Capítulo 23- Despedidas e Revelações

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A noite da festa havia acabado para Noah de maneira inesperada. Assim que a porta do quarto de Anne se fechou com a raiva da mãe dela, ele saiu sem se despedir de ninguém, o coração apertado. Ao sair da casa, Noah não conseguia parar de pensar no que precisava fazer. Ele não poderia deixar Anne ir embora assim, não sem lutar por ela.

— Amanhã eu vou falar com ela. Vou lutar pelo nosso amor — murmurou para si mesmo, enquanto caminhava pela rua deserta.

Noah sabia que enfrentaria a ira de sua mãe, de Lívia, e possivelmente de toda a escola, mas nada disso importava. Ele queria Anne ao seu lado, e desta vez não fugiria de seus sentimentos.

No dia seguinte, a escola estava em polvorosa. Liah, inconformada com tudo o que aconteceu na festa, decidiu que era hora de sua vingança. Durante o intervalo, ela circulou entre os alunos e espalhou o maior segredo que ela guardava: a aposta dos meninos sobre quem conquistaria Anne.

— Vocês sabiam que o Noah, Matteo e os outros apostaram em quem ficaria com a ceguinha? — Liah sussurrou para um grupo de garotas. Os boatos rapidamente se espalharam como fogo em pólvora, e logo a escola inteira estava comentando o escândalo.

Noah, ao chegar na escola, sentiu o peso dos olhares e dos sussurros. Ele sabia que algo estava errado, mas seu foco era encontrar Anne. Quando a viu passando pelo corredor, ele foi atrás dela imediatamente.

— Anne! — chamou Noah, a voz um pouco hesitante, mas determinada.

Anne, que caminhava em direção à secretaria, parou por um segundo ao ouvir a voz dele. Seus olhos encheram-se de dor, mas ela não se virou. Continuou caminhando com a cabeça erguida.

— Anne, por favor, me escuta! — Noah gritou, correndo para alcançá-la. Ele a segurou pelo braço suavemente, mas firme o suficiente para tentar fazê-la parar. Ela se virou lentamente, os olhos frios e distantes.

— O que você quer, Noah? — perguntou Anne, a voz vazia, sem o calor que ele estava acostumado.

— Eu sei o que aconteceu. Eu sei que você ouviu sobre a aposta... mas não foi assim! — Noah falou rapidamente, as palavras atropelando-se em seu desespero. — No começo, eu cometi um erro. Eu me deixei levar, mas depois... tudo mudou. Eu mudei. Anne, eu te amo, e vou lutar por nós.

Anne soltou um suspiro profundo e fechou os olhos por um momento, tentando controlar as emoções que estavam prestes a transbordar.

— Você só percebeu agora? — disse ela, com uma amargura que Noah nunca tinha ouvido. — É tarde demais, Noah.

Ela se desvencilhou da mão dele e continuou em direção à secretaria.

— Não, não é tarde! — Noah insistiu, seguindo-a novamente. — Eu vou enfrentar tudo, minha mãe, a escola, qualquer um. Eu quero você ao meu lado, Anne.

Ela parou na porta da secretaria, virou-se uma última vez e olhou para ele com uma expressão resignada.

— Minha mãe já cuidou de tudo, Noah. Minha transferência está agendada. Não só de escola... mas de país. Eu vou embora.

Noah ficou estático, como se o chão tivesse sumido sob seus pés.

— Você... vai embora? — Ele mal conseguiu pronunciar as palavras.

Anne assentiu, os olhos se enchendo de lágrimas que ela se recusava a deixar cair.

— Sim. Está decidido. Isso é o melhor para mim... para todos.

— Anne, por favor, não... — Noah tentou falar, a voz embargada. — Não posso deixar você ir assim.

Ela deu um passo à frente, colocando a mão no peito dele, como se quisesse acalmá-lo.

A Garota Cega e o Filho da Diretora Onde histórias criam vida. Descubra agora