jogo acabou. O apito do árbitro foi como um alívio e uma explosão de felicidade. O Flamengo tinha vencido, mais uma vez. A taça da Copa do Brasil estava ali, e eu poderia já imaginar os gritos e as comemorações dos torcedores. Mas, ao invés de me jogar nas redes sociais para comemorar, algo me fez parar. As imagens da entrevista pós-jogo começaram a ser transmitidas. E foi aí que tudo mudou.

Eu vi Gabriel, ainda com a camisa rubro-negra, sendo cercado por repórteres. O sorriso dele parecia diferente, algo no ar não estava certo. Eu sabia que ele não falaria sobre o jogo. Algo me dizia que essa entrevista seria diferente de todas as outras que eu já tinha visto.

E então, ele falou.

- Estou muito feliz pela conquista, mas preciso ser honesto... Esta é a minha última final com o Flamengo - Gabigol disse, e eu fiquei paralisada.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. O som da palavra "última" parecia reverberar dentro de mim, como um choque. Não podia ser real. Eu estava ouvindo errado, com certeza. Gabriel não podia estar se despedindo do Flamengo assim, não podia estar dizendo que aquela era a sua última vez em uma final pelo clube.

Ele continuou, explicando que, apesar de todo o amor e respeito que sentia pelo Flamengo e pela torcida, o ciclo dele ali estava se encerrando.

- Eu não vou ficar. O Flamengo foi muito importante na minha carreira, mas a vida me pede novos desafios - Disse ele, com a voz firme e um olhar sério, como se tudo aquilo já estivesse decidido.

Eu não sabia o que fazer. Eu estava atônita. O que eu estava sentindo? Tristeza? Desespero? Era uma mistura de tudo. Eu fiquei ali, imóvel, assistindo enquanto ele falava com tanto carinho do clube e da torcida. Mas, ao mesmo tempo, aquilo me cortava. Ele estava se despedindo, e eu mal podia acreditar nisso. Gabigol, o cara que sempre foi um símbolo do Flamengo para mim, estava indo embora.

As palavras dele ficaram ecoando na minha cabeça, mas eu não conseguia reagir. Eu sentia um aperto no peito e uma dor sem explicação. Eu só queria que o tempo voltasse, que ele dissesse que estava apenas brincando, que não era nada disso. Mas, não... Era real.

- Ele vai embora - Sussurrei para mim mesma. Era difícil de acreditar, mas era a pura verdade. Gabriel estava partindo. O meu Gabriel.

Eu olhei para o celular, ainda em silêncio, os olhos cheios de lágrimas, e tudo o que eu conseguia sentir era uma sensação de perda antecipada. Não ia mais ver Gabigol no Flamengo. Não ia mais ver aquele sorriso depois de um gol, ou ouvir o nome dele sendo gritado nas arquibancadas. Como eu lidaria com isso? Como eu ia aceitar a ideia de que o homem que sempre fez o futebol ser mais mágico estava se despedindo do meu time?

Eu fiquei ali, absorta em meus pensamentos, quando algo dentro de mim despertou. Algo que foi mais forte do que a tristeza. Algo que eu não sabia explicar, mas que me empurrava para agir.

Eu preciso vê-lo. Pensei, e de repente tudo ficou claro na minha mente. Não podia ser o fim. Não podia. Gabriel estava se despedindo, e eu... eu não poderia deixar isso passar em branco. Eu precisava, ao menos, tentar algo. Não poderia simplesmente ficar parada, assistindo a tudo de longe, sabendo que ele estava indo embora para sempre. Era agora ou nunca.

Eu peguei o celular, a mente trabalhando a mil por hora. Ele iria para a festa do título depois do jogo? Teria treino no dia seguinte? Onde eu poderia encontrá-lo?

Meu coração batia rápido enquanto eu procurava informações sobre o paradeiro dele. Será que eu teria uma chance? O Ninho do Urubu era o próximo lugar que me veio à cabeça. Era ali que tudo acontecia. E, quem sabe, se eu fosse lá, se eu tivesse sorte, eu poderia ao menos vê-lo de perto. Uma última chance de ver meu ídolo, de talvez, quem sabe, conseguir um autógrafo, uma foto, ou até mesmo um abraço.

Eu já sabia que era uma missão difícil, talvez até impossível, mas não importava. Eu tinha que tentar. Não ia me perdoar se não o fizesse. E se fosse a única oportunidade que eu tivesse para ver o Gabriel, para me despedir dele, eu faria isso com todas as forças que eu tinha.

Levantei-me do sofá, o coração disparado, a adrenalina correndo pelo meu corpo. O próximo treino seria daqui a dois dias, já que amanhã eles folgariam. E esses dois dias poderiam parecer uma eternidade, mas era essa a oportunidade que eu tinha para tentar chegar até ele. Não poderia mais esperar.

- Eu vou lá - Disse para mim mesma, decidida. O Ninho do Urubu seria o meu destino. O coração acelerado, mas com uma sensação de que eu estava fazendo o que precisava ser feito.

 O coração acelerado, mas com uma sensação de que eu estava fazendo o que precisava ser feito

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