A queda do caçador

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Capítulo X

A sala do tribunal estava lotada naquela manhã. O julgamento de Richard Bennet, sob o disfarce de Pietro, o investigador aparentemente confiável, atraíra olhares curiosos e vigilantes de todos os cantos. Repórteres cochichavam, espectadores mantinham a tensão no rosto e os oficiais de justiça mantinham o silêncio na sala. A atmosfera era solene, quase opressiva, enquanto todos aguardavam ansiosos o veredito.

Richard, com uma postura firme no banco dos réus, mantinha o olhar fixo em um ponto invisível, alheio à magnitude do que estava prestes a acontecer. Krystal, ao fundo da sala, observava-o com os olhos carregados de incredulidade e dor. Ela tentava entender como Pietro, o homem em quem confiara, poderia ser Richard, o predador que manipulava todos ao seu redor.

O juiz olhou para o júri, que retornava com o veredito. Sua voz ecoou pelo ambiente quando declarou:

— Em nome do júri, o réu, Richard Bennet, é considerado culpado de todos os crimes pelos quais foi acusado.

Um murmúrio percorreu a sala, mas o juiz rapidamente restaurou a ordem. Krystal sentiu uma sensação de alívio percorrer seu corpo, mesmo que o peso das memórias e a crueldade de Richard permanecessem com ela.

Assim que o julgamento terminou, Richard foi escoltado pelos policiais para ser levado de volta à prisão. Antes de sair, Krystal se aproximou dele. Ele ergueu o olhar, lançando-lhe um sorriso frio e desprovido de remorso.

— Krystal, tão determinada — zombou ele, com um tom de voz gélido. — Ainda me fascina sua teimosia em tentar me capturar. Ou será que, de alguma forma, você ainda está presa no meu jogo?

Krystal manteve o olhar firme, não cedendo às provocações.

— Não estou aqui para me perder em suas armadilhas, Richard. Só quero entender: por quê? Por que manipular todos nós desse jeito? Tudo isso... foi calculado desde o início, não foi?

Richard sorriu, inclinando-se levemente em sua direção, a voz baixa e venenosa.

— Porque foi fácil, Krystal. Você buscava alguém em quem confiar, uma ligação. Eu me certifiquei de que fosse essa pessoa. Depois, foi uma questão de controlar o jogo, porque você... você me entregou o tabuleiro.

Krystal sentiu uma mistura de tristeza e raiva, mas manteve-se composta. Ele usara a confiança dela, transformando-a em arma.

— Espero que, um dia, você entenda o peso do que fez — disse ela, com firmeza.

Richard riu, mas seu riso era vazio, ecoando enquanto ele era levado.

Na Prisão: O Encontro dos Irmãos Bennet

Após o julgamento, Richard foi transferido para a penitenciária estadual, aguardando sua sentença definitiva. Assim que entrou na sala de isolamento, encontrou uma figura inesperada: Thomas Bennet, seu irmão mais velho, sentado calmamente com um sorriso frio e ameaçador.

— Então, o grande Richard finalmente foi capturado — disse Thomas, com ironia. — O mestre dos jogos caiu, não é?

Richard apenas sorriu de volta, sem demonstrar arrependimento.

— E quem diria, Thomas, que um dia estaríamos lado a lado. Não se engane, isso aqui não é o fim.

Thomas o encarou com desprezo.

— Ah, irmão, sempre fui fascinado pela sua confiança. Mas foi divertido ver como você caiu nas mesmas armadilhas que um dia eu criei. Agora estamos aqui, finalmente iguais.

Richard cruzou os braços, mantendo o olhar frio.

— Iguais? Eu fui além do que você jamais alcançou, Thomas. Você foi capturado como um animal qualquer. Eu, por outro lado, controlei todos os detalhes, manipulei a todos.

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