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Gabriel Barbosa||Novembro 2024 - Rio de Janeiro||Horas mais tarde

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Gabriel Barbosa
||Novembro 2024 - Rio de Janeiro||
Horas mais tarde...

Horas mais tarde do que eu havia imaginado, a tensão do dia ainda permanecia, mas não por falta de tentativas. Eu havia dito a mim mesmo que mandaria uma mensagem para ela, que tomaria a iniciativa. Mas, ao longo do dia, a coragem nunca parecia vir. Fiquei com o celular na mão, hesitando, abrindo e fechando a conversa, como se o simples ato de digitar me expusesse demais. Eu sabia que ela sentia a mesma coisa, mas algo em mim tinha medo de dar o passo. Medo de me arriscar mais do que eu já estava disposto.

Agora, já passava das onze da noite, e o mundo fora de casa parecia mudo, mas dentro de mim o turbilhão não diminuía. Eu não conseguia parar de pensar no jogo, no que tinha acontecido depois, no momento que dividimos no camarote e, principalmente, no que a Brenda representava naquele instante. Ela não era apenas uma fã ou alguém com quem eu tinha conversado em algumas ocasiões; ela estava se tornando mais do que eu tinha planejado.

Suspirei e peguei o celular de novo. Mais uma vez, abri a conversa com ela. A dúvida se faria ou não o primeiro movimento me corroía, mas algo estava me impulsionando. Respirei fundo, e com a mente um pouco mais tranquila, digitei rapidamente:

Ainda acordada?

O "enviar" foi automático. Não havia mais volta agora. A resposta dela veio mais rápido do que eu esperava.

Sim. Tá tudo bem?

A leveza da mensagem me deu um alívio inesperado, como se ela já soubesse o que eu precisava dizer. Respirei fundo e continuei:

Queria te ver. Mas agora.

Eu quase ri do quanto a frase parecia direta demais, como se eu tivesse acabado de decidir que não podia mais esperar. Mas, já estava enviado. Só me restava esperar a reação dela.

Ela demorou alguns minutos para responder, o que me fez duvidar se tinha sido precipitado. Mas então veio a resposta dela:

Agora? Tipo, sair?

Sorrindo involuntariamente, escrevi sem pensar:

É, sair. Eu te busco. Me passa seu endereço?

O alívio de não ter sido ignorado foi imediato. Ela me passou o endereço, e antes que eu pudesse pensar em mais algo, veio a mensagem seguinte, com o humor que só ela tinha para deixar a situação mais leve:

Se você me sequestrar, eu grito, hein.

Ri sozinho, a tensão desaparecendo como mágica. Respondi rápido:

Prometo devolver você inteira.

Levantei da cama, pegando o  primeiro moletom que encontrei e colocando as chaves do carro no bolso. Algo dentro de mim se acendeu. Eu sabia que estava indo em direção a algo que, mesmo sem entender completamente, parecia importante. Como se aquela noite fosse mais do que apenas um passeio.

A Última JogadaOnde histórias criam vida. Descubra agora