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Brenda Silva ||Novembro 2024 - Rio de Janeiro||2 dias após a final

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Brenda Silva
||Novembro 2024 - Rio de Janeiro||
2 dias após a final...

A terça-feira amanheceu com uma luz intensa, que já se infiltrava pela janela e invadia meu quarto. O despertador tocou às 6:30 da manhã, cortando o silêncio como uma faca, mas, ao invés de me assustar, ele me despertou para uma realidade que, em poucos minutos, se tornaria um sonho. Eu sabia que hoje seria o dia. O dia em que eu finalmente veria Gabigol de perto. O dia em que todo o meu amor pelo Flamengo e por ele, meu ídolo, tomaria forma diante dos meus olhos.

Eu não perdi tempo. Pulei da cama e, com as mãos ainda um pouco trêmulas, fui até o guarda-roupa. O calor lá fora já se fazia sentir, e eu sabia que o Rio de Janeiro não ia me dar um respiro. Precisava me arrumar rápido, mas de uma maneira especial. Algo que me conectasse a ele, que me fizesse sentir ainda mais perto do meu maior ídolo. Quando encontrei a camisa, minha respiração deu uma acelerada. Era a camisa que eu mais amava, personalizada com a foto dele, com o número 99 estampado nas costas. Era uma peça única, feita para mim, e eu sabia que, ao vesti-la, estaria carregando um pedaço dele comigo.

Vesti a camisa com a sensação de que nada mais importava naquele momento. A foto dele, com seu sorriso característico, parecia me observar como se ele estivesse dizendo: Vai lá, você consegue. Olhei para o espelho e vi não só uma fã de futebol, mas alguém que estava prestes a viver algo que só imaginava nos meus sonhos mais loucos.

O cabelo estava bagunçado, mas não importava. Eu simplesmente o prendi em um rabo de cavalo, sem me preocupar com a perfeição. O que importava era o que eu sentia naquele momento: uma mistura de nervosismo e uma excitante certeza de que algo grandioso estava prestes a acontecer. Peguei minha mochila, coloquei o celular, uma garrafinha de água e o bilhete que escrevi para ele na noite anterior. Era simples, mas o significado das palavras me preenchia de uma maneira profunda.

Gabriel,

Queria aproveitar esse momento para te agradecer. Agradecer por ser minha inspiração a cada gol, a cada jogada, a cada sorriso. Por ser a força por trás das minhas alegrias e pelas lembranças que nunca vou esquecer. O Flamengo é o que sou, e você é uma parte fundamental disso.
Você não sabe o quanto significa para mim, o quanto esse carinho por você me deu força nos dias mais difíceis. Talvez você nunca leia isso, mas mesmo assim quero que saiba: sou grata por tudo. Por cada lance, por cada momento de alegria e, principalmente, por ser quem você é.

Nós, sempre.

Com carinho, Brê.

Saí de casa com pressa, o coração já batendo mais forte. Eu estava prestes a viver um dia que ficaria marcado para sempre na minha memória. Peguei o carro e, com a chave na ignição, saí pela rua. O sol já estava alto, e o calor era insuportável. O trânsito, como sempre, estava caótico, mas eu não me importava. Cada sinal vermelho parecia uma eternidade, mas minha mente estava fixada em um único lugar: o Ninho do Urubu. Eu sabia que, se eu quisesse realmente ter a chance de vê-lo, precisava chegar cedo. O treino do Flamengo começaria em breve, e eu não podia perder a oportunidade.

O rádio tocava ao fundo, mas minha atenção estava toda voltada para a estrada. O volante parecia quente nas minhas mãos, mas eu não sentia nada além de um foco absoluto. Cada curva, cada semáforo, cada carro que passava parecia um obstáculo no caminho para o meu objetivo. O Ninho estava a poucos quilômetros de distância, mas o percurso parecia interminável. O Rio, com suas ruas caóticas e o tráfego típico, parecia mais difícil de percorrer do que eu imaginava. Ainda assim, tudo parecia tão pequeno perto daquilo que eu estava prestes a fazer.

A viagem, que deveria ter sido rápida, parecia uma eternidade. Eu olhava para o relógio do carro, e o tempo parecia andar a passos lentos. Já estava perto das 8:00 da manhã, e eu sabia que o treino estava prestes a começar. O sol queimava a pele e a tensão aumentava a cada quilômetro percorrido. Eu me sentia como se estivesse me aproximando de algo que estava fora do meu controle, mas ao mesmo tempo, a sensação de estar em movimento me trazia uma sensação de inevitabilidade. Eu tinha que chegar.

Quando finalmente estacionei o carro, o calor me atingiu em cheio. O sol estava a pino, e o suor escorria pela minha testa, mas eu não me importava. Eu estava ali. O Ninho do Urubu estava diante de mim, e, dentro de instantes, eu poderia estar vendo o Gabriel pessoalmente. A ansiedade tomou conta do meu corpo, e eu caminhei rapidamente para a entrada, meu coração batendo tão forte que quase podia ouvi-lo.

Havia outros fãs ali, alguns com camisetas do Flamengo, outros com bandeiras e faixas. A emoção no ar era palpável. Eu olhava para os portões de entrada, os olhos tentando capturar qualquer movimento. A esperança de vê-lo se misturava com a ansiedade. Meu corpo estava tenso, os músculos como se estivessem prontos para um confronto, mas ao mesmo tempo eu sentia uma estranha sensação de paz, como se estivesse exatamente onde eu precisava estar.

Fiquei ali, à sombra de um poste, tentando me proteger um pouco do sol escaldante. O calor era quase insuportável, mas eu não me movi. Eu sabia que ele não demoraria muito a sair do treino, e o pensamento de que eu poderia vê-lo me dava forças. O tempo parecia se arrastar, cada segundo mais longo que o anterior. As mensagens de trabalho começaram a aparecer no celular, mas eu ignorava tudo. Não importava o que estava me aguardando depois. Hoje, tudo o que eu queria era estar ali, esperando, aguardando.

Cada fã que se aproximava parecia mais empolgado do que o outro, e a sensação de que eu não estava sozinha nessa jornada me dava um pouco mais de tranquilidade. O relógio parecia acelerar, mas o calor nunca dava trégua. Eu estava começando a me sentir cansada, as pernas pesando com o tempo em pé sob o sol, mas ainda assim não me movi. O treino estava para terminar, e eu estava prestes a realizar um sonho que parecia inalcançável.

Eu me sentia pronta. Hoje, finalmente, o sonho poderia se tornar realidade.

 Hoje, finalmente, o sonho poderia se tornar realidade

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