𝙿𝙴𝚁𝙳𝙸𝙲𝙰𝙾 𝙳𝙾 𝙳𝚁𝙰𝙶𝙰𝙾 || No coração ardente de Westeros, o rei Viserys busca domar o dragão indomável que é seu irmão Daemon Targaryen, forjando um elo matrimonial com a discreta, porém intrigante, Aelin Hightower.
Irmã mais nova de Al...
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A cabeça do dragão vermelho, Meleys, era arrastada pelas ruas de Porto Real como um troféu macabro. Sua mandíbula partida, os dentes como punhais ensanguentados e os olhos sem vida refletiam um destino cruel.
As escamas outrora vibrantes agora estavam opacas, e o cheiro de carne queimada misturava-se ao ar pesado, enchendo as narinas de todos que se aglomeravam ao redor.
Os plebeus olhavam em silêncio, com horror e reverência, enquanto a monstruosa cabeça passava por eles, escoltada por soldados que ostentavam os brasões dos verdes. Alguns sussurravam em vozes baixas, lançando olhares desconfiados, dedos apontando furtivamente para o céu como se esperassem ver as sombras de outros dragões surgirem a qualquer instante.
— É um mau presságio — murmurou uma mulher idosa, apertando o braço do filho. — Primeiro, sangue de dragão no campo e agora isso. Nada de bom virá.
Outro homem assentiu, sombriamente.
— Os deuses não aceitam ver os filhos do fogo em pedaços. Isso é uma afronta aos antigos costumes. É melhor rezarmos por nossas almas e pela cidade, pois a tempestade ainda está por vir.
A multidão sussurrava cada vez mais alto, e logo o murmúrio se tornou um zumbido desconfortável de medo e presságios. Naquele dia, enquanto a cabeça de Meleys seguia seu caminho de desonra, a sombra da guerra parecia pesar ainda mais sobre Porto Real.
Então a multidão passou a ser empurrada em direção ao Fosso do Dragão, onde o ar estava saturado de tensão e cheiro de sangue. Era como a cena distorcida do dia da coroação de Aegon, mas agora havia um silêncio glacial e o brilho ameaçador de espadas reluzia sob a luz trêmula das tochas.
Quando todos estavam reunidos, os olhares ansiosos e temerosos se voltaram para o alto, onde Aemond Targaryen, imponente e solene, se encontrava ao lado de Criston Cole, Larys Strong e Elara Dayne, cujas expressões variavam entre orgulho e frieza.
Aemond ergueu a mão, exigindo atenção. Seu único olho parecia fulminar cada rosto à sua frente, e sua voz, firme e carregada de gravidade, soou pelo salão.
