The Edge of Us - RUYEON

Capítulo 4: Reflexos e Distâncias

Ruka point of view

O som do sino da escola ainda ecoava pela fachada do colégio, mas eu já estava no caminho para a saída. Eu adorava esse momento: o fim das aulas, o vento fresco da tarde, a sensação de liberdade que chegava quando o último aviso sonoro ecoava pelo prédio. Mas algo me distraiu quando passei pela saída principal e dei uma olhada no estacionamento.

Lá estava ela.

Ahyeon, com seu estilo impecável, já entrando em seu carro. Eu a observava de longe, como sempre fazia. Cada movimento dela parecia um lembrete do quanto eu era diferente. A postura, o jeito como ela parecia carregar o mundo nas costas... parecia até que ela não tinha direito a fraquezas. E, no entanto, algo dentro de mim a atraía de forma inexplicável.

Ela olhou para o lado, e quase que ela consegue me ver. Eu senti aquele impulso, uma sensação estranha no peito, mas logo desviei o olhar. Não poderia continuar pensando nela. Não podia mesmo. Ahyeon tinha uma vida de perfeição que eu nunca poderia alcançar, e eu... bem, eu não era o tipo de pessoa que as garotas como ela deveriam notar.

Foi quando fui puxada dos meus pensamentos com um susto. Uma mão apareceu do nada, e eu me encolhi, quase levando um susto de verdade. Asa. Claro. Como sempre.

- Ruka, você está no seu mundo de novo? ou pensando na Jung Ahyeon abelha rainha? - Asa riu, e seus olhos brilhavam com uma mistura de diversão e curiosidade. - Vai me dizer que está apaixonada por ela agora?"

Eu a olhei, sem saber o que responder de imediato. Asa sabia que eu estava completamente obcecada pela Ahyeon, mas isso não era algo que eu falaria em voz alta.

Não dessa forma.

- Eu só... estava pensando nas coisas. Nada demais. - respondi, tentando disfarçar o nervosismo que tomava conta de mim. Eu não queria dar explicações, muito menos para Asa, que sempre tinha esse jeito de ver tudo com um sorriso debochado.

Asa deu de ombros, ainda sorrindo.

- Sei... E se ela for de fato o seu tipo, só não me venha se apaixonar por aquela. Não quero ver você se apaixonando por alguém que anda com pelotão cor de rosa por aí, ela é hétero. É um jogo que você não vai ganhar, Ruka.

Aquelas palavras, ditas de forma tão direta, me atingiram. Era verdade, eu sabia. Ahyeon estava em um nível que eu nunca poderia alcançar, mas... por que aquilo ainda doía tanto? Eu suspirei e me afastei de Asa, indo para meu carro. Ela ficou ali, ainda rindo e fazendo suas piadas, mas eu não estava mais com paciência para aquilo. Eu só queria ir para casa.

A viagem até minha casa foi silenciosa. Eu nunca fui muito de conversar no caminho para casa, especialmente quando minha cabeça estava a mil. Quando finalmente cheguei, joguei a mochila no sofá e fui direto para o meu quarto. Eu sabia que minha mãe estava provavelmente trabalhando, e meu irmão mais velho — sempre tão preocupado em "mandar em tudo" — provavelmente estava em algum canto, fazendo o que ele achava que devia.

Em casa, as coisas nunca foram simples. Perdi meu pai em um acidente quando ainda era bem nova. A dor da perda havia transformado tudo de cabeça para baixo. Minha mãe se afastou mais ainda, já que seu trabalho exigia uma dedicação constante. Ela era uma das principais executivas de uma empresa, e eu sabia que não poderia esperar muito dela. Meu irmão, com seu jeito controlador, achava que era o responsável por tudo. Na prática, isso significava que eu ficava sozinha muitas vezes, tentando lidar com um monte de emoções que nem sabia como entender. Mas, no fundo, nunca deixei minha essência doce e brincalhona se apagar. Eu sempre tentava seguir em frente com aquele sorriso no rosto.

Cheguei ao meu quarto e joguei-me na cama, procurando algum consolo. Olhei para o meu computador e, com um suspiro, comecei a tocar uma música animada. Eu sempre amava ouvir música e dançar para aliviar a mente. Era a única forma de me sentir viva, de encontrar algo que fizesse sentido para mim.

Comecei a praticar alguns passos de dança, minha forma favorita de me expressar. O som da música ecoava pelo quarto, e, por um momento, a sensação de liberdade voltou. Eu poderia ser quem eu quisesse aqui. No meu quarto, não havia expectativas, nem a sombra da perda do meu pai ou da ausência da minha mãe. Só eu e minha dança.

Quando a música parou, tomei meu celular. Era automático. Eu não podia evitar. Passei os dedos pela tela até chegar ao perfil de Ahyeon. Suas fotos eram como uma janela para um mundo onde tudo parecia perfeito. Ela estava sempre tão bonita, tão... confiante. Era como se o peso do mundo não existisse para ela, como se ela tivesse encontrado a fórmula mágica para tudo.

Eu suspirei, deslizando a tela para cima e para baixo, sem realmente procurar nada. Eu sabia que estava sendo uma idiota. Não devia me envolver tanto com ela. Sabia que, com a posição que minha mãe ocupava na empresa da mãe de Ahyeon, se eu me aproximasse dela, seria um problema enorme. Seria como cruzar uma linha invisível que eu não deveria ultrapassar.

E, ainda assim, não conseguia tirar os olhos de sua foto mais recente. Ela sorria, como sempre, com uma elegância que parecia inatingível. Como poderia eu, uma garota tão simples e sem nada de especial, pensar em estar perto de alguém como Ahyeon? Ela parecia ter o mundo aos seus pés, e eu... bem, eu não era nada disso.

Fechei os olhos por um momento, sentindo a frustração crescer. Mas, mesmo assim, algo dentro de mim não queria deixar de sonhar com a possibilidade de estar perto dela, de quem ela era, sem precisar me preocupar com as barreiras que nos separavam.

Com um suspiro, larguei o celular na cama e me joguei na pilha de livros e cadernos que estavam jogados ao lado. Talvez fosse melhor parar de pensar nela. Afinal, o que eu poderia fazer? Eu não podia mudar minha situação, e Ahyeon nunca me notaria, isso eu sabia.

Mas, de alguma forma, não conseguia esquecer o jeito como ela parecia tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima. Eu queria entender o que ela escondia por trás daquela fachada perfeita.

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Ando tão ansiosa com essa fanfic que estou atualizando tudo muito rápido, espero que gostem desse capítulo comentem e votem bastante, beijos da ruby. 🩵